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História do café no Brasil e sua influência na cidade de Macaé

Por:   •  25/8/2017  •  Artigo  •  1.708 Palavras (7 Páginas)  •  419 Visualizações

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Resumo

O objetivo deste artigo consiste no estudo do ciclo do café no Brasil, desde a chegada da semente Coffea arábica (nome científico da planta) até a sua influência na economia do país, além de ressaltar, principalmente, o seu cultivo na cidade de Macaé.

Palavras-chave: Café. Cultivo. Macaé.

Abstract 

The objective of this article is to study the coffee cycle in Brazil, from the arrival of the seed Coffea arabica (scientific name of the plant) to its influence in the country 's economy, besides highlighting, mainly, its cultivation in Macaé city.

Key Words: Coffee. Cultivation. Macae.


Como o café chegou ao Brasil.

O café é uma bebida milenar admirada em todo mundo. Proveniente da África, suas características estimulantes fizeram com que este nobre líquido fosse consumido em todos os países. Hoje, o café possui diversos sabores, podendo ser misturado a outros inúmeros ingredientes e ingerido quente ou frio

A Coffea arábica(nome científico) chegou ao Brasil por meio do sargento Francisco de Melo Palheta, que no ano de 1727, ganhou a planta clandestinamente da Sra. Orvilliers, esposa do governador de Caiena (capital da Guiana Francesa e vizinha do grande produtor Haiti).

De volta ao Pará, onde residia, Sr Palheta plantou e cultivou a semente que na época era considerada rara. Foi como planta exótica de jardim e quintal, que do Norte chegou ao Sul do país como sendo cultivada apenas para consumo próprio.

Quando o café chegou ao Rio de Janeiro, por volta de 1776, os agricultores fluminenses do estado perceberam que só o cultivo de cana-de-açucar não era o suficiente como produto de consumo internacional, pois, existia uma grande concorrência com o açucar das Antilhas, a partir daí, o cultivo do café para exportação foi experimentado. Esse momento foi primordial para a economia do país, pois, enquanto o Haiti, maior produtor e exportador do mundo enfrentava uma prolongada guerra de idependência e deixava de suprir os países consumidores, o Brasil ocupava seu lugar chegando a exportar mais de 50% do consumo mundial.

No Brasil, as condições para o cultivo de café eram favoráveis, o clima era bom, o solo era rico e a mão de obra era farta e barata, dado que, no início eram escravos e depois foram imigrantes.

Figura 1

[pic 1]

Cafezal do russo Langsdorff dono da Fazenda Mandioca, ano de 1840

É importante ressaltar que nesse período a Europa estava vivendo uma revolução industrial, portanto, os países que se industrializavam, como Inglaterra e França, não tinham o interesse em dedicar-se a agricultura de exportação. Toda a força desses países estava focada na atividade industrial, visando a exportação de suas mercadorias e investimentos que proporcionavam altos lucros. No entanto, havia um incentivo à produção agrícula dos países que estavam sob controle Europeu e, como o Brasil ainda era colônia de Portugal, não existia permissão de instalar nenhum tipo de fábrca no país, restando apenas a produção de café.

Brasil cafeeiro

Na Europa e nos Estados Unidos, o consumo da bebida elevou-se bastante tornando necessário suprir esses mercados, porém, a navegação encontrava-se em fase de expansão, facilitando o transporte de mercadorias até os lugares mais remotos do mundo sobretudo porque, com a revolução das Antilhas, os preços do café se elevaram, beneficiando outros concorrentes.

Chegando ao Rio de Janeiro, ainda no século XVIII, sementes e mudas de café começaram a ser plantadas intensamente nas fazendas dos grandes senhores de engenho, tornando a cidade um enorme cafezal que cobria boa parte dos morros da Gávea, Corcovado, Tijuca e Jacarépaguá. A partir daí, o plantio tomou novos rumos, expandindo-se pela baixada fluminenese, vale do Paraíba, Vassouras, Valença, Barra Mansa e Resende, municípios que se tornaram grandes produtores.

Após essa expansão, senhores de outros estados como Minas Gerais e São Paulo se interessaram pelo plantio do café, portanto, de 1727 a 1830, o Brasil deu seus primeiros passos para que, em 1840, se tornasse o principal fornecedor de café da Europa e dos Estados Unidos.

Semear, cultivar e exportar.

A cafeicultura no Brasil beneficiou-se da estrutura escravista do país, sendo incorporada ao sistema plantation, caracterizado basicamente pela monocultura voltada para a exportação, a mão de obra escrava e o cultivo em grandes latifúndios.

As técnicas usadas para a produção de café eram simples, primeiramente desmatavam as terras onde era era necessario expandir as áres agricultáeis para que fosse possível colocar as mudas da planta. Segundo Martins (1999, p.09) “Desde o início, o café foi mal plantado. Os agricultores adotaram a técnica primitiva, herdada da lavoura colonial, de derrubar a mata e queimar a roça. Com esse procedimento o solo se esgotava rapidamente e o pé de café tinha curta duração, obtendo-se apenas vinte anos, no máximo, de produção, após o que se devia partir para novas terras. Por isso seu caráter de cultura itinerante, sempre em busca de terras virgens.”

Para a conservação das plantas, eram necessarias apenas enxadas e foices, a colheita era feita de forma manual pelos escravos, que após essa tarefa colocavam os grãos para secar. Uma vez seco, o café era manipulado por monjolos, máquinas de madeira formadas por pilões que socavam os grãos. Ao fim deste processo, o café era transportado em lombos de mulas para o porto do Rio de Janeiro, de onde era exportado.

Figura 2[pic 2]

Embarque do café no Porto de Santos, em fotografia de 1880 feita por Marc Ferrez (1843-1923)

Com o aumento da obtenção de lucros, foi dado início ao processo de modernização da economia e da sociedade brasileira. Um dos marcos dessa modernização foi a construção de ferrovias que facilitavam os transporte, aumentando a velocidade e otimizando o processo de exportação.

Surgiram ainda os chamados comissários do café, homens que exerciam a função de intermediários entre os latifundiários e os exportadores. Além de controlarem a venda do produto, garantiam aos latifundiários acesso a créditos para a expansão da produção e também viabilizavam a compra de produtos importados.

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