O Uso Das Imagens No Ensino De História

1) INTRODUÇÃO

O ensino de história se caracteriza como forma de conhecimento,no entanto,para ser contemporâneo ao que a sociedade estabelece com relação a formação dos indivíduos,tal processo precisa assumir a sua função na formação de cidadãos autônomos e reflexivos socialmente e não simplesmente a mera transmissão de conteúdo.Nesse sentido,podemos salientar que o uso de diferentes documentos e fontes faz necessário ao ensino de todas as disciplinas escolares.

Assim poslula o PCN (BRASIL, 1997, p. 79):

Os documentos são fundamentais como fontes de informação a serem interpretadas, analisadas e compradas. Nesse sentido, eles não contam, simplesmente, como aconteceu a vida no passado. A grande maioria não foi produzida com a intenção de registrar para a posteridade como era a vida em uma determinada época; e os que foram produzidos com esse objetivo geralmente tendem a contar uma versão da História comprometida [...].

Quando a seleção e a interpretação fazem-se presentes na análise histórica, bem como quando uma determinada imagem é escolhida já temos a presença do recorte, da preferência e da omissão.

No entanto, jamais podemos pensar que um registro, seja ele escrito ou imagético, retrata o passado tal como ele foi o real da forma mais perfeita possível, contudo, os documentos representam o que ocorreu, isto é, uma nova realidade, e não a verdadeira realidade.

A Secretaria Municipal de Educação São Paulo, propala sobre o desenvolvimento da competência leitora e escritora, enfatiza:

A leitura de imagens (pinturas, desenhos, gravuras, fotografias, grafites, mosaicos, painéis e murais) com propósitos didáticos pode abranger a aprendizagem de diferentes formas de conhecimento: informações sobre autores, obras e épocas em que foram produzidas; reflexões conceituais instigadas pelo contato com ideias gerais; procedimentos de como questionar, ler e interpretar obras em geral, tanto do passado como do presente; e diversos tipos de atitude, como respeito à troca de ideias e às obras de outras épocas e distintas culturas (SÃO PAULO, 2006 p. 59).

Atualmente o conceito de fonte histórica obteve um avanço significante, entendendo-as como vestígios de diversas naturezas deixados por sociedades do passado, assim o historiador deve dominar métodos de interpretação, entendendo que as fontes devem ser criticadas e, consequentemente historicizada.

2)DESENVOLVIMENTO

A atividade proposta consiste em analisarmos ambas as imagens: a charge da Fig.1-Arquivo de O Cruzeiro/Estado de Minas, s/d e Fig.2- Arthur Szyk-1940, estabelecendo as diferenças e suas semelhanças no que tange o getulismo e as suas fases bem como os regimes nazifascistas da Europa,os quais se disseminaram na década de 1930.

Na figura 1,analisando a primeira caricatura de Vargas,cuja denominação “Ficher Getúlio Von Vargas”(1937), a intenção do autor nessa imagem consistiu em propor ao pragmatismo político de Getúlio Vargas, comparar o regime predominante “ mãos de ferro da ditadura ” na era Vargas com o regime da Alemanha na época de 1930,determinado por Adolf Hitler,uma vez que seu regime autoritário e totalmente ideológico originou ao que se conhece como Nazista.É importante salientarmos que a ditatura preconizada por Vargas não deve ser comparada com o fascismo, uma vez que não se caracterizava,como por exemplo,a mobilização de massas, a ideologia bélica que rotulava a discriminação tanto ao racismo como a religião,entre outras caracteristicas exercidas por Hitler.

Na caricatura seguinte “Cidadão Getúlio Delano Vargas” (1941), a intenção do autor exposta na charge se postula ao período democrático ou populista, todavia no governo de Franklin Delano Roosevelt para contorná-lo,apelou para a cartilha democrata,consequentemente ajudou a tirar o país da crise mas principalmente contribuiu para a evolução do capitalismo.

Nesse sentido,a era Vargas tem muito em comum ao governo de Delano por enfatizarem a “Democrácia” assim a chamada república democrática ou populista corresponde a um marco do período da história brasileira.

Na terceira e última caricatura da charge “Camarada Getúlio Vargasvitch” retrata o acesso que Getúlio aderiu ao socialismo,considerando as relações diplomáticas que abrangeu ambos países: Cuba e China.Devido a aproximidade de Vargas a classe política que antes o apoiava com intuito que ele aderisse o liberalismo e,consequentemente inserisse em seu plano de governo a abertura ao capitalismo estrangeiro,no entanto,tais políticos considerados apoiadores começaram a pressioná-lo se revoltando contra ele,que passou de ditador como segundo a caricatura um “Camarada”.

O Brasil contou com um regime de autoritarismo na primeira metade do século XX, o qual foi exercido pelo governo Getulio Vargas, principalmente no que tange a fase designada como Estado Novo, entre os anos de 1937 e 1945.

Entretanto, tal período foi marcado pelo fechamento do Congresso e a grande concentração de poder nas mãos de Getúlio Vargas, uma vez que assumia as características do fascismo italiano. Todavia, seu regime foi quebrado quando entrou na Segunda Guerra Mundial para combater outros regimes totalitários, promovendo uma incoerência que minaria seu governo.

Podemos enfatizar também que fruto desse momento histórico, relações desse tipo disseminaram pelo continente europeu e, portanto governantes passaram a não ter limite para autoridade, articulando aspectos da vida pública e privada. Contudo, com traços semelhantes, mas com algumas características específicas, o Totalitarismo germânico denominou, portanto o Nazismo.

Assim para ampliar essa influência, o fator ideológico foi aderido, propiciando a orientação dos governos e o povo. Desta forma, os países que passaram por regimes totalitários foram comandados por partidos únicos,