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Guerra dos Mascate

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Por:   •  5/6/2014  •  Artigo  •  1.529 Palavras (7 Páginas)  •  246 Visualizações

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Guerra dos Mascate

A partir de 1654, a expulsão definitiva dos holandeses de Pernambuco provocou uma grande mudança no cenário econômico daquela região. Os grandes produtores de açúcar que anteriormente usufruíram dos investimentos holandeses, agora viviam uma crise decorrente da baixa do açúcar no mercado internacional e a concorrência do açúcar produzido nas Antilhas. Contudo, esses senhores de engenho ainda possuíam o controle do cenário político local por meio do poder exercido na câmara municipal de Olinda.

Em contrapartida, Recife região vizinha e politicamente subordinada à Olinda era considerado o principal pólo de desenvolvimento econômico de Pernambuco. O comércio da cidade trazia grandes lucros aos portugueses, que controlavam a atividade comercial da região. Essa posição favorável tinha como motivação as diversas melhorias empreendidas na cidade com a colonização holandesa, que havia transformado a cidade em seu principal centro administrativo.

Com o passar do tempo, a divergência da situação política e econômica entre os fazendeiros de Olinda e os comerciantes portugueses de Recife criou uma tensão local. Inicialmente, os senhores de engenho de Olinda, vivendo sérias dificuldades para investirem no negócio açucareiro, pediram vários empréstimos aos comerciantes portugueses de Recife. Contudo, a partir da deflagração da crise açucareira, muitos dos senhores de engenho acabaram não tendo condições de honrar seus compromissos.

Nessa mesma época, a complicada situação econômica de Olinda somava-se ao completo sucateamento da cidade, que sofreu com as guerras que expulsaram os holandeses. Com isso, a câmara de Olinda decidiu aumentar os impostos de toda a região, incluindo Recife, para que fosse possível recuperar o centro administrativo pernambucano. Inconformados, os comerciantes portugueses, pejorativamente chamados de “mascates”, buscaram se livrar da dominação política olindense.

Para tanto, os comerciantes de Recife conseguiram elevar o seu povoado à categoria de vila, tendo dessa maneira o direito a formar uma câmara municipal autônoma. A medida deixou os latifundiários de Olinda bastante apreensivos, pois temiam que dessa forma os comerciantes portugueses tivessem meios para exigir o pagamento imediato das dívidas que tinham a receber. Dessa forma, a definição das fronteiras dos dois municípios serviu como estopim para o conflito.

A guerra teve início em 1710, com a vitória dos olindenses que conseguiram invadir e controlar a nova cidade pernambucana. Logo em seguida, os recifenses conseguiram retomar o controle de sua cidade em uma reação militar apoiada por autoridades políticas de outras capitanias. O prolongamento da guerra só foi interrompido no momento em que a Coroa Portuguesa indicou, em 1711, a nomeação de um novo governante que teria como principal missão estabelecer um ponto final ao conflito.

O escolhido para essa tarefa foi Félix José de Mendonça, que apoiou os mascates portugueses e estipulou a prisão de todos os latifundiários olindenses envolvidos com a guerra. Além disso, visando evitar futuros conflitos, o novo governador de Pernambuco decidiu transferir semestralmente a administração para cada uma das cidades. Dessa maneira, não haveria razões para que uma cidade fosse politicamente favorecida por Félix José.

Guerra dos Emboabas

Na primeira década do século XVIII, os relatos da presença de grandes reservas auríferas na região de Minas Gerais se espalharam rapidamente pelo Brasil e Portugal, ocasionando um grande movimento em direção a essa região. Várias pessoas deixaram suas próprias terras para se aventurarem na busca pelas riquezas da região, no entanto, essa exploração não era tão fácil, visto que já havia um grande número de pessoas interessadas.

Além da região de Minas Gerais já pertencer a São Paulo, foram os paulistas que descobriram as reservas de ouro. Por isso, estes passaram a defender a exclusividade na exploração do ouro. Os estrangeiros, principalmente baianos e portugueses, representavam uma ameaça à exploração dos paulistas, desencadeando vários conflitos armados na zona aurífera.

Devido ao fato dos estrangeiros usarem botas, estes foram apelidados pejorativamente por emboabas (do tupi, aves pernaltas). Os emboabas nomearam o riquíssimo português Manuel Nunes Viana como líder, e os paulistas, o ex-bandeirante Manuel de Borba Gato.

Inicialmente os paulistas sofreram várias derrotas e foram obrigados a abandonar muitas minas. Em represália, organizaram um ataque mais forte, com uma tropa de mais ou menos 1 300 homens, porém não chegaram a Minas Gerais. Tudo isso favoreceu os emboabas, fazendo com que os paulistas perdessem várias minas, obrigando-os a procurarem novas reservas de ouro.

Após a Guerra dos Emboabas, a região passou a ser controlada diretamente pela metrópole. Assim, foram estabelecidas normas que passaram a regulamentar a repartição de lavras entre paulistas e estrangeiros, além da cobrança do quinto, um imposto sobre todas as riquezas geradas pelo ouro.

Guerra dos Bárbaros

Após a expulsão dos holandeses, a Capitania do Rio Grande apresentava o seguinte quadro, descrito por Câmara Cascudo: "a Capitania ficou devastada. A população quase desapareceu. Plantios, gado, destruídos. Os flamengos tinham incendiado as casas principais, queimando livros de registro".

Antônio Vaz Gondim assimiu o governo, tomando medidas para reorganizar a capitania, partindo praticamente do nada. Reconstruindo edifícios (Fortaleza e Matriz), organizando a defesa da cidade, mas, sobretudo, iniciando uma política de povoamento. Lançou os fundamentos de uma infra-estrutura para que fosse possível efetivamente governar a capitania.

Os colonos que viviam no interior, sem recursos para a aquisição de escravos africanos, capturavam nativos. Mais do que isso, os sesmeiros provocavam os naturais da terra para que eles lutassem contra os seus vizinhos,

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