Histórico De Assis Reis

De família baiana, Francisco de Assis Couto dos Reis, mais conhecido como Assis Reis, nasceu em 24 de Outubro de 1926 em Parnaíba, no estado de Sergipe, onde acabou se fixando pela sua infância e maior parte da sua juventude. Foi na cidade paraibana que, através do seu professor de topografia e grande mestre, Alfredo Amstein, ele teve seu primeiro contato com as belas artes, o desenho, a pintura e a arquitetura. Ao ganhar um livro de Leonardo da Vinci, se propôs a ser igual a ele, decidindo assim seguir a carreira de arquiteto.

No intuito de continuar seus estudos, decidiu em 1943 mudar-se para o Rio de Janeiro, onde daria prosseguimento à busca pela sua vocação. No entanto, a caminho do Rio, durante escala em Salvador, se apaixonou pela cidade, na qual viu a possibilidade de se firmar profissionalmente e de onde nunca mais saiu. Salvador passava por um momento importante ao iniciarem-se, nesse mesmo ano, as atividades e trabalhos do Escritório do Plano de Urbanismo da Cidade do Salvador (EPUCS), a qual Diógenes Rebouças era o diretor aquele tempo. Foi através da visão global da cidade que o escritório lhe permitia que ele pôde ver e compreender a sua arrumação. E mesmo com o fim da EPUCS no final da década de 50, todo o aprendizado dessa experiência o acompanharia ao longo da sua formação e atuação profissional, moldando assim sua forma de “pensar a cidade”.

Diógenes identificou a habilidade de Assis com desenho e a sensibilidade com a cidade e sugeriu que ele fizesse o curso de arquitetura, o qual ele iniciou na Faculdade de Arquitetura do Estado da Bahia, atual UFBA, concluído em 1957.

Apesar de Assis integrar a equipe do escritório de Diógenes desde antes da sua formatura, foi a partir da conclusão do curso que se constituiu, de fato, uma parceria com o mestre. Diógenes o convidou para trabalhar com ele, e eles trabalharam juntos por aproximadamente 6 anos.

Alguns anos mais tarde, ele se incorpora à Universidade Federal da Bahia como professor de graduação e pós-graduação da Faculdade de Arquitetura.

Entre os anos de 1968 e 1978, Assis passou por um tempo de experiências a qual serviu para que, com seu prestígio já consolidado, o fizesse se arriscar em um campo até então por ele não enveredado, participando de depoimentos em um livro organizado pelo IAB-RJ, o que foi determinante para adquirir, por um lado, relevância e confiança como teórico e crítico graças à “bagagem cultural” e prática profissional acumulada e, por outro, a “possibilidade de afirmação dos caminhos” que buscava, como afirma Pedro Nery. Uma informação que poucas pessoas sabem é que ele também deixou dois livros por publicar. Um sobre praças, completamente pronto, e outro sobre modelos reduzidos 99% pronto, faltando apenas ser editado.

Em 20 de Abril de 2011, Assis falece em Salvador aos 84 anos, deixando muitos projetos sem se completar.