Método De Datação

MÉTODO DE DATAÇÃO

Há uma gama de métodos que podem ser usados na datação. Um requisito fundamental para qualquer método ou técnica de datação é a dependência do tempo para a quantidade ou grandeza mensurável.

Quando às melhores condições duas questões são importantes, ao tratar com os laboratórios: 1) o que é que se deve datar?; 2) que técnica se deve utilizar?

Os métodos de datação podem ser divididos em três grandes grupos:

A) Métodos dependentes de parâmetros climáticos:

A.1 – registro polínicos;

A.2 – varvas;

A.3 – δ18O;

A.4 – dendrocronologia.

B) Métodos químicos:

B.1 – hidratação da obsidiana;

B.2 – teor de flúor, urânio e azoto nos ossos;

B.3 – racemização dos amino-ácidos.

C) Métodos físico-químico:

C.1 – radiocarbono (14C);

C.2 – séries de urânio (234U/230Th);

C.3 – Potássio-Argon (40K/40Ar, 40Ar /39Ar);

C.4 – Rastos de fissão (Fision-Track dating)

C.5 – Luminescência (TL e OSL);

C.6 – Ressonância eletrônica de spim (ESR)

C.7 – Arqueomagnetimos.

A.1 – Registro Polínicos

Os polens conservados numa sequência estratigráfica constituem um registro das variações climáticas ocorridas numa determinada região.

O seu uso de datação surgiu da definição, nos diagramas polínicos, de diversos conjuntos característicos de tipo de polens que aparecem sucessivamente e sincronicamente em várias regiões.

Essas zonas polínicas ou cronozonas constituem o esqueleto cronológico para diversas mudanças climáticas, sendo possível correlaciona-las com períodos arqueológicos.

As cronozonas são normalmente ancoradas através da datação pelo radiocarbono ou pela cronologia das varvas.

A.2 – Varvas

O método de varvas é aplicado com precisão em depósitos de até 12.000 anos. Riachos fluindo para em corpos estáveis, como lagos, comumente depositam camadas (varvas) de silte no verão e argila no inverno através do ano. A estratigrafia pode também refletir a variação sazonal da velocidade de fluxo do riacho. Ao contar cada par de varvas pode-se determinar a idade do depósito.

A.3 – δ18O

O oxigênio tem três isótopos estáveis: 18O, 17O e 16O. Quando se dá uma reação química, os isótopos de um mesmo modo, mas a velocidades diferentes, podendo os produtos finais da reação ter isótopos diferentes daquelas donde se partiu – ocorre o denominado fracionamento isotópico. O grau de fracionamento isotópico depende da temperatura a que se dá reação e se expressa normalmente pela grandeza δ.

No caso do oxigênio podemos definir a grandeza δ18O do seguinte modo:

δ18O = (18O/16O) amostra – (18O/16O) padrão x 1000%

(18O/16O) padrão

A.4 – Dendrocronologia

Em dendrocronologia, a idade da madeira pode ser determinada através da contagem do número de anéis anuais em sua secção transversal. O anel de crescimento das árvores reflete as condições de precipitação que prevaleceram durante seus anos de vida. Porque padrões de chuva variam anualmente, um determinado conjunto de padrões de anéis em árvores de uma região irá formar um padrão relativamente distinto, identificável com um conjunto específico de anos. Comparando padrões de anéis em árvores cujo tempo de vida se sobrepõem parcialmente, pode-se estender esses padrões para trás no tempo. Ao combinar os anéis de idade em uma amostra arqueológica com a sequência mestre de padrões de anéis em árvores, a idade absoluta de uma amostra é então estabelecida.

B.1 – Hidratação da Obsidiana

Este método baseia-se na espessura da camada de hidratação que s desenvolve neste material. A espessura dessa camada depende da idade do artefato, da temperatura do ambiente onde este esteve enterrado e do tipo de obsidiana. Como técnica de datação absoluta está sujeita a incertezas, por vezes demasiado grande.

B.2 – Teor de flúor, urânio e azoto nos ossos

O conteúdo em flúor dos ossos aumenta com tempo devido à incorporação deste elemento, existente no ambiente onde o osso se encontra enterrado, na hidroxiapatite, o constituinte inorgânico principal dos ossos. Utilizando uma microssonda nuclear é possível obter um perfil da concentração do flúor ao longo da seção do osso.

Existe uma forte dependência destes fenômenos com o ambiente em que os ossos estiveram enterrados. Poderão, por isso, ser, quando muito, utilizados em datação relativa de ossos encontrados num mesmo depósito.

B.3 – Racemização dos aminoácidos

Os aminoácidos são parte constituinte das proteínas. Alguns dos princípios básicos subjacentes ao "cronómetro biológico" de aminoácidos são os seguintes:

1. Os aminoácidos são moléculas complexas que compõem as proteínas.

2. Aminoácidos vitais (aproximadamente 20 em número) são levógiras, ou seja, em organismos vivos, apenas a forma levógira aparece.

3. Entretanto quando o organismo morre, reacções químicas vão transformando parte dos aminoácidos.

4. A degradação ocorre de tal forma que a concentração dos aminoácidos os dextrógiros, (d-), cresce, até que um ponto de equilíbrio é alcançado – levógiros, (l-), decresce com o tempo, enquanto a concentração de aminoácido “racemização".

C.1 – radiocarbono (14C)

O carbono tem três isótopos naturais 12C, 13C (estáveis) e o 14C (instável). A proporção destes isótopos na atmosfera e seres vivos