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Idade média, Idade Das Trevas?

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Por:   •  8/3/2015  •  632 Palavras (3 Páginas)  •  728 Visualizações

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5. IDADE MÉDIA, IDADE DAS TREVAS?

Conforme já dissemos, a Idade Média foi vista prioritariamente

como um período histórico intermediário entre a grandeza da civilização antiga greco-romana e o progresso do Humanismo

moderno.

Essa construção conceitual de “tempo intermediário” se

deve à própria necessidade dos homens renascentistas de valorizarem

seu próprio tempo. Essa valorização se iniciou com o reconhecimento

da superação de valores e instituições que os renascentistas

entendiam ser de origem medieval.

De um esforço duplo entre os humanistas do século 14 (que

viam na Idade Média o obstáculo para o resgate dos preceitos culturais

greco-romanos) e os reformadores protestantes (que propunham

o retorno ao texto sagrado, já que a Igreja Católica, com

seus dogmas, desviava-se cada vez mais da autenticidade da lei de

Deus proposta pela Bíblia) criou-se a ideia de Idade Média como

um tempo de decadência entre os dois auges da civilização ocidental.

Note que essa ideia ainda é corrente nos dias atuais.

Diante desse contexto, o italiano Petrarca (1304-1374), com

o auxílio de outros renascentistas italianos, como Michelangelo

(1475-1564), cristalizou a expressão medium tempus. Tal expressão

desmerecia os referenciais deformados que a Idade Média tinha

construído sobre os valores antigos.

Dispostos a promover um esforço para resgatar o esplendor

dos primeiros tempos do mundo, pensadores e artistas criticaram

o uso medieval dos valores antigos e buscaram restituir a pureza e

a autenticidade filológica da Antiguidade Clássica. Os humanistas

modernos viam-se incumbidos de fazer renascer a vida culturalmente

rica daqueles tempos. Com base nessa concepção, o mito

da "Idade das Trevas" foi erigido diante da formatação de outra

denominação, o "Renascimento".

Na segunda metade do século 16, a caracterização "Idade

das Trevas" foi ainda mais difundida, enquanto seu sentido renascentista

se mantinha. Para os homens do século 17, a Idade Média

continuava sendo o período da ausência de civilização, da barbárie,

da decadência artística, política e econômica do Ocidente. Ou seja,

Claretiano - Centro Universitário

© U1 - A Construção da Idade Média: Um Aporte Historiográfi co 41

o momento do estancamento do progresso material e espiritual

do Ocidente, o qual apenas teria escapado dessa estagnação graças

à ação emancipadora do Humanismo moderno renascentista.

O francês Du Cange (1610-1688) e o alemão Christopher Cellarius

(1638-1707) ajudaram a disseminar essa interpretação, com

a edição de seus respectivos manuais: Glossário da latinidade medieval

e tardia e Historia Medii Aevi.

Entretanto, o ponto áureo do menosprezo à Idade Média

veio com o desenvolvimento do movimento iluminista. Embebido

do ideal da Razão emancipadora – que deveria conduzir os

homens diante das crendices religiosas e místicas – os iluministas

pretendiam

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