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NASCIMENTO E GLÓRIA DE SATURN

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Por:   •  12/12/2014  •  Seminário  •  584 Palavras (3 Páginas)  •  226 Visualizações

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NASCIMENTO E GLORIA DE SATURNO

Numa era muito antiga — tão antiga que antes dela só havia o caos — o mundo era

governado pelo Céu, filho da Terra. Um dia, este, unindo-se à própria mãe, gerou uma raça de

seres prodigiosos, chamados Titãs. Ocorre que o Céu — deus poderoso e nem um pouco

clemente — irritou-se, certa feita, com as afrontas que imaginava receber de seus filhos. Por isto,

decidiu encerrá-los nas profundezas do ventre da própria esposa, à medida que eles iam

nascendo.

— Aí ficarão para sempre, no ventre da Terra, para que nunca mais ousem desafiar a

minha autoridade! — exclamou, colericamente, o deus soberano.

A Terra, subjugada, teve de segurar em suas entranhas, durante muitas eras, aquelas

turbulentas criaturas e suportar, ao mesmo tempo, o assédio insaciável e ininterrupto do marido.

Um dia, porém, farta de tanta tirania, decidiu a mãe do mundo que um de seus filhos deveria

libertá-la deste tormento. Para tanto escolheu Saturno, o mais jovem de seus rebentos.

— Saturno, meu filho — disse a Terra, lavada em pranto -, somente você poderá libertarme

da tirania de seu pai e conquistar para si o mando supremo do Universo!

O jovem e ambicioso Titã sentiu um frêmito percorrer suas entranhas.

— Diga, minha mãe, o que devo fazer para livrá-la de tamanha dor! — disse Saturno,

disposto a tudo para chegar logo à segunda parte do plano.

A Terra, erguendo uma enorme foice de diamante, entregou-a ao filho.

"Tome e use-a da melhor maneira que puder!", disseram seus olhos, onde errava um

misto de vergonha e esperança.

Saturno apanhou a foice e não hesitou um instante: dirigiu-se logo para o local onde seu

velho pai descansava. Ao chegar no azulado palácio erguido nos céus, encontrou-o ressonando

sobre um grande leito acolchoado de nuvens.

— Dorme, o tirano... — sussurrou baixinho.

Saturno, depois de examinar por algum tempo o rosto do impiedoso deus, empunhou a

foice e pensou consigo mesmo: "Realmente... demasiado soturno."

E fez descer o terrível gume, logo abaixo da cintura do pobre Céu.

Um grito terrível, como jamais se ouvira em todo o Universo, ecoou na abóbada celestial,

despertando toda a criação.

— Quem ousou levantar mão ímpia contra o soberano do mundo? — gritou o Céu, com

as mãos postas sobre a ensangüentada virilha.

...

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