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Genero e sexualidade idade media

Por:   •  3/4/2019  •  Tese  •  4.058 Palavras (17 Páginas)  •  174 Visualizações

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  7- Fundamentação Teórica

A Idade Média foi um período que compreendeu por volta de um milênio, por mais que historiadores discutam sobre a data exata de seu início e sua decadência, foi um período longo de diversas mudanças tanto na sociedade como na fé, que anteriormente se dirigia a diversos deuses, como é o caso dos gregos e até romanos que cultuavam muitos deuses, antes de Constantino o qual proclamou o império Romano como católico. Passou-se a pensar Deus com somente um ser, não mais diversos (JÚNIOR, 2011). É também um período com intensa produção historiográfica e intelectual, que procura sempre analisar os diversos aspectos da vida medieval, como o cotidiano, economia, politica, religiosidade, etc. Por se tratar de uma temática que possui trabalhos de autores tanto com produção consagrada pelas suas pesquisas sobre o tema, como as mais recentes de não tão renomados historiadores que se aprofundam sobre período, procurando com isso entender os diferentes pontos de vista do período medieval.

A idade média é considerada por Hilário como o nascimento da civilização ocidental, o berço dela. Por mais que exista um imaginário de tempo das trevas, para muitos romancistas e até mesmo historiadores, mostraremos que o período medieval foi de grandes mudanças em diversos aspectos do modo de vida como um todo. Trataremos de tais aspectos e suas mudanças por temas.

As estruturas demográficas, com o colapso do império central romano, muitas pessoas deixaram as cidades e foram em busca de proteção dos senhores detentores de grande quantidade de terras, os senhores feudais, que lhes ofereciam proteção, já que o Império não era mais capaz de provir essa segurança as pessoas, trabalho em troca de alimentos. Na questão demográfica a Europa medieval sofreu grandes altas e baixas causadas por diversos fatores. Nos primeiros anos da idade media houve um grande numero de mortalidades,

Contra essa situação no século V um imperador romano proibiu as moças menores de 14 de entrar para o clero, ale de pressionar as viúvas a se casarem novamente em cinco anos, sob pena de caso contrário perderem metade dos seus bens. (JÚNIOR, 2011, p. 20).

Tentando assim promover um maior crescimento populacional, contudo essa retomada somente começou a ocorrer na metade do século VIII (JÚNIOR, 2011)considerada a Alta Idade Média, outro fator que podemos apontar para o baixo contingente populacional, são as praticas anticonceptivas e abortivas, apesar dessas praticas serem desaprovadas pela Igreja Católica, elas eram promovidas. O crescimento continuou aumentando na Idade Média Central, muito desse crescimento se deve ao recuo significativo das pestes e doenças que levavam a óbito grande numero de pessoas, outro fator era a quase inexistência de grandes guerras que levavam como no período do Império Romano, legiões de homens aos campos de batalha, reduzindo a poucos soldados da elite, a cavalo, no medievo.

As inovações tecnológicas para o período, da agricultura, também promoveram um forte crescimento populacional, pois melhoraram alimentação das pessoas promovendo melhor qualidade de vida para elas. Porém o grande crescimento demográfico aliado as condições ideais de proliferação da peste negra, levaram a Europa na Baixa Idade Média (por volta do século XIII) à um número de mortes exorbitantes

A peste negra foi a maior catástrofe populacional da história ocidental: num intervalo de tempo bem menor, matou, em termos absolutos, mais do que a Primeira Grande Guerra Mundial e, em termos relativos, considerando-se a população europeia nos dois momentos, mais do que a Segunda Guerra mundial. (JÚNIOR, 2011, p. 31)

Estruturas econômicas, em uma sociedade baseada na agricultura quase que exclusivamente, o contingente populacional era essencial para a alimentação da população em geral, tanto os camponeses, como os nobres e o clero. Segundo Hilário quanto maior a demografia de determinada região aliado a um solo de qualidade, maior seria a oferta de alimentos. O setor primário sendo assim era o mais importante do período. O feudo (terras do senhor feudal)eram divididas em diversas partes a fim de atender as necessidades do senhor e sua família, a primeira dessas divisões dizia respeito a extensão destinada ao senhoril, a chamada terra indominicata, onde permanecia a casa do senhor feudal, celeiros, pastos, florestas, moinhos, oficinas de artesanatos (JÚNIOR, 2011).

A segunda parte a terra mansionaria, espaços de terras cultivado pelos camponeses, do qual tiravam seu alimento e sustento, e por ter recebido a terra do senhor eram “pagos” encargos, parte desse alimento produzido. Os senhores ainda tinham alguns servos, que também deveriam trabalhar e pagar certos encargos, porém para esse grupo de trabalhadores os tributos eram mais pesados que dos camponeses livres.

Segundo Hilário, o setor secundário, composto pelo artesanato, era praticado principalmente por mão-de-obra  escrava na terra indominicata, pouca era a produção nas cidades, pois essas estavam decaídas, em comparação ao que um dia foram no período do Império Romano. O setor terciário , tudo que se precisava era produzido no próprio feudo, o que tornou o comercio quase inexistente no medievo, porém não se pode radicalizar sobre esse ponto, pois muitos historiadores acreditam que haviam trocas entre os feudos, principalmente quando havia uma grande baixa em determinada produção de um alimento, esse era comercializado com outros senhores.

Porém a partir dos séculos XI-XIII, segundo Hilário os setores da economia feudal sofreram crescimentos significativos, como maior produção de alimentos, fortalecimento do artesanato e um crescimento industrial que foi chamado por historiadores de Revolução Industrial Medieval, onde houve um grande crescimento de oficinas de artesanato, tornando as cidades mais populosas que no inicio do período medieval e criando áreas de produção industrial nessas cidades.

Contudo o fim da Idade Média, a chamada Idade Média Baixa, foi um período de crise, nos setores econômicos, muitos são os fatores que acometeram tal acontecimento, como muitas das terras que estavam sendo cultivadas eram pouco férteis foram logo esgotadas, um alto número de mortalidade. Com a baixa da produção alimentícia, os preços dos alimentos subiu, levando a população a reduzir os gastos com os produtos artesanais, levando a decadência do setor secundário e com as dificuldades que a população em geral passava, até mesmo os nobres o terceiro setor também sentiu o impacto da crise econômica do final da Idade Média.

Estruturas políticas, segundo Hilário Franco Júnior, as esferas politicas e religiosas eram uma só, não se separavam, o monarca tinha caráter sagrado, que governava sob os olhos de Deus e sob sua indicação, o consentimento da Igreja, muitos reis foram eternizados como sendo monarcas messiânicos e milenaristas, que retornariam quando seu povo precisasse deles, como é o exemplo do Rei Artur. Utilizando-se os monarcas para legitimar seu poder a fé cristão e a Igreja para assegurar sua supremacia e poder. O papel do senhor feudal era semelhante ao do Estado, pois cabia a ele todas as funções politicas, fiscais e judiciarias, ele era responsável por todo o feudo, instituindo assim suas leis, de forma que cada feudo era responsável por manter e executar suas funções básicas e manutenção do local. No fim da Idade Média surge a necessidade desses feudos se unificarem para tornarem seu poder maior, dando inicio assim aos processos de unificações da monarquias absolutistas na Europa, dentre as primeiras a concluírem esse processo estão Portugal, Espanha, França e Inglaterra.

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