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Opressores E Oprimidos Na Historia Do Brasil

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Por:   •  16/12/2014  •  1.184 Palavras (5 Páginas)  •  806 Visualizações

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INTRODUÇÃO

A análise das relações de raças sempre foi um assunto posto em pauta. A raça é fruto do poder de Estado que rejeita o princípio da igualdade entre os cidadãos. Em nossa sociedade dominada pelas hierarquias sociais abrangentes em todos os lugares, as elites sempre oprimiram a grande maioria da população, os negros e os índios. O trabalho apresentado visa discorrer sobre a situação e envolvimento dos opressores e oprimidos no decorrer do nascimento Brasil, do ponto de vista de variados autores que contribuíram significativamente para compreender a construção e o desenvolvimento da nossa História.

DESENVOLVIMENTO

Era quase que inevitável o encontro desses dois mundos diferentes, culturas diferentes, povos absolutamente distintos. De um lado o branco europeu, que se autodeclarava civilizado e do outro lado, o verdadeiro americano, o índio. Era o embate de dois tipos humanos heterogêneos, com seus respectivos costumes, tradições, religiões e divisão de trabalho. O encontro, amistoso a princípio, prenunciava o início de relações violentas e cruéis. Porém, as comunidades indígenas não se limitaram a assistir passivamente a conquista de terra pelos europeus. Ao contrário, foram inimigos duros e firmes contra seus opressores, defendendo suas terras e sua liberdade.

Na obra Casa Grande & Senzala, Gilberto Freyre abordava: “os portugueses, [...] vieram defrontar-se na América, não com nenhum povo articulado em império ou em sistema já vigoroso de cultura moral e material, mas, ao contrário, com uma das populações mais rasteiras do continente”. Percebe-se diante dessa premissa que na época do descobrimento, os indígenas viviam praticamente no estágio paleolítico, embora tivessem adquiridos algumas técnicas como a cerâmica, uma incipiente agricultura extensiva, a tecelagem, a construção de embarcações e controle rudimentar do fogo.

As sociedades indígenas organizavam-se a partir da posse coletiva do meio essencial de produção: a terra. Nesse tipo de sociedade, a solidariedade e cooperação vicinal entre os membros de um grupo ou mesmo de grupos locais diversos constituem um dos pilares de sua organização. E por desconhecerem a propriedade privada da terra, quando uma tribo abandonava um local, outras poderiam utilizá-los. Tudo era baseado no principio da reciprocidade. Não havia lucro, concorrência e propriedade privada. Portanto, os índios, quando comparados a outros povos, caracterizavam-se por constituírem de uma sociedade não estratificada, sem classes sociais e sem distinção de ricos e pobres, diferentemente dos portugueses, que aparatados por suas vestes e armas, eram ávidos por riquezas.

A história das relações sociais entre esses dois mundos foi de extermínio às vezes total das populações nativas que se rebelaram contra a escravização e a domesticação. Os índios eram vistos pela óptica racista do europeu, povos de raça inferior, subumanos. Além das mortes provocadas pela escravidão e pelas guerras genocidas, há que se considerar o número de mortes por doenças trazidas pelo europeu que eram desconhecidas pelos índios, como varíola, sarampo, gripe e a tão temida sífilis. Já dizia Freyre, “o europeu se contagiara de sífilis e de outras doenças, transmissíveis e repugnantes. Daí resultará o medo ao banho e horror a nudez.”; haja vista que foi nas índias que os jesuítas encontraram maior imposição do vestuário moralizador, apesar de elas possuírem uma extrema série de cuidados em relação à higiene.

Porém, não foram somente os índios que sofreram durante todo o processo de desenvolvimento do Brasil. Ressalta-se nesse contexto o forte racismo do europeu sobre o negro. Em Raízes do Brasil, Sérgio Buarque deixa transparecer que o preconceito com os negros era bem maior do que com os índios no Brasil Colonial. Todavia, é necessário frisar sobre a origem desse racismo brasileiro. Segundo Roberto da Matta, autor de Relativizando: uma introdução à Antropologia Social, o racismo aparece na sua forma acabada no século XIX, como um instrumento do imperialismo e como uma justificava natural para a supremacia dos povos da Europa Ocidental sobre o resto do mundo. Foi esse tipo de racismo que a elite intelectual brasileira tomou como doutrina explicativa acabada para a realidade que existia no país.

Outro ponto também essencial nas doutrinas racistas é o determinismo. Isso significa que as diferenciações biológicas são vistas coo tipos acabados e que cada tipo está determinado em seu comportamento e mentalidade pelos fatores intrínsecos ao seu componente biológico. Seguindo essa tendência, muitos estudiosos colocavam a tese de que a sociedade brasileira era inviável e com futuro altamente duvidoso, pois possuía enorme população mestiça, produto indesejado e híbrido do cruzamento de brancos, negros e índios, tomados por esses cientistas como espécies diferenciadas.

Voltando ao contexto dos

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