O Perigo de Uma História Única
Por: Rafael Farina • 19/11/2019 • Resenha • 1.505 Palavras (7 Páginas) • 214 Visualizações
“O perigo de uma história única, por Chimamanda Adichie ”
“Introdução Geral por KI-ZERBO, Joseph”
Trabalho acadêmico apresentado a faculdade Sumaré, como requisito para obtenção de nota em História da África .Orientador/Professor: Helena Wakim Moreno
SÃO PAULO-SP
2019
As ideias centrais são ideias que continuam atuais, pois insistimos em contar uma única história sobre tudo, rotulamos culturas, povos, classes sociais, etc. Sendo assim não precisamos lidar com surpresas e paradoxos, ou talvez porque só tenhamos acesso a um lado da história e nenhuma curiosidade de ir além dele.
No caso de Chimamanda conta que, quando criança, lia livros de autores de língua inglesa e por um longo tempo não sabia que existia uma literatura africana com personagens que não tinham apenas olhos azuis, “brincavam na neve e comiam maçãs”. Essa outra literatura ampliou seus horizontes e, segundo a escritora, salvou-a “de ter uma história única sobre livros”.
A ideia da escritora, portanto é a de que “as histórias importam. Muitas histórias importam”. A pluralidade de histórias só existe, contudo, se damos voz àqueles que as contam e se a ouvimos. Nesse sentido, diz Chimamanda, “é impossível falar sobre a história única sem falar de poder”, como elas são contadas, quem as conta, quando são contadas e quantas são contadas depende muito de poder”. E ainda faz um alerta: “Comece a história com as flechas dos indígenas americanos, e não com a chegada dos britânicos, e a história será completamente diferente”.
De fato, destaca a escritora: “O poder é a habilidade não apenas de contar a história de outra pessoa, mas de fazer que ela seja sua história definitiva”.
A propósito das histórias múltiplas, as universidades públicas no Brasil têm mudado consideravelmente nos últimos anos, principalmente, com a política de cotas, que permitiu não só que negros, índios, quilombolas etc. ingressassem no ensino superior, mas também que novos pontos de vista da história fossem contados e currículos fossem reorganizados incluindo nova bibliografia e novas disciplinas, como um novo ponto de vista da história. Como afirma a escritora nigeriana, “quando percebemos que nunca existe uma história única sobre lugar nenhum, reavemos uma espécie de paraíso”, que estaria relacionado talvez à ideia do “reconhecimento da nossa humanidade em comum”.
Os colonizadores foram alçados à condição de heróis, libertadores dos “povos oprimidos”; povos ricos culturalmente passaram a ser vistos como vítimas e sofredores, vendidos como escravos; personagens que lutaram por justiça no mundo foram condenados, acusados de motim e de desordem pública; e, ainda hoje, tantos outros exemplos continuam existindo, sendo reproduzidos pela população cada vez mais conectadas com os meios de comunicação a serviço de uma minoria privilegiada.
Sobre o texto de Joseph Ki-Zerbo podemos ver a importância do amadurecimento intelectual na prática cotidiana do professor de história. Considerando que a problematização do passado é a marca do ofício do historiador, faz-se necessário o debate historiográfico que favoreça o diálogo entre os diversos estudiosos que se dedicaram a pesquisas em torno desta problematização, considerando que a construção historiográfica passa por labirintos de incertezas, questionamentos, ambiguidades e paradoxos que acompanham o pesquisador em seu complexo e muitas vezes solitário ofíci.
Parte do texto foi dedicada a reflexões acerca da História da África, no intuito de apontar a importância do conhecimento daquele continente como uma forma de compreender nossa própria História, tecemos considerações sobre a construção de uma imagem do africano feita pelo europeu que culminou em visões de mundo sustentadas no etnocentrismo, primamos ainda por considerações sobre a forma como a produção intelectual europeia do século XIX contribuiu para o fortalecimento de projetos racistas em solo brasileiro, fundamentando inclusive os anos de escravidão neste país. Entendemos que a produção literária se constituiu da importante contribuição no campo da pesquisa histórica por dar visibilidade a experiências dos atores históricos que vivem nos cenários apresentados pela literatura.
Os autores trazem idéias onde incluem diferenças de opinião e a desigualdade no tratamento das temáticas em pauta., a pluralidade de histórias só existem se damos voz àqueles que as contam e se a ouvimos.
Nesse sentido pois é impossível falar sobre a história única sem falar de poder, pois “Assim como o mundo econômico e político, as histórias são definidas pelo princípio da idéia de um ser maior que o outro como elas são contadas, quem as conta, quando são contadas e quantas são contadas depende muito de poder”. Pois se você começar a história com as flechas dos indígenas americanos, e não com a chegada dos britânicos, e a história seria completamente diferente pois a história é escrita a partir de quem a conta e sempre tem os dois lados pois cada um vê a história de uma maneira e uma visão.
A propósito das histórias múltiplas, as universidades públicas no Brasil têm mudado consideravelmente nos últimos anos, principalmente, com a política de cotas, que permitiu não só que negros, índios, quilombolas etc. ingressassem no ensino superior, mas também que novos pontos de vista da história fossem contados e currículos fossem reorganizados incluindo nova bibliografia e novas disciplinas, como um novo ponto de vista da história. Como afirma a escritora nigeriana, “quando percebemos que nunca existe uma história única sobre lugar nenhum, reavemos uma espécie de paraíso”, que estaria relacionado talvez à ideia do “reconhecimento da nossa humanidade em comum”.
Chimamanda,
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