Os Burgueses e a Burguesia na França
Por: xhrystian • 3/10/2019 • Trabalho acadêmico • 1.941 Palavras (8 Páginas) • 226 Visualizações
Universidade do Vale do Rio dos Sinos
Aluno: Chrystian Arnhold
Disciplina: História contemporânea I
Livro: Os burgueses e a burguesia na França - A condição da vida burguesa na época do liberalismo e da estabilidade monetária. Adeline Daumard
Capítulo III – A formação da burguesia de 1815 a 1914
Pg. 134 | A evolução das hierarquias burguesas entre 1815 e 1914 esteve ligada a mudanças politicas e institucionais, econômicas e técnicas. |
Pg. 133-35 | Cumpre avaliar em que medida a liberdade de empreender e trabalhar e, depois (...). Nas camadas inferiores o desejo de possuir em detrimento do desejo de elevar-se, ou antes, de rebaixar aqueles a quem não poderiam alcançar. |
Pg. 135 | Fatores políticos, demográficos e econômicas conjugaram-se para promover as transformações burguesas urbanas |
Pg. 135 | Atraída pelas novas cidades, uma parte dos imigrados contribui para a criação de novos negócios e injetou sangue novo nas antigas burguesias locais. |
Pg.136 | Até 1880 o número de pequenas empresas aumentou mais em relação aos estabelecimentos ligados ao comércio, ao banco e a indústria. |
Pg 136-137 | Não se deve confundir situação de fortuna com posição social, nem medir a mobilidade social pelo das de flutuação dos patrimônios. (...) Esses movimentos “verticais” de amplitude tão variável, que podiam se o ponto de partida e ponto de chegada permaneceu por muito tempo no centro da reflexão burguesa. |
Pg. 137 | Justificação da sociedade burguesa. |
Pg.138- 149 | Quem quer que nas classes inferiores tenha a inteligência e probidade, entra com sua família nas categorias da burguesia e ali permanece, assim como sua família (...). Uma das chagas da sociedade atual é a mobilidade de classes: ninguém quer permanecer na humilde condição social que a providência o colocou. Dai uma grande desordem e uma perturbação social. |
Pg.142 | II Herdeiros e Novos Ricos |
Pg.143 | Todos os meios burgueses parisienses conheciam uma forte continuidade familial, mas a permanência deum tipo de atividade era mais frequente que a transmissão de uma empresa. (...) A herança proporcionava uma dupla fonte de consideração, que se pretendia a fortuna, mas também a antiguidade das famílias. |
Pg.145 | Os novos ricos de origem burguesa constituíam o segundo elemento da renovação da burguesia parisiense. Alguns parisienses de linhagem, filhos de modernos comerciantes, elevaram-se ao nível dos notáveis e dos grandes censitários. |
Pg.147 | Os operários que, vindos do nada, conseguiram instalar-se por conta própria desenvolver sua própria empresa tiveram igualmente de superar numerosas dificuldades, à custa de trabalho e obstinação e de mostrar grande força de caráter. |
Pg.149-150 | De fato, sob todos os aspectos, o fator decisivo do sucesso era o casamento.(...) Nos meios superiores, o casamento permitia estender o círculo das relações e encontrar o apoio de uma nova família, o que facilitou muitas carreiras.(...) Muitos dos novos ricos que alcançaram as primeiras posições da sociedade politica e mundana se viram prejudicados pela presença de uma esposa que, escolhida em seus primeiros tempos, não souber boas maneiras de sociedade. |
Pg. 164 | Pais e Filhos |
Pg. 165 | Os burgueses empenhavam-se em dar aos seus filhos uma sólida formação: educação na família e, para os filhos varões, instrução num estabelecimento secundário completada às vezes, em cetos meios, por uma colocação precoce no trabalho. |
Pg.168 | Via de regra, os burgueses ajudavam seus filhos, mas não se despojavam por eles. Essa estratégia familiar, combinada com as qualidade individuais dos herdeiros, influenciou diretamente a formação da burguesia. |
Pg.168 | Filhos e genros |
Pg.171 | Os filhos dos comerciantes estabelecidos nos burgos e nas cidadezinhas eram os que tinham então maiores oportunidades de mudar de condição, mas a Ascenção social se fazia geralmente por etapas e a entrada nas camadas superiores da burguesia estava sempre reservada aos netos. |
Pg.172 | Contrariamente ao que se observa para o meio social do comércio, os filhos que sofreram uma decadência social não parecem ter sido mais numerosos que os genros. |
Pg,174 | Linguagens e famílias |
Pg 174 | Fundadas na tradição familiar, existiam verdadeiras linhagens profissionais. |
Pg. 179 | A origem social, as alianças, a ajuda dos colaterais e as relações sociais tinham para o desenvolvimento das carreiras um papel tão determinante quanto as circunstâncias favoráveis ou nefastas, falecimento de uma esposa,c rise geral ou, ao contrário, conjuntura favorável. (...) è igualmente interessante assinal os contrastes que distinguem os destinos das diversas linhagens de uma mesma família |
IV - Dinastias Burguesas | |
Pg. 180 | Muitas dinastias burguesas constituíram-se ou perpetuaram-se no século XIX. Umas tinham base meramente local e permaneceram obscuras, outras tinham um campo de ação e uma notoriedade mais amplos... |
Pg.180-182 | Famílias de extração recente: Havia pois, famílias burguesas herdeiras de uma longa tradição de burguesia tradicional. Mas aquelas cuja notoriedade não remontava a mais de três gerações encontravam-se em pé de igualdade com elas desde à antiguidade se juntasse o êxito das gerações posteriores. |
Pg 182 | Dinastias de negócios: Em inúmeras famílias solidamente implantadas num meio local, as sucessivas gerações se dedicaram ao comércio, ao banco ou à indústria e com frequência as alianças matrimonias (...) |
Pg.189 | Burguesia e Nobreza. (...) Desde que não eram mais plebeus situados numa ordem inferior à da nobreza, os notáveis adquiriram suficiente segurança para aliar-se a nobres ou mesmo aceitar um título de nobreza sem renegar seu passado e sua personalidade.(...) O desejo de alianças com a nobreza, que aliás estava longe de ser a regra para os elementos dos meios comerciais ricos e já estabelecidos na sociedade, desaparece quando faltava a fortuna |
Pg. 194-195 | Antes de 1848, sobretudo, imigrados de origem popular, não raro ligados ao campo, conseguiram instalar-se na pequena ou na média burguesia.(...) Durante o século, porém, as empresas importantes e antigas tenderam a se consolidar; para elas, os fracassos tornaram-se mais raros; (...) Paralelamente, os talentosos ocuparam um lugar cada vez maior no acesso à condição burguesa. Era tradicional lutar por empregos públicos ou tentar exercer uma profissão liberal. |
Pg. 196-197 | .O individualismo, o valor e os méritos pessoas estiveram na origem de numerosas iniciativas e de múltiplas carreiras na empresa ou nos negócios, nas profissões liberais, no serviço público e privado. Mas o êxito social e financeiro combinava frequentemente com a preocupação de se ligar a uma tradição, o que não era compatível com um espírito aberto ao progresso e a modernidade. (...) Qualquer que fosse sua posição na sociedade os burgueses estavam condenados a um êxito contínuo. |
PG. 199 | Capitulo IV – A condução da vida burguesa na época do liberalismo e da estabilidade monetária Nas classes altas, as pessoas se ocupavam muito mais em adornar sua vida do que em torna-la cômoda, muito mais em ilustrar-se do que em enriquecer-se. Nas médias não se deixavam jamais absorver por inteiro na busca do bem estar. |
Pg, 200-205 | Ofício, profissão e carreira Podem se distinguir diversos tipos de atividade profissional, independentemente do setor profissional e sem que existia sempre um vínculo necessário com as vantagens financeiras que elas proporcionavam. (...) A figura capitalista readquirira na Belle Epóque o valor de um mito, mas é preciso coloca-la no seu devido lugar. Em todos os meios sociais, encontravam-se pessoas que viviam de rendas.(...) O primeiro fundamento da vida burguesa era o trabalho, trabalho que deveria retumbar numa ação concreta e que só adquiria todo seu valor se repousasse no sucesso. (...) trabalhar também era dedicar-se a tarefas de gestão. |
Pg 205- 210 | A gestão de empresas. Entre o modesto comerciante ou o artesão e o grande diretor de empresas existiam situações intermediárias, mas os negociantes e industriais se distinguiram dos lojistas pela concepção totalmente distinta que tinham de seu papel e da gestão de seus negócios. (...) A importância atribuída ao trabalho profissional era um dos traços características da vida burguesa. Disso resultaram tensões entre os que se impuseram e os que permaneceram numa situação medíocre, entre os que apostaram no lucro e os que consideraram que o ganho devia ser a principal sanção de seus esforços. |
Pg.220 - 227 | Fortuna imobiliária, investimento nos negócios, carteira da Bolsa. Tradicionalmente, a burguesia foi atraída pelo setor imobiliário, mas esse interesse nunca foi exclusivo. (...) Nessa época os grandes homens de negócios pariesienses possuíam um palacete particular e imóveis de aluguel em paris, castelos na província e casa de campo na Normandia ou em Nice (...) A participação da fortuna mobiliária nos patrimônios aumentou fortemente a partir da metade do século XIX. Este é um dos elementos que justificavam a atração que os imóveis de aluguel conservavam nas classes médias. |
III Mediação da Família; A família era um dos fatores essenciais da formação da consciência coletiva burguesa. | |
Pg 227-231 | AS funções do chefe da família; O chefe da família assumia igualmente obrigações morais e intelectuais para com seu círculo, sobretudo em relação aos seus filhos. (...) Em algumas delas o pai impunha o dever de moralizar. (...) As oportunidades diferiam de uma família para outra, mas, salvo exceções individuais, os chefes de famílias burguesas tinham o hábito de misturar vida familiar e vida de sociedade. |
Pg 231- 236 | A influencia das mulheres: As leis consideravam a mulher uma menor: casada, ela estava sob autoridade do esposo; (... ) Os casamentos de convivência foram alvo de uma abundante literatura que condenam o casamento burguês. (... Muitas esposas tinham influencia direta no papel profissional de seu marido, (..)) |
Pg 236 | O veículo de uma civilização e de uma moral Essa necessidade de vincular-se a uma tradição familial, ainda que redente, expressava-se em primeiro lugar pelo culto dos mortos, que se impôs a todos os burgueses no século XIX. (...) A família era antes de tudo um conservatório de tradições. (...) o código de civilidade burguesa se repousva, durante o século XIX, numa reserva de bom tom que guarda distância em relação ao vulgar. (...) Para além das divergências, os burgueses de qualquer obediência estavam de acordo quanto a princípios gerais que apareciam como normas de vida, ainda que sua prática nem sempre fosse rigorosa. |
Pg 242 | Relações sociais e as Obras: Redes Múltiplas: O contato com homens emitentes ou simplesmente bem-sucedido permitia aos frequentadores dos salões obter um conhecimento superficial de muitas questões difíceis, reunir informações e, às vezes, concluir rapidamente negócios.(...) As sociedades masculinas eram tanto mais importantes na medida em que seus membros estavam situados numa posição menos elevada na escala social. Na burguesia tradicional e na aristocracia burguesa, a vida de sociedade tradicional e na sociabilidade masculina se completavam. |
Pg 246-253 | Distâncias sociais, patronato e caridade: Rapidamente se tornou consciência, no século XIX, do drama da miséria, especialmente da miséria operária e urbana, que constituiu o grande fracasso da sociedade liberal. (...) a ação coletiva completava-se por numerosas iniciativas individuais, seja em favor dos pobres, seja para ajudar pessoas em dificuldades que não eram propriamente miseráveis. (...) ostensiva, essa atividade caritativa era para os notáveis um dever de sua condição. (...) Os burgueses filantrópicos agiam como homens superiores, investidos de um dever. O paternalismo dos empresários assentava na convicção de que deviam fazer a felicidade de seus operários... |
Pg 254-258 | A defesa dos interesses e o peso das convicções Periodicamente, ao longo do XIX, as energias se mobilizaram para fazer triunfar as convicções. (...) Os burgueses que professavam claramente opiniões extremas, francamente reacionárias ou nitidamente revolucionárias, eram muito pouco numerosos. Politicamente, desde o começo do XIX, os burgueses se situaram seja entre os conservadores, seja entre os homens de progresso. |
Pg 259-263 | Pequena Pátria e nação Os burgueses que participavam ativamente da vida cívica pertenciam a três categorias. Uns eram simples notáveis de bairro ou de paroquias (... ) outros eram notáveis locais (...) e outros de notabilidade nacional. A condução da vida burguesa repousava no respeito de regras jurídicas e éticas, na observação de usos e ritos sociais, e implicava paralelamente opções numerosas, decorrentes de decisões pessoas. O individualismo da burguesia acompanhava-se de uma preocupação com as convivências que constituía uma das formas de respeito ao próximo. (...) Os burgueses franceses dessa época inseriram-se numa continuidade, não eram prisioneiros do passo e preocupavam-se como o futuro em sua vida privada e em sua participação na vida pública, por modesta que fosse. Queriam deixar alguma coisa atrás de si, mas desejavam que sua decência quisesse e pudesse melhorar sua herança material e moral. Foi nesse sentido que eles pensaram, no século XIX, ter vocação para representar a nação. |
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