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FILOSOFIAS DA HISTÓRIA NO SÉCULO XIX: KARL MARX E A DIALÉTICA MATERIALISTA

Por:   •  14/12/2016  •  Trabalho acadêmico  •  3.446 Palavras (14 Páginas)  •  455 Visualizações

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Faculdade de Ciências Humanas e Sociais – FCHS

FILOSOFIAS DA HISTÓRIA NO SÉCULO XIX: KARL MARX E A DIALÉTICA MATERIALISTA

FRANCA SP[pic 2]

2016

SUMÁRIO

FILOSOFIAS DA HISTÓRIA NO SÉCULO XIX: KARL MARX E A DIALÉTICA MATERIALISTA          03

OBJETIVOS DO TEXTO          06

QUESTÕES PRINCIPAIS DO TEXTO          08

RELAÇÕES DO TEMA ESCOLHIDO COM AS OUTRAS TEMÁTICAS DO CURSO DE METODOLOGIA DA HISTÓRIA          10

BIBLIOGRAFIA          12

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FILOSOFIAS DA HISTÓRIA NO SÉCULO XIX: KARL MARX E A DIALÉTICA MATERIALISTA

Karl Marx (1818-1883) nasceu em Trier na Renânia, então província da Prússia, limítrofe da França e, por isso, incisivamente influenciada pelas ideias Iluministas e pela Revolução Francesa. A família Marx pertencia à classe média de origem judaica, mas para fugir as imposições de caráter anti-semitas, seu pai, que foi Conselheiro da Justiça, converteu a família ao cristianismo. Com dezoito anos iniciou o curso de Direito na Universidade de Bonn e prosseguiu na de Berlim, onde entrou em contato com os “Jovens Hegelianos”, como Bruno Bauer (1809-1882), Max Stirner (1806-1856) e Ludwig Feuerbach (1804-1872). Na mesma universidade, fez a iniciação filosófica e política com essa chamada “esquerda hegeliana”, de tendência oposicionista a monarquia absolutista da Prússia.

Embora a dialética idealista de Hegel o tenha influenciado, Marx criou sua própria filosofia de pensamento. Em 1837, escreve ao seu pai (que perdeu aos vinte anos): “a partir do idealismo (...) fui levado a procurar a Ideia na própria realidade (...)”[1].

Doutorou-se em Filosofia em 1841, na Universidade de Iena, com a tese "A Diferença Entre a Filosofia da Natureza de Demócrito e a de Epicuro". Tornou-se redator-chefe do jornal Gazeta Renana, onde teve que tratar, em uma serie de quatro artigos, do seguinte caso: a livre coleta de lenha pelos camponeses se tornaria roubo qualificado pela nova legislação, a qual se baseava no regime burguês da propriedade privada. Essa experiência serviu de esclarecimento que o Estado e as leis estavam em serviço de interesses particulares, nas palavras dele: “O executivo no Estado moderno não é senão um comitê para gerir os negócios comuns de toda a classe burguesa”[2] 

Marx travava da questão da liberdade de imprensa, sob sua direção, a Gazeta Renana aumentou rapidamente sua circulação, até janeiro de 1843, quando, pressionado pelo Czar Nicolau I, o governo prussiano fechou o jornal.

Durante sua atividade jornalística confessou não saber muito acerca das correntes socialistas vindas da França, e associadas aos nomes de Fourier, Proudhon, Saint-Simon, teóricos do que Engels viria a classificar como socialismo utópico. Em 1843, Marx se casa com Jenny Von Westphalen, muda para Paris. Nos ares parisienses se aproxima das seitas socialistas e de Engels, que já tinha contato com os militantes do Partido Cartista, devido a suas viagens a Inglaterra a serviço da firma de seu pai. A afinidade de pensamento que aproximou Marx e Engels estabeleceu uma colaboração intima e intensa, pelo resto de suas vidas.

Em janeiro de 1844, publicou dois ensaios no único número dos Anais Franco-Alemães (assim intitulados com o objetivo de burlar a censura prussiana), editado em colaboração com Arnold Ruge: Critica a filosofia do Direito de Hegel e A Questão Judaica”. Este ultimo em resposta a um artigo escrito por Bruno Bauer, que achava a luta dos judeus egoísta, na medida em que, só se preocupavam em conquistar sua liberdade religiosa, quando deviam lutar pela liberdade política de todo gênero humano. Para Marx a emancipação política não é, ainda, a emancipação humana. A verdadeira emancipação humana exige a transformação não apenas das leis, mas do sistema social de produção e de distribuição das riquezas, a mudança precisa atingir a estrutura social e econômica da sociedade.

Publicou também um artigo de Engels que considerou genial: “Esboço de uma Critica da Economia Política”, trabalho que concluiria no estudo sobre A situação da classe operaria na Inglaterra.

O contato com os trabalhadores socialistas dedicados a luta política o impressionou profundamente. Ele via nessa massa a capacidade de promover a mudança da ordem social, econômica e jurídica que os Filósofos não eram capazes.

Estudando a economia política na Inglaterra, onde o sistema capitalista se achava mais desenvolvido, fez várias anotações sobre suas reflexões para ajudar a organizar suas ideias. Sem a intenção de publicá-las, abandonou os escritos “à crítica roedora dos ratos” que só foram publicadas em 1932 com o titulo “Manuscritos econômicos filosóficos de 1884”.

Em agosto de 1844, acusados por Bruno Bauer de transformar o proletariado numa “classe de deuses”, Marx e Engels se defenderam escrevendo a primeira obra conjunta “A Sagrada Família” com o subtítulo esclarecedor: “Contra Bruno Bauer e consortes”, em que acusava Bauer de se prender ao aspecto superado da filosofia de Hegel: “o seu sentido puramente especulativo, o seu caráter abstrato, idealista. Sendo filósofos de gabinete”.[3]

Marx é obrigado a sair de Paris em fevereiro de 1845 e se instala com sua família em Bruxelas, se comprometendo com o governo belga a não publicar nenhum artigo sobre a política nacional ou internacional.

Em Bruxelas, refletindo sobre o materialismo redige as “Teses sobre Feuerbach”, onde afirma: “Toda vida social é essencialmente prática. Todos os mistérios que desviam a teoria em direção ao misticismo têm a solução racional na pratica humana e na compreensão da pratica (...) os filósofos não fizeram mais do que interpretar o mundo de diversas maneiras, mas o que interessa e transformá-lo”[4]

E em parceria com Engels redige “A Ideologia Alemã” (que também só veio a ser publicado em 1932). Nela, os filósofos desenvolveram as primeiras formulações da concepção da historia de ambos. Sua critica a ideologia geral em particular a alemã, destinava principalmente as ideias de Feuerbach e dos jovens hegelianos, que criticavam o mundo apenas no terreno das idéias, sem se preocupar com a realidade material que os cerca:

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