História Subprefeitura De Capela Do Socorro

Subprefeitura de Capela do Socorro

Resumo

É formada pelos distritos de Socorro, Cidade Dutra, Grajaú, com uma superfície de 134 Km², que corresponde a 8,8% do território do município. Cerca de 90% de seu território está inserido em área de proteção aos mananciais responsáveis pelo abastecimento de 30% da população da região metropolitana de São Paulo.

Processo de urbanização

A montagem do sistema hidrelétrico de São Paulo foi de fundamental importância para seu desenvolvimento. Com a energia fornecida pela Usina Edgard de Souza em Santana do Parnaíba concluída em 1901,a capital de São Paulo começou a desfrutar de bondes e iluminação elétrica. Ambos instalados pela The São Paulo Trainway, Light and Power Company, mais conhecida por Light São Paulo. Também surgiram as primeiras indústrias.

Com o crescimento urbano e a industrialização, aumentou muito o consumo de energia, levando a Light a procurar novos locais para instalação de usinas hidrelétricas. Surgiu então a ideia de represar os rios nascidos no planalto, que correm para o interior e não para o mar, mudando-lhes o curso e fazendo-os cair do alto da serra do mar para a usina hidrelétrica embaixo. Em 1927,com a Usina de Cubatão em funcionamento, a Light viu que retificando, canalizando e invertendo o curso do Rio Pinheiros, poderia usar as águas do Rio Tietê e aumentar a capacidade de geração da represa.

Estas obras agregaram uma valorização

do espaço, da várzea do rio canalizado. A Light se beneficiou disso, mas as obras de retificação do Rio Pinheiros levaram 30 anos, e quando ficaram prontas em 1958 já não atendia a necessidade de consumo de energia da cidade.

A Represa de Guarapiranga, inicialmente construída para geração de energia elétrica, perdeu sua função com a construção da Billings, e em 1928 passou a ser usada como fonte de água potável para a região sul de são Paulo.

Na década de 30 o município de Santo Amaro foi anexado a cidade de São Paulo. No decreto de anexação, considerava-se que no plano de urbanismo da cidade de São Paulo, Santo Amaro estava destinado a constituir um de seus mais atraentes lugares de diversão. O governo prometia ajudar na criação de hotéis e estabelecimentos balneários. A região já era um lugar de passeio desde a inauguração da represa de Guarapiranga, e contava com uma linha de bonde que ia do centro até a Capela do Socorro. O lago atraía muitas excursões e foi um dos primeiros passeios do paulistano. Em volta da represa surgiram residências de recreio, clubes náuticos e restaurantes. Aos domingos era enorme o número de pessoas que iam para descansar. Era um lugar calmo e longe de São Paulo, aonde pessoas pobres e ricas vinham do centro da cidade para fazer piquenique e passear. O bonde que levava os paulistanos vinha da praça João Mendes, passava pela Sé, Vila Mariana, Brooklin e depois ia para socorro.

Em 1933 foi inaugurada a autoestrada que ligava São Paulo a Santo Amaro, uma obra privada, da companhia S/A Autoestradas, dirigida por Louis Romero Sanson. O trajeto total tinha 14 quilômetros, começando na Avenida Brigadeiro Luís Antônio até o pedágio na Vila Sophia, próximo à Chácara Flora, seguindo uma variante para a represa de Guarapiranga. Em 1940, foi construída uma variante em direção à represa, que dava acesso exclusivo à Cidade Satélite de Interlagos e ao autódromo.

Em 1937, a companhia Auto Estradas iniciou a construção de uma cidade satélite balneária em Interlagos, com o objetivo de urbanizar a região da represa de Guarapiranga. A cidade balneária seguia os loteamentos da cidade jardim, que seguia um alto padrão que incluía áreas de lazer, uma praia com areia trazida de Santos e o Autódromo de Interlagos.

A ocupação da Capela do Socorro está estreitamente relacionada à expansão e estruturação urbanas da Subprefeitura de Santo Amaro, à qual esteve administrativamente ligada até 1985. Até a década de 40, Capela do socorro era ainda pouco ocupada. No entanto, esses anos marcam o início do processo de abertura de loteamentos industriais em Santo Amaro que, pela proximidade, começam a afetar a dinâmica urbana da região de Capela. Os trabalhadores das empresas de Santo Amaro encontram lá, um local mais acessível para morar.

Ao longo dos anos, o empreendimento da cidade balneária, tornou-se um local

desvalorizado, poucas famílias se fixaram na região. Em um meio essencialmente rural, desenvolveram-se vários povoamentos ao longo de estradas locais ou nos entroncamentos de estradas, à medida que elas passaram a ser percorridas por linhas de ônibus. Entre esses núcleos, destacava-se pela sua importância, Rio Bonito, situado no entroncamento da então estrada estadual Engenheiro Marsilac com a Estrada do Clube de Campo. Mais ao sul destacava-se a Vila São José, onde já existia um bairro rural de mesmo nome. Estes dois povoados se transformaram, posteriormente, em polos em torno dos quais surgiram densos subúrbios, pois em 1975 é criada a Lei de proteção dos Mananciais, que passa a regulamentar a ocupação da região de Capela do Socorro. A Lei definiu faixas de ocupações dos terrenos e determinou um padrão para se construir nessas faixas, também dificultou o licenciamento de empreendimentos na área. Como não havia fiscalização suficiente, gerou uma expansão sem controle dos loteamentos ilegais e das favelas na região.

Na década de 80, ocorre uma dinamização na área industrial que gerou grande atração de mão de obra para trabalhar na indústria de São Paulo. O fluxo populacional que veio para a região na década de 80 se instalou próximo às áreas dos mananciais que estavam desvalorizadas em função da legislação restritiva. Como a Lei de Proteção aos mananciais não permite intervenção do Estado, as moradias

irregulares continuam desembocando detritos no reservatório.

Dados demográficos da Subprefeitura de Capela do Socorro

Capela do Socorro

Distrito

Área (km²)

População (1996)

População (2000)

População (2010)

Densidade demográfica (Hab/km²)

Cidade Dutra

29,30

196.360

191,203

196.360

6.702

Grajaú

92,00

360.787

331,837

360.787

3.922

Socorro

12.90

37.783

39,139

37.783

2.929

TOTAL

134,20

594.930

562,179

594.930

4.433

Seus distritos

Cidade Dutra

O distrito de Cidade Dutra nasceu de um pequeno bairro de classe média construído para ser habitada por funcionários da antiga Light e da Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC) nos primeiros anos de 1940. As terras pertenciam à Companhia Auto Estradas S.A. (empresa que já havia implantado o bairro de Interlagos).

Uma grande área foi vendida com todos os melhoramentos a preço baixo ao Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Serviços de Transportes, que cuidou da venda e escolheu o nome do bairro. Num Primeiro momento foram construídas quinhentas casa geminadas com dois dormitórios, além de hospital, igreja, mercado, feira livre e até cinema, e contou com o serviço regular de transporte coletivo para o centro.

Nos primeiros tempos o bairro – bem distante do centro – foi seguindo sua vidinha calma de gente operária. A partir das décadas de 1950 e 1960 o crescimento desordenado foi tomando conta da região, e

pequenas vilas foram surgindo do nada e lentamente se agigantando.

Na entrada do terceiro milênio, a Cidade Dutra é um dos maiores distritos da zona Sul de São Paulo.

No distrito, está localizado o Autódromo José Carlos Pacce, também conhecido como Autódromo de Interlagos, onde, desde 1989, acontece o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, além de outras competições de automobilismo. É servido de duas estações de trem da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos: Estação Autódromo, localizada a 600m do Autódromo de Interlagos e a Estação Primavera-Interlagos, localizada no cruzamento da Avenida Presidente João Goulart, com a Rua Jequirituba.

Também está localizado, no distrito, o Sesc Interlagos, um local de diversão com 500 000 m², com quadras, churrasqueiras, piscinas e muito verde e o Clube de Campo de São Paulo, este localizado no bairro de Vila São José. É cortado pela Avenida Senador Teotônio Vilela, sendo esta servida pelo Corredor Parelheiros-Rio Bonito-Santo Amaro, principal acesso da região a Santo Amaro.

Socorro

As terras da Capela do Socorro pertenciam à aldeia de Guarapiranga no século XVI, e lá viviam os índios Guaianases, visitados com frequência pelo padre José de Anchieta. No inicio do século XVIII a área passou a ser conhecida por Socorro.

Mais foi somente no século XIX que o local começou a receber habitantes, principalmente depois do inicio da construção da Represa de Guarapiranga.

Por

volta de 1920, uma grande área foi loteada e algumas indústrias se instalaram nas imediações, o que trouxe um crescimento rápido para o bairro. Em 1938, a Capela do Socorro, que já era um bairro industrial, foi elevado à categoria de subdistrito. Uma das principais vias de acesso é a Avenida Robert Kennedy, antigamente conhecida como Avenida Atlântica.

Evidentemente, com o grande progresso de Socorro, os seus problemas aumentaram e, hoje, vão desde a segurança pública até a falta de postos de saúde.

Grajaú

O Grajaú é o terceiro maior e o mais populoso distrito da cidade. Apesar de problemas políticos e sociais, o Grajaú vem demonstrando um alto índice de desenvolvimento social com o grande crescimento do comércio varejista, a melhora do ensino público e a queda do desemprego da região. A sua maior via, a Avenida Dona Belmira Marin, é considerada o centro comercial do distrito, pela quantidade de comércios existentes nela (mais de quatrocentas lojas). Entre eles, o que mais se destaca é o comércio de roupas e calçados, além das 5 agências bancárias.

Embora o Grajaú ainda sofra com a escassez do investimento público na área da saúde, o distrito abriga um hospital de grande porte, o Hospital Estadual do Grajaú, que é responsável pela população local e de distritos próximos. Mas, ultimamente, o governo começou a investir nos postos de assistência médica ambulatorial, aumentando o número de unidades, visando a

diminuir a espera nas filas, causada pela alta demanda da população que o Hospital Grajaú recebe diariamente. O distrito também vem recebendo investimentos públicos na revitalização de calçadas das vias principais e reforma nas escolas do ensino público.

Hidrografia de Capela do Socorro

A região de Capela do Socorro estende-se por uma vasta área abaixo dos canais dos rios Jurubatuba e Guarapiranga, limitando-se ao norte com a Subprefeitura de Santo Amaro através do Rio Jurubatuba; a leste com a Subprefeitura da Cidade Ademar e os Municípios de Diadema e São Bernardo do Campo, separados pela Represa Billings; a oeste com a Subprefeitura de M’boi Mirim, através do Rio e a Represa do Guarapiranga; e, ao sul, com a Subprefeitura de Parelheiros. Cerca de 90% de seu território está inserido em área de proteção aos mananciais responsáveis pelo abastecimento de 30% da população da região metropolitana de São Paulo.

Represa de Guarapiranga

A Guarapiranga é um dos principais mananciais da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). Abastece quatro milhões de pessoas residentes na zona sudoeste da capital paulista, incluindo as regiões de Santo Amaro, Morumbi, Pinheiros e Butantã, e parte da população de Taboão da Serra.

É o mais ameaçado dos mananciais que abastecem a cidade. Segundo dados da Diagnóstica Guarapiranga 2005, do Instituto Socioambiental, a população que vive ao redor da represa

aumentou em quase 40% entre 1991 e 2000 e são estimadas em aproximadamente 800 mil pessoas. A qualidade das águas dos rios e da represa piora ano a ano, a vegetação, indispensável para que a região possa produzir água, está cada dia mais escasso e a maior parte do esgoto coletado continua sendo despejada na represa, uma vez que não existem redes de exportação e transporte para fora da bacia.

Com o objetivo de regularizar a vazão da Represa Guarapiranga, que já vinha sendo explorada acima de sua capacidade ao longo dos anos, foi construída a interligação do braço Taquacetuba da represa Billings com o rio Parelheiros, afluente da margem direita da Guarapiranga. O projeto previa a adução de dois mil litros por segundo, em uma primeira etapa, quantidade que, após a realização de testes para a comprovação de que a transposição traria impactos positivos para a Guarapiranga, poderia dobrar. Em função dos períodos de estiagem dos últimos anos, o Taquacetuba vem sendo usado no máximo de sua capacidade.

Números

Área da Bacia Hidrográfica da Guarapiranga: 63.911 hectares (639 Km²)

Área da represa: 2.600 hectares (4% da área da bacia)

Municípios parcialmente inseridos na área da bacia: 5 - Cotia, Embu, Juquitiba, São Lourenço da Serra e São Paulo

Municípios totalmente inseridos na área da bacia: 2 - Embu-Guaçu e Itapecerica da Serra

População abastecida pela represa: 3,8 milhões

População residente na bacia: 800

mil pessoas

Área ocupada por atividades humanas: 59% da bacia

Área urbana: 17% da bacia

Área com vegetação natural: 37% da bacia

Represa Billings

O espelho d'água da Billings tem aproximadamente 100 Km² e sua bacia hidrográfica estende-se por mais de 582 km², nos municípios de Ribeirão Pires, Diadema, Rio Grande da Serra, São Bernardo do Campo, Santo André e São Paulo. A represa surgiu em 1925 para gerar energia elétrica e movimentar as principais indústrias de São Paulo.

Atualmente, é responsável pelo abastecimento de 1,6 milhão de pessoas em Diadema, São Bernardo do Campo e parte de Santo André. A captação da água para tratamento é feita no braço Rio Grande e são produzidos 4,8 mil litros de água potável por segundo.

Das seis cidades banhadas pelas águas da Billings, quatro são atendidas diretamente pela Sabesp com os serviços de distribuição de água e coleta de esgotos: São Paulo, São Bernardo do Campo, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.

Nos últimos anos, a empresa realizou ações para elevar os índices de coleta, afastamento e tratamento de esgoto no entorno da Billings, região em que moram atualmente cerca de um milhão de habitantes, melhorando as condições ambientais da represa e a qualidade de vida a população.

Em função do elevado crescimento populacional e industrial da Grande São Paulo ter ocorrido sem planejamento, principalmente ao longo das décadas de 50 a 70, a represa

Billings possui grandes trechos poluídos com esgotos domésticos, industriais e metais pesados. Apenas os braços Taquecetuba e Riacho Grande são utilizados para abastecimento de água potável pela Sabesp.

A pesca amadora é muito praticada, devido às espécies de peixes encontradas, como Tilápias, lambaris, carpas húngaras e traíras, entre outras.

Bibliografia

PREFEITURA DE SÃO PAULO. Conheça um pouco da História de Capela do Socorro. Disponível em . Acesso em:14 de Abril de 2014.

WIKIPÉDIA. Capela do Socorro. Disponível em < http://pt.wikipedia.org/wiki/Subprefeitura_da_Capela_do_Socorro>. Acesso em:14 de Abril de 2014.

WIKIPÉDIA. Cidade Dutra. Disponível em < http://pt.wikipedia.org/wiki/Cidade_Dutra_(distrito_de_S%C3%A3o_Paulo)>. Acesso em:14 de Abril de 2014.

WIKIPÉDIA. Autódromo de Interlagos. Disponível em < http://pt.wikipedia.org/wiki/Aut%C3%B3dromo_de_Interlagos>. Acesso em:14 de Abril de 2014.

PEDRO GORSKI. História do bairro Capela do Socorro/SP – O Balneário.Disponível em < https://www.youtube.com/watch?v=3ZVAWATdTVA>. Acesso em 14 de Abril de 2014.

SABESP. Os 85 anos da represa Billings. Disponível em: < http://www.sabesp.com.br/CalandraWeb/CalandraRedirect/?db=&docid=79B27DEE3C53E2F2832576F50052351A&proj=AgenciaNoticias&pub=T&temp=4 >. Acesso em 14 de Abril de 2014.

DE OLHO NOS MANANCIAIS.Guarapiranga: Histórico. Disponível em . Acesso em 14 de Abril de 2014