Historia De Itaguaçu Da Bahia

Itaguaçu da Bahia, antes denominada Tiririca de Luizinho, um dos mais antigos aglomerados humanos da região de Irecê, foi fundada em 1725 pelo português Alberto Pires de Carvalho e pela índia tapuia Felícia Pires de Carvalho e emancipada em 24/02/1989.

Na atualidade, Itaguaçu da Bahia passa por um processo de transformações no setor imobiliário, devido ao surgimento de novas habitações provenientes de pessoas, que em sua maioria são oriundas da zona rural ou de municípios vizinhos; além dos itaguaçuenses que retornam de grandes centros como São Paulo e Salvador. Esse fenômeno é responsável pela multiplicidade de hábitos e costumes, caracterizado pela divisão territorial entre a população da Itaguaçu tradicional, formada pela população que reside nas ruas mais antigas (as mais próximas à vereda) e a nova Itaguaçu, formada pela população que reside nas demais ruas (incluindo a Baixa do Gato), no extremo sul da cidade e, as ruas de entorno da prefeitura, destacando-se as Casas Populares, que é a precária fachada da cidade.

Na Itaguaçu tradicional, alguns traços característicos de seus habitantes, como o sotaque, são conservados apesar das influências dos meios de comunicação e do contato com falantes de outras regiões. Isso se reflete positivamente, pois conserva o sotaque característico dos habitantes, preservando-o na memória dos moradores e visitantes. Riqueza cultural esta, enfatizado por Juarez Moras Chaves, que nos possibilita uma análise sobre presente e passado:

[...] Em seguida, as famílias Carvalho, Pereira e Machado vieram para uma localidade mais próxima da serra, onde havia uma vereda e ali fundaram um povoado de nome Tiririca do Luizinho, pois a preocupação constante neste semi-árido desde os tempos mais remoto, sempre foi água.Durante muito tempo este povoado, ficou isolado das outras localidades devido as distância a serem percorridas em lombos de burro, os povoados mais próximo estavam na região da hoje Hidrolândia ( Riacho de Areia), Canabrava ( Uibaí), Traíras, Lagoas ( Presidente Dutra) e Gabriel ( São Gabriel).Devido a este isolamento as pessoas de Tiririca desenvolveram um modo bastante peculiar de se expressarem, não chegando a ser um dialeto, porém em toda região, falado apenas pelos tiriricanos.

Outro fato importante, quanto à ocupação do espaço, na Itaguaçu tradicional, corresponde à divisão social, que ocorre entre os que tem mais e os que tem menos poder aquisitivo. Esse fenômeno social está relacionado à origem étnica da população. Os mais abastados geralmente possuem um fenótipo mais esbranquiçado são os donos das maiores propriedades de terras, ou descendentes destes, são também os maiores criadores de gado, atividade esta que simboliza até a atualidade a riqueza dos cidadãos itaguaçuences, que se complementa com o comércio e a plantação de mandioca e milho. Os com menos poder de aquisição apresentam em seu fenótipo, geralmente, os traços indígenas são pequenos criadores de gado e pequenos produtores de mandioca e milho, grupo este de grande importância para a economia local, sobretudo no passado, quando não havia máquinas agrícolas, sendo estes então, a mão de obra necessária para manutenção da riqueza dos fazendeiros. Esta divisão teve grande reflexos no passado quando se ocasionara uma rivalidade entre os moradores da parte alta (Os de Cima), com os moradores da parte baixa da cidade (Os de Baixo), rivalidade esta que dificultara inclusive a consolidação de relacionamentos amorosos