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Keith Jenkins sobre as consequências de uma virada linguística

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Por:   •  15/3/2014  •  Artigo  •  330 Palavras (2 Páginas)  •  362 Visualizações

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Os historiadores ainda tem dificuldades para lidar com todas as conseqüências da virada lingüística (linguistic turn). O deslocamento da ênfase na experiência para a valorização da linguagem colocou em crise a idéia de que os fatos poderiam ser considerados de forma independente de aspectos interpretativos, ou seja, como se estes não fossem construtos sociais intersubjetivos. O filósofo da história Hayden White ainda é tido como um dissidente radical por destacar o aspecto literário e retórico da construção e avaliação das narrativas históricas. Por isso mesmo, o inglês Keith Jenkins causa mal estar ainda maior entre os historiadores profissionais, já que, além de se posicionar a partir do nominalismo metodológico, caminha numa direção pós- nietszcheana, desdobrando em sentido prático as conseqüências da virada lingüística. Noutras palavras, Jenkins radicaliza este movimento de ênfase na linguagem, acompanhando a abordagem do filósofo norte-americano Richard Rorty, numa direção pós-nietzschiana. Jenkins fez seu Ph.D. em teoria política com uma tese em que dialogava com Nietzsche, Freud e Sorel. Apesar de seu interesse pela teoria política, a ausência de oportunidades de emprego fez com que migrasse para a História, passando a integrar o departamento desta disciplina na University College Chichester em 1978. Neste centro de formação teve oportunidade de ter contato tanto com estudantes de pós-graduação, quanto com professores secundaristas em formação. Nesta posição percebeu a dificuldade, e mesmo hostilidade, destes para certos questionamentos teóricos sobre sua

1 Mestre em Filosofia pela UFG, doutorando em Filosofia na UFRJ. 2 JENKINS, Keith. A História repensada. Tradução de Mario Vilela. Revisão Técnica de Margareth Rago. São Paulo, Contexto, 2001. p.43.

Revista Redescrições – Revista on line do GT de Pragmatismo e Filosofia Norte-americana Ano 2, Número 1, 2010 própria “disciplina”. A ausência de questionamento fazia com que questões sobre critérios epistemológicos, metodológicos e ideológicos fossem encobertas por uma aura de mistério que não parecia menor mesmo para pessoas com formação avançada. Este turvamento servia mesmo para fundar a autoridade e reificar certa visão da História que mantém pressupostos platônicos.

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