Origem da educação escolar no Brasil

A origem da educação escolar no Brasil – a ação dos jesuítas como parte do movimento da Contrareforma católica.

No século XVI, a união cristã européia foi quebrada com o movimento da reforma protestante, regida pelo monge Martinho Lutero apoiado por vários religiosos como João Calvino. Esse movimento foi uma revolução religiosa, onde o poder total da igreja foi questionado, e essa situação fez-se surgir novas religiões, fazendo com que a religião cristã começasse sofrer divisões. Com a expansão dos protestantes de Lutero e Calvino, a Igreja Católica provocou uma intensa reação conhecida como Contrarreforma, para diminuir os abusos da Igreja e definir com clareza a doutrina, organizou-se então o Concilio de Trento (1545-1563).

Segundo Aranha (2006, p. 125) “as novas diretrizes tomadas no Concilio de Trento (1545-1563), reafirmaram a supremacia papal e os princípios da fé, além de estimular a criação de seminários, para formar padres.”

Portanto, no Concílio de Trento os principais lideres da Igreja Católica se reuniram para deter o avanço dos protestantes, com o objetivo de estabelecer medidas a serem tomadas para recuperar o poder perdido, com essa reação a Igreja Católica incentivou a criação de ordens religiosas. A partir da Contrarreforma surgiram novas ordens religiosas como a Companhia de Jesus, fundada por Inácio de Loyola em 1534, os jesuítas como era conhecido, se organizaram e criaram colégios para cristianizar os povos e formá-los no ensinamento católico, a educação foi um dos instrumentos essenciais de pregação da Companhia de Jesus.

De acordo com o contexto, por volta de março 1549 chegaram ao Brasil o primeiro grupo de jesuítas, liderados pelo Padre Manuel de Nóbrega, e acompanhado pelo primeiro governador-geral do Brasil, Tomé de Sousa que fundou a cidade de Salvador. Os jesuítas foram os pioneiros responsáveis da educação no Brasil, eles se dedicaram a pregação da fé católica e ao trabalho educativo, segundo José Luiz de Paiva Bello (2001) “eles não trouxeram somente a moral, a religiosidade e os costumes da Europa, trouxeram também os métodos pedagógicos”, nesse período de 1549 ate meados de 1759 os jesuítas promoveram à catequese dos índios, a educação dos filhos dos colonos, a formação de novos sacerdotes e da elite, esse método permaneceu durante 210 anos.

Os jesuítas fundaram os primeiros colégios do Brasil: em Salvador - colégio dos Meninos de Jesus -, em São Vicente e, em 1554, no planalto de Piratininga, ao redor do qual se desenvolveu a cidade de São Paulo. Além dos colégios, localizados ou próximos dos poucos centros urbanos, os jesuítas foram avançando pelo interior da colônia, criando nos alongados sertões grandes aldeamentos de índios. Porém nesse período houve um novo fato que marco a historia da educação no Brasil que foi a expulsão dos jesuítas por decisão de Sebastião José de Carvalho, o marques de Pombal primeiro - ministro de Portugal, paralisando 17 colégios, 36 missões e seminários menores, e escolas elementares, com a expulsão sairão do Brasil cerca de quinhentos padres jesuítas, 124 da Bahia, 53 de Pernambuco, 199 do Rio de Janeiro e 133 do Pará.

Por fim foram grandes as contribuições dos jesuítas na formação do brasileiro.

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