INTRODUÇÃO
- No século XX a historiografia era produzida com o ideal do passado para explicar o presente, desta forma, muitos acreditavam que para compreender o contexto do Brasil era necessário estudar, até mesmo, a história de Portugal. (p. 1-2)
- Os livros escritos sobre este passado colonial do Brasil eram ensaios históricos. Sendo que existe uma grande diferença entre história e ensaios históricos. A primeira narra ou descreve determinados processos históricos tendo como fontes documentos e textos, já o ensaio baseia-se em uma tese do autor, sendo mais livre para fazer interpretações gerais da história. (p. 2-3)
- A história mantém seus olhos no passado, o ensaio enlaça o passado, presente e futuro. (p. 3)
- Os ensaios que são escritos referentes à história do Brasil dividem-se em três partes: a colonização, o presente explicado a partir do passado colonial e a solução dos problemas atuais. (p. 3-4)
- No ensaio de Caio Prado Junior temos exemplo desta divisão: Tinha-se a colonização voltada para o mercado externo; o presente era afetado por esta economia que ainda era baseada na exportação; e a solução deste problema seria a exaltação da economia nacional, ou seja, uma economia voltada para o mercado interno. (p. 4-5)
- Diferente dos conceitos dentre os ensaios, nem sempre o passado explica o presente, na realidade, é a forma que os historiadores compreendem o presente que muda a forma que eles vêem o passado. (p. 5)
- No Século XX os ensaios foram utilizados para discorrer questões referentes ao socialismo e ao marxismo. (p. 6)
- Prado Junior utilizou seus ensaios para defender que a história brasileira não permitiria que o socialismo desse um futuro para o país, pois seu traço distintivo era a instituição de uma economia interna nacional. (p. 6)
- Para Prado Junior, o fio condutor da história do Brasil era a transformação da economia colonial na nacional. (p. 7)
- Para Gilberto Freyre, a escravidão no Brasil, devido a família patriarcal, não teria oposto as raças e as classes, mas sim aproximado-as estabelecendo uma relação quase familiar. (p. 7)
CELSO FURTADO, A INTERPRETAÇÃO DA HISTÓRIA DO BRASIL E A QUESTÃO DA COLONIZAÇÃO
- O ensaio de Furtado trata-se de uma análise dos processos econômicos brasileiros. Apresentando a ocupação das terras da América como um episódio da expansão comercial europeia. (p. 8)
- Para Furtado, a nova era do Brasil se desenvolveu com a economia cafeeira que promoveu o início da industrialização no país. (p. 10)
- A industrialização, a abolição da escravatura e a mão-de-obra livre contribuíram com a formação de um mercado interno no Brasil. (p. 10)
- Para uma economia baseada em um mercado interno era necessário um Estado que a regulamentasse, planejasse e orientasse. (p. 10-11)
A INTERPRETAÇÃO DA COLONIZAÇÃO DE FERNANDO A. NOVAIS
- Para Novais, concomitante a tese de Prado Junior, a colonização brasileira só poderia ser entendida a partir do contexto da Europa vista desde o século XIV. (p. 11)
- Para Novais, as colônias não tinham por objetivo o abastecer do mercado Europeu, mas sim serem retaguardas econômicas para a promoção da acumulação de capital por parte das metrópoles, contribuindo na transição do feudalismo para o capitalismo. (p. 12-13)
- A tese de Novais pode ser vista como prejudicial a compreensão dos ensaios de Prado Junior, pois, a mesma promove a necessidade de um aprofundamento na interpretação do que foi a colonização. (p. 14)
CIRO CARDOSO E A CRÍTICA À HISTORIOGRAFIA BRASILEIRA
- Cardoso critica a ideia de que as colônias produziam apenas em função das economias européias e destaca a consistência interna e a relativa autonomia estrutural que elas apresentavam. (p. 15)
- Os escritos de Ciro Cardoso também trazem uma nova visão de sociedade, se antes ela era constituída apenas por grandes proprietários e pelos escravos e o restante da população era vista como uma massa ignorada, agora surgem os médios e pequenos produtores que não eram possuidores de escravos e trabalhavam para si mesmo. (p. 16)
OS DESDOBRAMENTOS DA CRÍTICA DE CIRO CARDOSO: UMA NOVA TENDÊNCIA HISTORIOGRÁFICA
- Cardoso promove uma nova tendência historiográfica, onde, em primeiro momento, têm-se a análise das estruturas internas da colônia e, em segundo momento, preocupa-se com as relações entre colônia e Império Português. (p. 17-18)
- A nova tendência historiográfica chama a época de colonização portuguesa de “Antigo Regime”, esta expressão é utilizada devido ao fato das relações estabelecidas na época não eram puramente econômicas, mas sim, influenciadas pela política. (p. 19)
CONCLUSÃO
- Uma das características das tendências historiográficas é a substituição do enlace passado, presente e futuro pela história que traça um quadro sobre o passado. (p. 22-23)
- Esta nova tendência valoriza amplamente documentos e pesquisas em arquivos. Contrapõe-se aos ensaios e os coloca como generalistas devido sua escassa utilização de fontes documentais. (p. 23)
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