NASCIMENTO E GLÓRIA DE SATURN
Seminário: NASCIMENTO E GLÓRIA DE SATURN. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: brunnoyagofui • 12/12/2014 • Seminário • 584 Palavras (3 Páginas) • 221 Visualizações
NASCIMENTO E GLORIA DE SATURNO
Numa era muito antiga — tão antiga que antes dela só havia o caos — o mundo era
governado pelo Céu, filho da Terra. Um dia, este, unindo-se à própria mãe, gerou uma raça de
seres prodigiosos, chamados Titãs. Ocorre que o Céu — deus poderoso e nem um pouco
clemente — irritou-se, certa feita, com as afrontas que imaginava receber de seus filhos. Por isto,
decidiu encerrá-los nas profundezas do ventre da própria esposa, à medida que eles iam
nascendo.
— Aí ficarão para sempre, no ventre da Terra, para que nunca mais ousem desafiar a
minha autoridade! — exclamou, colericamente, o deus soberano.
A Terra, subjugada, teve de segurar em suas entranhas, durante muitas eras, aquelas
turbulentas criaturas e suportar, ao mesmo tempo, o assédio insaciável e ininterrupto do marido.
Um dia, porém, farta de tanta tirania, decidiu a mãe do mundo que um de seus filhos deveria
libertá-la deste tormento. Para tanto escolheu Saturno, o mais jovem de seus rebentos.
— Saturno, meu filho — disse a Terra, lavada em pranto -, somente você poderá libertarme
da tirania de seu pai e conquistar para si o mando supremo do Universo!
O jovem e ambicioso Titã sentiu um frêmito percorrer suas entranhas.
— Diga, minha mãe, o que devo fazer para livrá-la de tamanha dor! — disse Saturno,
disposto a tudo para chegar logo à segunda parte do plano.
A Terra, erguendo uma enorme foice de diamante, entregou-a ao filho.
"Tome e use-a da melhor maneira que puder!", disseram seus olhos, onde errava um
misto de vergonha e esperança.
Saturno apanhou a foice e não hesitou um instante: dirigiu-se logo para o local onde seu
velho pai descansava. Ao chegar no azulado palácio erguido nos céus, encontrou-o ressonando
sobre um grande leito acolchoado de nuvens.
— Dorme, o tirano... — sussurrou baixinho.
Saturno, depois de examinar por algum tempo o rosto do impiedoso deus, empunhou a
foice e pensou consigo mesmo: "Realmente... demasiado soturno."
E fez descer o terrível gume, logo abaixo da cintura do pobre Céu.
Um grito terrível, como jamais se ouvira em todo o Universo, ecoou na abóbada celestial,
despertando toda a criação.
— Quem ousou levantar mão ímpia contra o soberano do mundo? — gritou o Céu, com
as mãos postas sobre a ensangüentada virilha.
...