Os Deuses Domésticos
Por: Larissa Barbosa Heitor • 13/6/2019 • Trabalho acadêmico • 1.400 Palavras (6 Páginas) • 229 Visualizações
Os Deuses Domésticos
Por
Bruno Mendes, Iagatha, Larissa Barbosa Heitor
e Pamela Ramos Barbosa
Trabalho apresentado a Professora
Conceição Silveira, no curso Latim
Genérico I.
Faculdade de Letras da UFRJ
2º semestre de 2018
1 Introdução
Os romanos viam o culto aos deuses com grande importância, sendo eles os principais deuses romanos, como Júpiter, Netuno, Marte, Minerva, como também os deuses domésticos. Eles tinham deuses para tudo e em todos os lugares, os cultuavam para pedir bênçãos, agradecer e para evitar sua ira. Usavam eles como razão para tudo. Em Aululária vemos diversos exemplos: “Pois, como se agora por tua causa Júpiter fizesse de mim um rei Filipe ou um Dario! Grande megera! Eu quero que me guardes as minhas aranhas. Confesso que sou pobre: mas suporto a pobreza. Aceito o que os deuses me dão. ” (Ato I, p. 128); “Uma coisa que assegure para sempre a tua vida, teres filhos, se os deuses quiserem... Quero arranjar-te um casamento. ” (Ato II, p. 132); “Graças aos deuses e aos nossos antepassados, sou já bastante rico. ” (Ato II, p. 133); “Agora vou lavar-me, para fazer o sacrifício aos deuses e para não demorar meu genro. Para que ele possa levar logo minha filha para sua casa. ” (Ato IV, p. 158).
2 Os Deuses Domésticos
Os deuses domésticos eram as divindades responsáveis pela proteção do lar, entre eles, os lares, os genius, os penates e a Vesta.
2.1 Os Lares
Os lares estavam bem presentes no cotidiano dos romanos, seu culto era de extrema importância, já que desde os ritos do período arcaico eram responsáveis pela proteção e continuação da família. Existiam os mais diversos tipos de lares, lares familiares, lares compitales, lares viales, lares permarini, essa lista seguia indefinitivamente graças ao caráter genérico da palavra lares.
2.1.1 Origem
Estudiosos acreditam que o culto aos lares remonta aos primórdios da religião romana em que a generalidade era característica comum, o que permitiu ao longo do tempo tantas variantes de lares. Os romanos acreditavam na existência desses espíritos, que eles podiam proteger ou prejudicar lugares ou pessoas e que eles trabalhavam em diversas esferas e de diversos modos e por isso eles acreditavam ser importante ter um relacionamento amigável com esses seres.
2.1.2 Lares Familiares
As divindades lares familiares são deuses que guardam as casas. Dentre as histórias que conseguiram sobreviver ao tempo, é dito que cada família romana possuía seu próprio guardião, conhecido como lar familiaris, que protegia a casa e também garantia que a linhagem sanguínea de uma família não se extinguisse. Os romanos cultuavam essas divindades diariamente, orando para elas e fazendo oferendas junto ao larário. O pater familias, o descendente direto dos antepassados, o chefe da família, era o principal responsável pelas questões religiosas domésticas. Há alguns trechos sobre eles em Aululária: “Eu sou o Lar da familia que mora na casa donde me vistes sair. É esta a casa que eu habito já há muitos anos e é ela que eu tenho protegido, tanto para o pai, como para o avô, daquele mesmo que hoje a possui. ” (Prólogo); “Comprei um pouco de incenso e estas coroas de flores. Vou pôr tudo na lareira, em honra do nosso lar para que dê boa sorte ao casamento de minha filha. ” (Ato III, p. 146); “Ó grande Júpiter! Ó deus Lar da família! Ó rainha Juno! Ó meu Alcides dos tesouros! Finalmente tivestes dó do pobre velho! ” (Ato V, p. 177).
2.2 Os Genius
O conceito de genius, força vital de todo ser, lugar ou coisa, pode ter vindo dos etruscos e assim como os lares, está presente desde os primórdios da religião romana antiga. Sendo o princípio gerador da vida, permitia a continuação da linhagem, que acontecia pela transferência através do sêmen, do genius do pater familias para seu filho. Como agente procriador, o genius era personificado pela juventude e inteligência, caracterizando-se por ações boas e lisonjeiras. Na concepção romana, a transmissão geracional só se dá de pai para filho, ainda que todos tenham genius, sua presença é variante, que explicaria os diferentes comportamentos individuais. O genius era responsabilizado por conjecturas da vida pessoal, como o caráter das pessoas, suas ações, seu destino. As mulheres também tinham genius, mas seu nome era iuno. Era considerado um espírito protetor para a religião romana, tal como o anjo da guarda para a religião católica.
2.3 Os Penates
Os penates eram adorados pelos gregos e pelos etruscos, responsáveis pelas famílias e pelo estado, tinham os penates familiares e os públicos. Eram encarregados da prosperidade e bem-estar das famílias. Seu culto tinha estreita ligação com a Vesta e os lares. Seu altar era localizado no centro da casa, compartilhado com a deusa Vesta. Cada uma das famílias romanas tinha dois penates, que não tinham nome próprio, e quando viajavam levavam eles sempre consigo. Eram originalmente homenageados e tidos como deuses da despensa, algumas vezes estendendo seus domínios para a manutenção e proteção de toda a residência e não só a despensa. Esta era uma forma de agradecimento pelo retorno seguro e pela proteção da casa e da família. Os estudiosos não sabem precisar sua origem, alguns acreditam que seriam divindades habitantes da despensa doméstica (penus) e, com isso, seriam protetores dos alimentos ali depositados. Outros, que seriam guardiões da casa toda, considerando que uma das acepções do latim penetralis, na sua forma plural penetralia, é especialmente o “santuário” dos penates. Na lareira, um fogo perpétuo era mantido em sua honra, e a mesa sempre continha o saleiro e as frutas mais primorosas para essas divindades. Cada refeição que houvesse na casa, assim, se assemelhava a um sacrifício oferecido aos penates, começando com uma purificação e terminando com uma libação que foi derramado na mesa ou sobre a lareira. Após cada ausência, os penates eram saudados como os habitantes vivos da casa; e quem saia orava para os penates e lares para um retorno feliz, e quando voltava para sua casa, pendurava sua armadura, cajado, e tudo mais ao lado das imagens dos penates, e no geral, não havia evento ocorrendo em uma família, seja triste ou alegre, em que as pessoas não rezavam para os lares e penates.
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