História Geral da África II
Por: matheusbragaalm • 15/5/2018 • Pesquisas Acadêmicas • 1.646 Palavras (7 Páginas) • 324 Visualizações
História Geral da África II
CAPÍTULO 1
Resumo 1
O primeiro capítulo do livro História Geral da África II, escrito por Cheikh Anta Diop, fala a respeito da origem monogenética da humanidade que foi apresentada pelo professor Leakey e a questão do povoamento do Egito antigo por seres que tinham aspectos iguais aos dos homens atuais. Os primeiros homens, segundo o texto, “eram etnicamente homogêneos e negroides”. Além disso, é afirmado que as rotas através das quais esses homens utilizaram para se deslocar e povoar os outros continentes, eram o Saara e o Vale do Nilo.
Segundo o autor, mesmo trabalhando com evidências fisiológicas, a arbitrariedade dos critérios utilizados pelos antropólogos físicos, evita que sejam construídas verdades de bases sólidas a partir das descobertas na área de antropologia física. Isso também gera muitas controversas entre os antropólogos, porém, mesmo havendo certa discordância nas conclusões dos estudos antropológicos, a uma aprovação unânime da afirmação de que existia uma raça negra desde o período da Pré-História até o era das dinastias.
Além disso, o autor mostra os estudos de Thomson e Randall MacIver, que tenta dividir os homens pré-dinásticos entre três grupos, e após isso, dar uma estimativa percentual do elemento negroide no período anterior as dinastias, mas o estudo é contestado por Kieth, devido a discordância no que se refere a metodologia aplicada pelos dois pesquisadores para chegar até a quantidade de negros que habitavam a região do Vale do Nilo. Mesmo existindo algumas desaprovações acerca dos números de indivíduos com aspecto negroide no período pré-histórico, há concordância na tese de que o elemento negroide era preponderante e que não se infiltrou no Egito em um período posterior ao início da era dinástica.
Já os estudos de Petrie, apresentado no capítulo, apontam que existiam sete tipos raciais nos períodos pré-dinástico e proto-dinástico e os métodos de Petrie mostrados no texto dão uma noção da arbitrariedade contida na maneira de classificar a raça dos antigos egípcios.
A questão das informações acerca dos aspectos físicos dos antigos egípcios apontadas pela antropologia física como sendo os verdadeiros, é suprimida nos manuais de grande difusão, segundo o texto: “Nos manuais de maior divulgação, entretanto, a questão é suprimida: na maioria dos casos, afirma-se simples e claramente que os egípcios eram brancos…”.Diante disso, o texto prossegue mostrando que por conta deste tipo de afirmação, os leigos no assunto pensam que há fundamento nesse tipo de informação, e o mesmo tipo de afirmação está presente nos livros didáticos de colegial, logo, muitas pessoas são enganadas com alegações distorcidas.
Outra vez os estudos feitos por Flinders Petrie são mostrados pelo autor neste capítulo. Desta vez, o assunto é um povo denominado Anu, que, nas representações encontradas, aparecem sempre por meio de emblemas de chefia, fato que não é visto em outras raças, pois, diferente dos Anu, os outros povos aparecem invariavelmente como estrangeiros infiltrados e servis. Ademais, algumas cidades fortificadas no Vale do Nilo construídas pelos Anu são denotadas pelo autor e também que, os elementos indo-europeus ou semitas são sempre representados com marcas de servidão ou cativeiro.
Ainda no presente capítulo, métodos para determinar os aspectos físicos dos povos da pré-história são mostrados. Eles são o teste de dosagem de melanina e medidas osteológicas ou osteometria. A dosagem de melanina, segundo o texto, é um método para determinar, por meio de estudos em laboratório, a existência ou não da substância denominada melanina na camada mais externa da pele(epiderme), o texto mostra também que o método gerava controversas, isso ocorre em virtude do material de embalsamamento danificar e exaurir a melanina do tecido epitelial mais externo, porém, logo depois dessa afirmação, há uma defesa do método, pois, mesmo que o material de embalsamamento danifique o tecido, os melanócitos que penetram a região da derme, garantiam a existência da melanina em uma camada mais interna do tecido que não sofria por ação do material de embalsamamento.
Além desse método, outro também é apresentado. As medidas osteológicas, segundo o autor, é a maneira menos enganadora e segundo os resultados obtidos a partir desse método, os antigos egípcios eram negros. O autor também usa autores greco-latinos contemporâneos dos antigos egípcios para mostra as características físicas dos egípcios. A incrível concordância entre as narrativas de personalidades como o historiador Heródoto, que fala da circuncisão praticada pelos antigos egípcios, o filósofo Aristóteles, o geógrafo Estrabão e outros autores citados no capítulo não deixam dúvidas, os egípcios eram negros, tinham pernas finas, lábios grossos e cabelo crespo.
Para extinguir qualquer dúvida com relação a aparência dos antigos egípcios, o autor mostra dados sobre como os egípcios viam a si mesmos. O termo que aparece para designar a coloração dos egípcios é kmt,= “os negros”, mas, mesmo diante dessa evidência, o texto fala que ainda há tentativas de distorção de para que o termo signifique “branco” em egiptologia, sendo que para os próprios egípcios, segundo o autor, significa “preto carvão”. Em seguida, Anta Diop prossegue mostrando outros termos que designavam a nacionalidade dos egípcios, e também, que usavam essas expressões supracitadas para marcar suas diferenças em relação a outros povos.
Ademais, o autor apresenta os epítetos divinos que eram usados para designar os principais deuses benévolos do Egito, e também, como eram qualificados os espíritos malévolos. Segundo o texto, os deuses eram denominados invariavelmente com epítetos de negro ou preto, um exemplo apresentado pelo autor é o termo “o Grande negro”, utilizado para se referir a Osíris, já os espíritos malévolos recebiam, como pronome de qualificação, o termo desrêt=vermelho.
Mais um dos aspectos abordados no capítulo é a cultura egípcia, dando ênfase a circuncisão e ao totemismo praticados pelos antigos egípcios. Segundo o autor, a circuncisão é de origem africana, o trecho mostra conclusões que Elliot-Smith obteve a partir de múmias bem preservadas, no qual revelam que a prática da circuncisão era feita pelos egípcios desde a proto-história. Outra questão abordada pelo autor é o totemismo egípcio, refutando os defensores da tese da zoolatria.
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