Era Vargas Carlos Marighella
Por: 7788 • 4/9/2016 • Relatório de pesquisa • 611 Palavras (3 Páginas) • 279 Visualizações
Ingrid Tomaz, 10 / Jéssica Batista, 13 / Luana Reis, 20 / Samara Alves, 34 3C
Era Vargas: Carlos Marighella
Em 1930, o Brasil era dominado pelos proprietários de terra, com destaque para os produtores de café de São Paulo, e pelos pecuaristas, produtores de leite e carne de Minas Gerais. Entre 1902 e 1930, houve uma alternância de poder desses dois estados, um acordo que ficou conhecido como Política do Café com Leite.
As eleições de 1930 foram vencidas por Júlio Prestes, quebrando o acordo, mas seus opositores não aceitaram o resultado e se articularam para impedir a posse. Em meio a essas articulações, João Pessoa, vice na chapa derrotada de Getúlio Vargas, foi assassinado. O que serviu de estopim para a Revolução de 1930.
Em 3 de novembro de 1930, o governo foi entregue a Getúlio Vargas. E o que era pra ser um governo provisório, se tornou permanente. Ele conseguiu se manter no poder fazendo uso de diversos meios, como o Golpe de Estado. E assim permaneceu como presidente até 1945.
Em 1935, ocorreram inúmeras manifestações contrárias ao governo de Vargas, que ficaram conhecidas como Levante Comunista, tendo como liderança a Aliança Nacional Libertadora. À frente da ALN, o baiano Carlos Marighella passou a coordenar ações de guerrilha urbana, como assaltos a bancos.
Marighella foi diversas vezes preso e torturado, tanto pelo Estado Novo de Getúlio Vargas quando pela Ditadura Militar. Foi após uma dessas prisões que resolveu adotar a luta armada como meio de implementar um governo legal.
O governo o taxou de terrorista e iniciou uma grande caçada. O que resultou em sua execução, numa emboscada que envolveu dezenas de agentes da Ditadura, em São Paulo.
Curiosidades
Em 2012, o grupo de rap Racionais MCs compôs a música “Mil Faces de Um Homem Leal”.
Publicou Por que resisti à prisão, em 1965 e em 1966, A Crise Brasileira onde discorreu sobre sua opção por organizar os trabalhadores brasileiros contra a ditadura e a luta pelo socialismo. Nesse livro pregava a luta armada, com base numa aliança entre operários e camponeses.
Marighella também escreveu poemas, como:
LIBERDADE
Não ficarei tão só no campo da arte,
e, ânimo firme, sobranceiro e forte,
tudo farei por ti para exaltar-te,
serenamente, alheio à própria sorte.
Para que eu possa um dia contemplar-te
dominadora, em férvido transporte,
direi que és bela e pura em toda parte,
por maior risco em que essa audácia importe.
Queira-te eu tanto, e de tal modo em suma,
que não exista força humana alguma
que esta paixão embriagadora dome.
E que eu por ti, se torturado for,
possa feliz, indiferente à dor,
morrer sorrindo a murmurar teu nome.
Carlos Marighella
São Paulo, Presídio Especial, 1939.
Foi homenageado com outra música, mas dessa vez de Caetano Veloso:
Um comunista
“... Um mulato baiano
Que morreu em São Paulo
Baleado por homens do poder militar
Nas feições que ganhou em solo americano
A dita guerra fria
Roma, França e Bahia.
Os comunistas guardavam sonhos
Os comunistas! Os comunistas!
O mulato baiano, mini e manual
Do guerrilheiro urbano que foi preso por Vargas
Depois por Magalhães
Por fim, pelos milicos
Sempre foi perseguido nas minúcias das pistas
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