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O LUGAR SOCIAL DAS MULHERES PARAÍBANAS NA ESCOLARIZAÇÃO NA DECADA DE 30

Por:   •  24/7/2017  •  Artigo  •  764 Palavras (4 Páginas)  •  248 Visualizações

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Artigo de opinião

Campina Grande – PB

2016

O LUGAR SOCIAL DAS MULHERES PARAÍBANAS NA ESCOLARIZAÇÃO NA DECADA DE 30

Na educação paraibana do período aqui estudado não havia lugar para mulher em estrutura estamental regida pelo lucro e a mercancia, a transmissão do conhecimento dos primeiros tempos ficou a cargo das ordens religiosas que para cá se transportavam. Essa a função de franciscanos, jesuítas, beneditinos e carmelitas, responsáveis pelos aldeamentos da catequese. As chamadas missões, então constituídas, representaram aparelhos ideológicos, ou seja, mecanismos de submissão para neutralização de sua rebeldia e submissão dos valores aos padrões do conquistador. Graças a isso é que, nas palavras do historiador, "o terço do missionário seguiu sempre o trabuco do conquistador" (Mello, 1997).  

No século passado, alguns missionários como padre Ibiapina, procuraram incentivar atividades manuais de serralharia e carpintaria para homens e corte e costura e bordado para as mulheres, nos limites de suas casas de caridade. Algumas escolas religiosas para mulheres, já neste século, assim como orfanatos e asilos, de inspiração confessional, seguiram esta linha de ação que, todavia, não se cristalizou na Paraíba. Foi junto à Escola Doméstica de Natal, no Rio Grande do Norte, favorecida pelas ideias do escritor Henrique Castriciano, que a experiência melhor se consolidou conforme Albuquerque; Lembrando que não havia preocupação nenhuma em fazer liceus ou escolas para mulheres, mas pós os movimentos feministas ocorridos no Brasil que tomou forma entre o fim do século XVIII e início do século XIX, quando as mulheres brasileiras começaram a se organizar e conquistar espaço na área da educação e do trabalho. Nísia Floresta (criadora da primeira escola para mulheres), Bertha Lutz e Jerônima Mesquita (ambas ativistas do voto feminino) são as expoentes do período.

 É sobre a educação feminina que quero ressaltar, que as mulheres nunca tiveram espaço na sociedade, para as mulheres sempre foram voltadas a educação domestica que a partir da segunda metade dos anos trintas, várias ordens de freiras brasileiras e estrangeiras principiaram a instalar colégios para moças em cidades como Guarabira, Alagoa Grande, Bananeiras, Princesa Isabel, Catolé do Rocha, Areia e Itaporanga, no esquema de internatos. Com isto qual a importância sociocultural da escolarização (e, em particular, do Liceu Paraibano) da mulher na sociedade paraibana dos anos trinta?  

Pegando como exemplo o liceu Santa Rita da cidade Areia o primeiro voltado para mulheres, sabemos que apenas aprendiam a ler e escrever e contar, mas mesmo assim o forte da educação das moças era o trabalho manual,” prendas domésticas”. Tudo era uma preparação para o casamento. Nunca se olhava o que a mulher poderia oferecer à sociedade como participante ativa de núcleos literários, artísticos e outras atividades. A educação na década de trinta tinha o papel de indicar como os sujeitos vão se comportar perante a sociedade, o que se torna de essencial importância para ter o controle das massas no caso as mulheres. Parafraseando Michelle Perrot, da história oficial da Paraíba, a mulher foi excluída. Quando aparece é, geralmente, cristalizada nos papéis de esposa e mãe, desempenhando uma série de atividades tradicionalmente femininas: o cuidado das crianças, da casa, da fiação e da tecelagem.

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