O ROCK'N'ROLL INFLUENCIOU TODA UMA GERAÇÃO DE JOVENS NO MUNDO DURANTE AS DÉCADAS DE 1950 E 1960
Por: Tici10 • 11/4/2018 • Trabalho acadêmico • 2.232 Palavras (9 Páginas) • 819 Visualizações
I. O ROCK'N'ROLL INFLUENCIOU TODA UMA GERAÇÃO DE JOVENS NO MUNDO DURANTE AS DÉCADAS DE 1950 E 1960.
Antes de falar sobre o surgimento do Rock, importante lembrar que nas décadas de 30 e 40 a pop music representava a herança da música branca, conservadora, adulta e refletia uma proposta de vida que defendia o status quo, se autoglorificava pela vitória na II Guerra e reproduzia os valores do american way of life. Mas, após seus 37 milhões de mortos na II Guerra, muitos começaram a se perguntar sobre o exato valor da vida e sobre o sentido de se defender um modelo de comportamento que levara multidões ao holocausto.
A incerteza parece ter aumentado e a vibração negra, sua voz grave e rouca, sua sexualidade transparente e seu som pesado agora alimentado pela guitarra elétrica, tudo isso parecia bem mais atrativo a milhões de jovens, inicialmente americanos, mas logo por todo o mundo que pareciam procurar seu próprio estilo de vida.
Ao mesmo tempo que o rock surgia, a sociedade norte-americana via o aparecimento de outro fenômeno, que se tornaria vital para a explosão do rock’n’roll: o adolescente. Até meados do século 20, adolescentes tiveram uma vida dura nos Estados Unidos. O país havia passado por duas guerras mundiais e pela Grande Depressão; naquela época, ser jovem nos EUA significava trabalhar duro e ajudar os pais a sustentar a casa.
Até então, para a sociedade de consumo, o adolescente não era importante. Não havia música ou filmes feitos especialmente para eles. Pais e filhos eram obrigados a gostar das mesmas coisas: as big bands de Tommy Dorsey e Benny Goodman, as baladas de Nat King Cole e Frank Sinatra... Mas, depois da Segunda Guerra, tudo mudou: os Estados Unidos entraram numa fase de prosperidade, a economia cresceu e os adolescentes, que antes davam duro ajudando os pais, passaram a receber mesada. Isso criou um novo mercado, voltado unicamente para o jovem.
Assim, os anos 50 chegaram com uma geração de jovens, filhos do chamado "baby boom", que vivia no auge da prosperidade financeira, em um clima de euforia consumista gerada nos anos do pós-guerra nos EUA. Nunca antes os jovens foram tão visados pela propaganda e encarados como importante parcela do publico que poderia consumir mercadorias.
A imagem do jovem de blusão de couro, topete e jeans, em motos ou lambretas, mostrava uma rebeldia ingênua sintonizada com ídolos do cinema como James Dean e Marlon Brando. As moças bem comportadas já começavam a abandonar as saias rodadas de Dior e atacavam de calças cigarette, num início de liberdade. A contestação de alguns jovens era explicita e revoltava os mais idosos e, os jovens estadunidenses dos anos dourados estavam adotando hábitos de rebeldia.
A nova década (anos 50) que começava já prometia grandes mudanças no comportamento, iniciada com o sucesso do rock and roll e o rebolado frenético de Elvis Presley, seu maior símbolo.
E foi neste contexto que surgiu o rock and roll, um estilo musical que surgiu nos Estados Unidos no final dos anos 40 e início dos anos 50 que possui raízes na música rhythm and blues, country, blues.
O rhythm and blues é a vertente negra do Rock. E, é neste ritmo que o Rock buscou a maior influencia para este novo estilo musical. Reprimidos pela sociedade wasp (white, anglo-saxon and protestant), a mão-de-obra negra, desde os tempos da escravidão, se refugiava na música (os blues) e na dança para dar vazão, pelo corpo, ao protesto que as vias convencionais não permitiam. Seu apelo sensual cada vez mais explícito transbordava pelas vozes e notas das variações que os blues criaram: o jazz, o ragtime, o dixieland, o boogie, o soul.
É nesse contexto que Alan Freed, um disc-jóquei de Cleveland, Ohio, percebeu que a música negra era um filão mercadológico consumível pelo branco desde que se trocasse o nome de rhythm and blues, demasiadamente negro, por algo mais branco: surgia assim o rock and roll.
Importante esclarecer que Elvis não inventou o rock. Antes dele, Chuck Berry e Bill Halley já tocavam rock. A verdade é que Bill Haley gravou a primeira musica deste estilo, mas Elvis logo representou, mesmo sem querer, a vanguarda de um movimento do qual ele próprio não percebia o alcance. Na verdade, Elvis apresentou o rock ao mundo. Era o homem certo no momento certo: bonito, talentoso e carismático. Mais importante: era branco e, por isso, aceitável para a América dos anos 50. “Eu agradeço a Deus por Elvis Presley”, disse o negro Little Richard, um dos grandes pioneiros do rock. “Ele abriu as portas para muitos de nós.”
A tarefa de Elvis não foi fácil: a sociedade norte-americana demorou bastante para aceitar um branco que cantava e dançava como um negro. Em uma de suas primeiras apresentações na TV, as câmeras o filmavam apenas da cintura para cima, sem mostrar na verdade que estava rebolando. Elvis sempre reconheceu as origens de sua musica e dizia: “O que eu faço não é novidade”, disse. “Os negros vêm cantando e dançando dessa forma há muito tempo.”
Mas não havia só Elvis. A descoberta daquele filão mercadológico (do ponto de vista econômico) iniciado por Elvis que representou o branco-que-cantava-como-negro (do ponto de vista moral) estimulou as gravadoras a promoverem pequenos sucessos locais em grandes estrelas nacionais. Assim o mundo descobriria dois gênios do Rock negro: Little Richard, cuja voz serviria de modelo para os rockeiros dos anos 60, McCartney e Mick Jagger em especial; e Chuck Berry, onde de sua guitarra surgiram clássicos como Johnny B. Goode, Roll over Beethoven e Rock and roll music.
Mas também não se pode cair no erro de exagerar a função da música negra no Rock, pois se o Rock é fruto do público que o consome e este já se definia na segunda metade da década de 50, então o Rock continuaria a fazer sucesso com ou sem música negra, já possuindo suas próprias características.
A música negra teve o papel inspirador das formas que aquele Rock assumiria. Assim, o Rock foi adquirindo contornos próprios a partir dos jovens operários e da classe média baixa que procuravam um novo veículo onde pudessem exprimir o que pensavam a respeito de coisas concretas como família, escola, poder, amizade, drogas e, especialmente, amor.
Em pouco tempo, Liverpool e o Merseybeat ganharam a atenção do mundo. Se os americanos tinham a influencia dos negros, os ingleses tinham a II Guerra, o colonialismo, o espírito vitoriano e outras imagens e culpas da História que pareciam alimentar muito mais a produtividade musical do que o gingado negro da América.
Assim, outra lenda do Rock foi a banda de Liverpool The Beatles. Formada em 1960, tinha por integrantes:
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