Guerra Dos Canudos
Exames: Guerra Dos Canudos. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: MariaLimaped • 16/9/2014 • 1.479 Palavras (6 Páginas) • 253 Visualizações
Guerra de Canudos
A República se impõe ao sertão a ferro e fogo
No início da Primeira República, no governo de Prudente de Morais, o interior do Nordeste
brasileiro foi palco de um dos maiores conflitos sociais envolvendo a luta das populações pobres
pela posse da terra. As principais causas deste conflito, que desencadeou a Guerra de Canudos,
estão relacionadas às condições sociais e geográficas da região.
Foto de época: parte da última expedição contra Canudos, que contou com 10 mil
soldados
As características geográficas e as condições sociais do Nordeste brasileiro formavam um
conjunto de fatores geradores de um estado de permanente conflito e revolta social. Toda
aquela região era composta de latifúndios improdutivos, que eram grandes extensões de terra
pertencentes a poucos proprietários.
Os coronéis e a seca
Esses grandes proprietários agrários, também conhecidos como coronéis, mantinham uma
enorme massa de sertanejos em condições de absoluta miséria. Como não possuíam terras, os
sertanejos eram obrigados a aceitar as péssimas condições de trabalho impostas pelos coronéis.
A situação de miséria dessas populações era agravada pelas condições do clima da região.
O nordeste brasileiro sofria com as secas, que assolavam toda a região, acabando com as
plantações de alimentos, matando as criações de animais e secando os reservatórios de água.
Todos os anos, a fome e a sede matavam milhares de sertanejos.
Banditismo, fanatismo e conflito social
As condições de miséria das populações que habitavam o interior do Nordeste brasileiro
favoreciam a ocorrência de conflitos e revoltas sociais. Os sertanejos formavam bandos de
cangaceiros que aterrorizam as populações locais e atacavam as fazendas dos coronéis,
roubando tudo que podiam.
O cangaço era uma das formas mais comuns de luta contra a miséria e a fome. O emprego da
violência de forma rotineira e de caráter vingativo, são as marcas do cangaço.
Essas condições também favoreciam o surgimento de líderes religiosos, conhecidos na região
como beatos ou conselheiros. Pregando a salvação da alma, esses religiosos mobilizavam
seguidores e formavam comunidades. Movimentos populares de caráter religioso eram uma
outra forma primitiva de contestar e lutar contra a miséria e a fome. Eles se contrapunham ao
catolicismo conservador vigente, e por esse motivo não eram bem vistos pela Igreja.
Canudos e o Conselheiro
A história de Canudos começa por volta de 1893. Nesta época, no arraial de Canudos, no vale
do rio Vaza-Barris, no interior da Bahia, reuniu-se um grupo de fiéis seguidores do beato Antônio
Conselheiro, que pregava a salvação e dias melhores para quem o seguisse. Em 1896 o arraial já
possuía cerca de 15 mil sertanejos que viviam de modo comunitário. Sobreviviam com a criação
de animais e plantações.
Tudo era dividido entre os habitantes e o que sobrava era comercializado nas cidades vizinhas.
Desse modo, conseguiam obter os bens e produtos que não eram produzidos no local. Para se
protegerem, os habitantes de Canudos organizaram grupos armados. Foi assim que, em poucos
anos o arraial de Canudos se firmou na região como um contestado, passando a reunir cada vez
mais sertanejos que lutavam para mudar suas condições de vida fugindo da miséria e dominação
dos grandes latifundiários.
A Guerra de Canudos
O rápido crescimento da comunidade de Canudos passou a incomodar os coronéis locais e a
Igreja católica. Os latifundiários perdiam mão-de-obra enquanto a Igreja perdia seus adeptos. O
arraial de Canudos passou a ser alvo de inúmeras críticas.
Padres e coronéis faziam pressão para que o governador da Bahia acabasse com Canudos.
Na imprensa, os intelectuais e jornalistas condenavam os habitantes da comunidade sob a
acusação de quererem restabelecer o regime monárquico e chamando os sertanejos de bandos
de "fanáticos" e "degenerados".
O governo da Bahia organizou expedições militares para destruir Canudos. A primeira,
comandada pelo tenente Manuel Pires Ferreira, foi composta por 120 homens e terminou sendo
vencida pelos fiéis de Antônio Conselheiro, que estavam sob o comando de Pajeú e João Abade.
A Segunda expedição, foi composta por 500 homens e foi chefiada pelo major Febrônio de Brito,
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