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Guerra De Canudos

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Por:   •  8/5/2014  •  591 Palavras (3 Páginas)  •  240 Visualizações

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Em 1890, pouco tempo após a Proclamação da República, a fazenda Canudos, da família de Garcia d'Ávila, foi abandonada. Ficava no Sertão Baiano, às margens do rio Vaza-Barris, próximo a Monte Santo, a 410 km de Salvador. O nome Canudos deriva de uma planta local, com haste oca.

Muitos anos antes, em 1861, Antônio Vicente Mendes Maciel, um professor primário e advogado prático, passou a vagar pelos sertões, após ser abandonado pela esposa. Tornou-se conhecido como Antônio Conselheiro por causa de suas pregações.

Muitos pobres, flagelados da seca e ex-escravos passaram a segui-lo. Alguns diziam que ele fazia milagres. Peregrinava pelo sertão com seus seguidores, restaurando capelas, cemitérios e divergindo dos republicanos e dos padres. Acreditava que a Igreja Católica servia aos ricos. Sua aparência despojada e maltratada contribuía para que muitos o repudiassem. Em 1876, foi preso e solto após constatarem sua inocência.

Em 1893, Conselheiro e seus seguidores foram atacados pela polícia, devido a pregações contra a cobrança de impostos. Houve mortes dos dois lados.

No mesmo ano, esses peregrinos fundaram um arraial na fazenda Canudos, chamado Belo Monte. Com o tempo, milhares de sertanejos estabeleceram-se no arraial do novo "messias", chegando a ter cerca de 25 mil habitantes, segundo algumas estimativas. Lá todos tinham abrigo, alimento, trabalhavam e contribuíam para a comunidade. Seus habitantes acreditavam estar em um lugar santo.

Antônio Conselheiro não reconhecia o novo governo da República e pregava o fim do mundo para breve (o conceito de Juízo Final ainda é comum entre os evangélicos). Essa comunidade religiosa, que apenas desejava viver de acordo com suas crenças e recursos próprios, não tinha a simpatia da Igreja Católica, nem de parte da imprensa, muito menos dos governantes.

Cesar Zama, observou em artigo de 1899: Ninguém ignora que gênero de vida levavam os canudenses: plantavam, colhiam, criavam, edificavam e rezavam. Rudes, ignorantes, fanáticos talvez pelo seu chefe, que reputavam santo, não se preocupavam absolutamente de política.

Canudos era, na verdade, uma próspera comunidade. Na Bahia, sua população era superada apenas pela da capital. Criavam gado, vendiam couro, tinham fábrica de rapadura, plantavam frutas e legumes. Todos contribuíam, todos usufruíam.

Em 1896, o Exército foi chamado para dissolver a comunidade. Conselheiro só atacou em defesa de seu povo. As forças republicanas subestimaram o poder de resistência de Canudos, a perspicácia e determinação de seus guerrilheiros. Os militares foram derrotados nas três primeiras tentativas. A primeira expedição militar foi surpreendida e derrotada em Uauá, em novembro de 1896. A segunda foi derrotada em Tabuleirinho, em janeiro de 1897.

Para a terceira expedição foi nomeado o paulista Moreira César, tenente-coronel de infantaria, conhecido como o Corta-Cabeças, pois o Exército não queria ser humilhado novamente. O coronel foi abatido pelos guerrilheiros logo no primeiro dia de combate e sua tropa debandou, com muitas baixas.

Em abril de 1897, organizou-se a quarta expedição. Dessa vez o Exército enviou dois generais, que cercaram Canudos. Em setembro, Conselheiro morreu, possivelmente de doença, talvez de ferimentos.

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