Etapas do desenvolvimento do capitalismo
Pesquisas Acadêmicas: Etapas do desenvolvimento do capitalismo. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: luana10 • 10/4/2014 • Pesquisas Acadêmicas • 2.005 Palavras (9 Páginas) • 360 Visualizações
O capitalismo é um sistema econômico e social caracterizado pela propriedade privada dos meios de produção e pela livre iniciativa e concorrência entre os indivíduos e as empresas. O capitalista é o proprietário do capital, que pode ser emprestado ou empregado diretamente na produção de bens e serviços.
O sistema capitalista apresentou grande dinamismo ao longo de sua história. Com o tempo, sobrepôs-se a outras formas de produção, até se tornar hegemônico, o que ocorreu em sua fase industrial. Considerando seu processo de desenvolvimento, costuma-se dividir o capitalismo em quatro fases:
1ª Fase: Capitalismo Comercial (fim do século XV até a primeira metade do século XVIII)
Substituindo o Feudalismo, a primeira etapa do capitalismo foi marcada pela expansão marítima das potências da Europa Ocidental da época (Grandes Navegações), em busca de novas rotas de comércio, sobretudo para as Índias. O objetivo dessas nações era acabar com o monopólio das cidades italianas (como Veneza e Gênova) no comércio com o Oriente pelo Mediterrâneo. Esse processo resultou no descobrimento de novas terras e na apropriação de vastos territórios (colonialismo), além da escravização e genocídio de milhões de nativos da América e da África. O principal eixo econômico migra do Mar Mediterrâneo para o Oceano Atlântico. Forma-se um comércio triangular entre América, África e Europa. Expandiram-se os mercados consumidores e abastecedores, além da descoberta de novas jazidas minerais. São criadas companhias de comércio, como a Companhia Holandesa das Índias Orientais (VOC).
A produção de mercadorias era essencialmente artesanal, em oficinas (o mestre artesão e os artesãos auxiliares eram produtores e donos dos meios de produção). O que realmente interessava era o comércio de especiarias, açúcar, tabaco, escravos, tapetes, sedas, perfumes, entre outros, com altíssimas margens de lucro. É verdade naquele tempo já havia manufaturas rudimentares, onde o empresário era o proprietário dos meios de produção (fábrica e instrumentos) e ele pagava um salário em troca da força de trabalho do empregado. Porém, a força motriz era humana e manual.
A acumulação primitiva de capitais pela burguesia (que se capitalizou) era resultado da troca de mercadorias, ou seja, do comércio, por isso o termo capitalismo comercial para designar o período. Esse acúmulo de capitais era fundamentado na política colonial conhecida como mercantilismo (metalismo, balança comercial favorável e protecionismo).
A sociedade da época estava dividida em uma classe de proprietários de terras (clero e nobreza), uma classe de trabalhadores (servos, camponeses livres, assalariados, enfim, a massa popular) e uma classe burguesa (mercantil e manufatureira). Essa burguesia queria espaço social, político e ideológico.
2ª Fase: Capitalismo Industrial (segunda metade do século XVIII até a segunda metade do século XIX)
A Inglaterra foi pioneira no processo de Revolução Industrial. Cinco fatores podem explicar esse fato. Em primeiro lugar está a mão de obra abundante e barata proveniente a zona rural, devido aos cercamentos das terras que expulsaram milhares de camponeses das terras comunais. Formou-se, como diria Marx, um exército industrial de reserva: sempre existiam multidões às portas das fábricas, dispostas a trabalhar, não se importando com as condições. O segundo fator é a acumulação primitiva de capital proveniente das colônias inglesas e do comércio com o Oriente. O terceiro fator relaciona-se com a Revolução Gloriosa, que sepultou o absolutismo ao estabelecer a supremacia do Parlamento e inaugurou o Estado liberal inglês, pré-requisito para a plenitude capitalista burguesa. O quarto fator está ligado à existência de amplos mercados consumidores nas colônias, inglesas ou não, da América, África e Ásia. Por fim, o quinto fator refere-se à abundância de matérias-primas, especialmente de ferro, carvão e algodão.
Foi uma era de invenções, primeiramente relacionadas com a indústria têxtil: máquina de fiar, tear hidráulico e tear mecânico. Todos esses inventos ganharam maior capacidade quando passaram a ser acoplados à máquina a vapor. Após o setor têxtil, a mecanização alcançou o setor metalúrgico. A descoberta do vapor como força motriz, além de impulsionar a produção industrial, atingiu também os transportes: foram criados o barco a vapor e a locomotiva a vapor. As redes de transporte terrestre e marítimo cresceram exponencialmente.
O comércio não era mais a essência do sistema. Nessa nova fase, o lucro provinha basicamente da produção de mercadorias. O proprietário dos meios de produção não é o produtor direto. A relação de trabalho que agora vigora é o regime assalariado, um vez que o trabalhador assalariado apresenta maior produtividade que o escravo e tem renda disponível para o consumo.
O uso de máquinas aumentaram a produção e a produtividade enormemente. Acelerou-se o processo de urbanização: os operários viviam em cortiços imundos, sem saneamento, onde bactérias, ratazanas e surtos epidêmicos ceifavam muitas vidas. Aprofundaram-se as desigualdades entre ricos e pobres. As jornadas de trabalho chegavam a 16 horas, as fábricas eram insalubres, disciplina e hierarquia eram extremamente rígidas, os salários eram baixíssimos, era explorado o trabalho infantil e feminino, a expectativa de vida dos trabalhadores das fábricas e das minas muito dificilmente ultrapassava os cinquenta anos, os acidentes de trabalho multiplicavam-se e a assistência médica e hospitalar aos trabalhadores praticamente inexistia. A miséria trazia em seu bojo uma série de males: o alcoolismo, o infanticídio, a prostituição, o suicídio, a loucura, a criminalidade e até o fanatismo religioso.
Ao contrário do período mercantilista, o Estado não mais intervinha na economia, que passou a funcionar segundo a lógica do mercado, guiado pela livre concorrência. Consolidava-se, assim, uma nova doutrina econômica: o liberalismo, defendida pelos economistas britânicos Adam Smith e David Ricardo.
3ª Fase: Capitalismo Financeiro Monopolista (fim do século XIX até o final da década de 1960)
Se nessa primeira fase da revolução industrial prevalecia o tripé carvão-ferro-vapor, a segunda revolução industrial (surgida por volta de 1860) incorpora a eletricidade, o aço e o petróleo como fontes de energia. O desenvolvimento do motor a combustão interna permitiu do surgimento do automóvel e do avião, expandindo e dinamizando os transportes. A indústria química também
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