Os primeiros habitantes destas terras

Os Primeiros Habitantes destas Terras

        Os povos ameríndios tiveram suas origens na Ásia, entre 14 e 12 mil anos atrás. Existe algumas hipóteses que se fazem referência entre elas à travessia terrestre do estreito de Bhering, no extremo noroeste da Ásia, outra que segue a mesma na linha, porém admite a travessia por via marítima.

        Numa coisa, porém, todos concordam; os tupis habitavam a costa brasileira e estavam espalhados desde o Ceará até Santa Catarina. Estima-se que existiam 75.000 índios na costa brasileira, no trecho que vai do rio Igarassu à foz do São Francisco.

        As relações familiares obedeciam à alguns preceitos. Para eles, por exemplo, a descendência real consangüínea era transmitida através da linhagem paterna. Dái porque admitiam o sacrifício dos filhos de seus prisioneiros de guerra considerados inimigos.

O Brasil como espaço indiferenciado

            A cerca de dois a três milhões de indígenas ainda em plena idade da pedra polida, pouco numerosos, viviam numa economia natural, obtendo alimentos através da caça, pesca e a coleta de frutos silvestres, fazendo para o auto abastecimento, uma pequena agricultura de produtos tropicais, como a mandioca, o milho e o feijão. A pesca era nos rios, nos lagos e no mar; nos estuários, em que há mistura de água doce dos rios com água salgada do mar.

            As tribos, vivendo da caça, pesca e coleta, necessitavam de grandes áreas, a fim de se abastecerem; faziam migrações sazonais, sobretudo na época da safra de certos frutos, abundantes em outras regiões, como no litoral nordestino onde era frequente o caju, fruto muito rico em vitamina C e que curava certas moléstias que atacavam os índios, como o escorbuto. Quando duas tribos se desentendiam, devido à demarcação de áreas de caça e de pesca ou por outros fatores, havia geralmente uma guerra; os indígenas, não tendo ainda atingido um estagio de economia agrícola, não costumavam escravizar os vencidos, por isso matavam ou devoravam os mais valorosos, aqueles que durante a luta e após a derrota demostravam coragem.

            Logo concluíram os descobridores que se tratava de uma população de área recém-descoberta, não caindo no erro de colombo que julgou encontrar-se nas Índias, e por isso chamou de índios os habitantes da américa. Entre os que a origem do homem americano, destaca-se Ameghino, sábio argentino que defendeu o outoctonismo, isto é, que o indígena americano seria originário da própria América. Hoje eles formam um população de menos de trezentos mil habitantes, compreendendo índios aculturados que vivem no meio civilizado, praticamente afastados dos seus costumes e hábitos; índios que vivem em reservas sob a proteção da Funai; índios que vivem nas grandes reservas, como no parque nacional do Xingu e que mantem contato com o homem branco e, finalmente, aqueles que pertencem a algumas tribos que ainda não entraram em contato com o homem civilizado. Ao lado do relevo modesto, o território brasileiro é cortado por um grande número de rios, muitos deles caudalosos, que se tornaram verdadeiros caminhos de penetração e celeiro de alimentação para os seus primitivos habitantes.

            Como a economia não permitisse uma acumulação em que alguns indígenas pudessem especializar-se em atividade não produtivas, eles não chegaram a construir cidades ou vilas nem a se organizar politicamente em estados.

As Grandes navegações o “Descobrimento” do Brasil

                A chegada de Pedro Álvares Cabral à baía, hoje chamada Cabrália, em sua homenagem, no dia 22 de abril de  1500, não foi obra acaso, mas consequência de uma politica de expansão comercial desenvolvida desde o inicio do século XV. A importância da terra não era das maiores, tanto que Cabral pouco se demorou; passou apenas nove dias, o necessário para tomar posse dela, implantando um marco, fazendo celebrar uma missa, e deixar dois degredados, que seriam os futuros intermediários entre os portugueses. Talvez os portugueses, ao aportarem aqui, já pensassem em colonizar a terra, visando cultivar produtos agrícolas tropicais com sementes trazidas da Índia – pimenta, noz, canela, gengibre, etc - ou para aqui transferir os plantios de cana-de-açúcar, bem rendosos e feitos nas ilhas do atlântico.