MOHANDAS KARAMCHAND GANDHI: O LÍDER E A NÃO-VIOLÊNCIA

MOHANDAS KARAMCHAND GANDHI:

O LÍDER E A NÃO-VIOLÊNCIA

Introdução ........................................................................................... 4

Mahondas Karamchand Gandhi:

vida e realizações ................................................................... 4

O ativismo de Mahatma Gandhi:

o pacifismo como forma de enfrentamento ............................... 7

Conclusão ........................................................................................... 8

Referências bibliográficas ..................................................................... 9

Introdução

Nos últimos anos, o interesse pelo comportamento humano nas organizações tem

ocupado espaço central nas teorias que visam o desenvolvimento de boas práticas de gestão.

Motivação, relacionamento interpessoal e liderança são exemplos de temáticas em voga. Em

comum, apresentam o reconhecimento de que as pessoas que integram as organizações são

elementares ao alcance da missão organizacional (ZANELLI & BORGES-ANDRADE, 2004).

Diversos estudiosos se esforçaram em investigar e identificar aspectos que interagem

para o exercício de uma liderança nas organizações. Embora não seja possível estabelecer

um conceito único, entende-se liderança como a capacidade de influenciar pessoas, de modo

não-coercitivo, a colaborarem com a alcance dos objetivos organizacionais (BERGAMINI,

1994).

Ampliando o olhar para fora das organizações, podemos identificar, ao longo da

história, pessoas que influenciaram grandes grupos em prol de um objetivo em comum,

exercendo a liderança com impactos marcantes em diferentes cenários e momentos

históricos.

Este trabalho tem como objetivo apresentar a vida de Mohandas Karamchand Gandhi

e suas principais realizações como líder. Pretende-se, também, discutir brevemente as

possíveis contribuições desta reconhecida liderança na atualidade, em especial no contexto

organizacional.

Mahondas Karamchand Gandhi: vida e realizações

Nascido no dia 2 de outubro de 1869 em Porbandaz, cidade no litoral da Índia (na

época, colônia inglesa), Mahondas Karamchand Gandhi ficou mundialmente conhecido como

Mahatma Gandhi. O significado de “Mahatma” – em sânscrito, “A Grande Alma” – nos indica o

reconhecimento alcançado por ele como líder do povo indiano.

Filho de agente público, seu pai exercia o governo da região que nasceu. A mãe de

Gandhi, devota de vaisnava, teria influenciado o interesse do filho pelo hinduísmo. Sua família

era pertencente à casta vaishya, de considerável reconhecimento social.

Seguindo a tradição da época, Gandhi casou-se ainda na adolescência, aos 13 anos,

em casamento acordado entre familiares. Com Kasturba, 14 anos à época do casamento, teve

quatro filhos.

Aos 19 anos, Gandhi deixou esposa e filhos na Índia e mudou-se para Londres, onde

cursou direito. Durante sua permanência na Inglaterra, aprofundou-se no estudo do

hinduísmo, aproximando-se mais da prática religiosa. Nesta época, também, aderiu ao

vegetarianismo.

Gandhi retornou ao país natal em 1891. Não obteve êxito como advogado na Índia,

tendo a personalidade tímida dificultado o desempenho da profissão. Em 1893 aceitou

proposta de trabalho na África do Sul (também sob domínio inglês), país em que viveu por 21

anos. As experiências vividas na África do Sul tiverem impacto no seu percurso como ativista.

O episódio em que Gandhi foi expulso de um trem devido ao fato de outros

passageiros não concordarem com sua presença na primeira classe teria sido o primeiro

contato do ativista com a segregação racial imposta na África do Sul. Este fato marcou o início

de sua luta pelo direito da população hindu no país. Nesta época, Gandhi passou a difundir

suas ideias por meio de publicações no jornal “Opinião Indiana”, onde em 1908 publicou

“Autonomia Indiana”, texto que discutia os valores da civilização ocidental. Na África do Sul,

Gandhi desenvolveu seu método de protesto não violento, que posteriormente difundiu no seu

país de origem. Gandhi interessou-se pelos escritos de Ruskin, Tolstoi e Henry David, tendo

descoberto as bases para a desobediência civil (PACIEVITCH, 2018).

Ainda na África, Gandhi liderou a primeira experiência de desobediência civil em

massa, em protesto à ordem do governo de que toda a população hindu fosse registrada.

Denominou esta técnica como Satyagraha, “a força da verdade” frente àquela determinação

que entendiam injusta e discriminatória. Adotou também marchas e greves como métodos de

reivindicar direitos. Passou alguns períodos preso, mas durante estas experiências teve a

oportunidade