FALCESALISMO OPORTAL E ANTI-INDUCTIVISMO
Projeto de pesquisa: FALCESALISMO OPORTAL E ANTI-INDUCTIVISMO. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: AmandaMBento • 28/8/2014 • Projeto de pesquisa • 3.061 Palavras (13 Páginas) • 209 Visualizações
Artigo informativo
FALSEACIONISMO E ANTI-INDUTIVISMO POPPERIANOS
Claudio F. Costa - UFRN
Resumo:
Nesse artigo é feita uma exposição crítica do falseacionismo anti-indutivista popperiano. Para tal começamos com a exposição dos elementos mais fundamentais do método científico em suas relações. Em seguida é apresentada o concepção falseacionista anti-indutivista de Popper. Finalmente são feitas as observações criticas que nos levam a uma rejeição parcial de seus resultados.
Palavras-chave: Popper, falsificacionismo, indução, método científico
Summary:
This paper contains a critical presentation of Popper’s falsificacionism. It shows that falsificationism would only work if associated with inductivism. In order to make this point clear, we begin by building the fundamental elements of the scientific method in its inter-relations. Then we present the essential treats of Popper’s falsificationism. Finally, we show that it is untenable if considered as the whole of the scientific method.
Key-words: Popper, falsificacionism, induction, scientific method
Quero expor aqui o falsificacionismo e o anti-indutivismo popperianos, complementando essa exposição com uma crítica interna, dirigida ao seu anti-indutivismo – uma crítica que acaba por impor limitações ao próprio falseacionismo. Antes disso, porém, gostaria de expor brevemente a posição contra a qual Popper está se manifestando, que é a tradicional concepção indutivista da ciência, juntamente com o critério verificacionista de cientificidade que lhe havia sido comum.
Indutivismo
A concepção que o senso comum tem da ciência é, em grande parte, indutivista. A ciência nasce do exame cuidadoso dos fatos. A ciência empírica fundamental, a física, surgiu com o renascimento, quando grandes experimentadores como Galileu decidiram dar início à física experimental confrontando as hipóteses com os fatos, à diferença do que faziam os seguidores de Aristóteles.
A idéia popular da qual nasce o indutivismo é a de que as proposições de observação constituem uma base a partir da qual são derivadas as leis e teorias científicas. As observações são sempre singulares, desse ou daquele fenômeno. As proposições de observação são singulares, como "Essa barra de ferro expandiu-se ao ser aquecida". As leis científicas, das quais são essencialmente constituídas as teorias científicas, são proposições universais como "Todos os metais se expandem ao serem aquecidos". Ora, como podemos passar da asserção de proposições observacionais, singulares, para a asserção de leis científicas, que são proposições gerais ou universais? A resposta do senso comum parece ser: através da inferência indutiva. Pela inferência indutiva torna-se legítimo, a partir de uma lista finita de proposições singulares generalizar leis universais, válidas para todos os casos similares. Eis uma formulação parcial e simplificada do princípio da indução:
PI: Se um número suficiente de fenômenos do tipo A for sempre observado em certa conexão com fenômenos do tipo B, podemos concluir que todos os fenômenos do tipo A possuem tal conexão com fenômenos do tipo B.
Por exemplo: em todos os casos nos quais até agora comparamos o volume de barras de ferro aquecidas com o volume que elas tinham quando não aquecidas, vimos que elas se expandiam. Notamos que isso ocorria também com barras de outros metais, e que isso ocorria independentemente da variação de outras condições, como o tamanho do objeto metálico, sua forma, etc. Isso nos levou, por generalização indutiva, à conclusão de que todos os objetos metálicos se expandem quando aquecidos. Segundo essa concepção, que remonta a Aristóteles, é assim que chegamos às leis e teorias científicas, ou seja, pelo acúmulo de observações e pela generalização indutiva a partir disso.
Uma concepção puramente indutivista do método científico é simplória e não corresponde ao que realmente acontece. As hipóteses científicas são usualmente resultado do que pode ser chamado de imaginação científica. Insights como, por exemplo, a descoberta do dupla hélice espiral do DNA por Watson & Crike, ou a hipótese de que a luz tem a mesma velocidade para todos os observadores, que para Einstein deu origem à teoria da relatividade. Mas podemos nos perguntar se mesmo essas hipóteses ousadas e imaginativas dos cientistas poderiam ter surgido se não houvesse uma míriade de crenças indutivamente fundadas na constituição mesma das próprias bases sobre as quais o insight científico pode emergir.
A concepção do processo de descoberta de generalizações científicas que acabamos de esboçar não é completa se não forem considerados dois outros elementos essenciais à ciência: explicações e previsões. Uma vez que, pela indução, chegamos a formulação de leis científicas, devemos poder aplicar essas leis explicando e prevendo os fatos.
Assim, se considerarmos o exemplo acima, com base na generalização científica "Todos os metais se expandem quando aquecidos", podemos fazer a seguinte previsão: "Se essa barra de ferro for aquecida, ela se dilatará". E se uma certa barra de metal se dilata ao ser aquecida, podemos explicar esse fenômeno dizendo que isso ocorreu porque ela é de metal e todos os metais se dilatam ao serem aquecidos. Tanto a previsão quanto a explicação científica possuem no mínimo um forte componente dedutivo. Para ser mais exato, a forma geral tanto da previsão quanto da explicação científica é:
1. Leis e teorias
previsão 2. Condições iniciais explicação
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3. Enunciado observacional
Uma teoria empírica é um sistema de enunciados contendo leis gerais, de maneira que, em conjunção com certas condições iniciais, produz ao menos um enunciado singular empírico, chamado de enunciado básico ou observacional. Na previsão nós lemos esse esquema de cima para baixo. Assim, baseado na lei (1) "Metais se dilatam ao serem aquecidos" e na condição inicial (2) "Essa
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