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PROPOSTAS PEDAGÓGICAS DO ILUMINISMO

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Por:   •  20/8/2014  •  1.250 Palavras (5 Páginas)  •  342 Visualizações

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PROPOSTAS PEDAGÓGICAS DO ILUMINISMO

As profundas alterações realizadas pela Modernidade no decorrer

histórico, começando pelo Renascimento e pela Reforma,

prepararam o solo de onde brotou, naturalmente, o Iluminismo.

Segundo Kant, é no Iluminismo que a humanidade alcança a idade

da razão, ou seja, a sua maturidade.

O Iluminismo é a saída do homem da menoridade de que ele próprio

é culpado. Menoridade é a incapacidade de o homem se servir

da sua razão sem a orientação de um outro. Esta menoridade é de

culpa própria, sempre a causa da mesma se não encontra na falta

de razão, mas na falta de decisão e de coragem de se servir dela

sem a orientação de um outro. Sapere aude! Tem coragem de te

servires da tua própria razão! Esta é, pois, a divisa do Iluminismo.

A preguiça e a cobardia são as causas por que um tão grande número

de homens, depois de a Natureza há muito os ter libertado da orientação

dos outros (naturaliter majorennes), prefere, mesmo assim,

ficar toda a vida com o estatuto de menoridade; e por que é tão fácil

aos outros arvorarem-se em seus mentores. É tão cómodo ser-se

menor. Se tenho um livro que tenha a razão por mim, um sacerdote

que tenha a consciência por mim, um médico que prescreva a dieta

por mim, etc., não preciso realmente de me esforçar. Não tenho necessidade

de pensar, desde que possa pagar; outros farão por mim

essa fastidiosa tarefa. O facto de a grande maioria das pessoas (entre

elas todo o belo sexo) considerar o passo em direcção à maioridade,

além de penoso, igualmente muito perigoso - disso se encarregam

os tutores que, com tanta generosidade, tomaram sobre si dirigi-las

superiormente. Depois que domaram os seus animais domésticos e

impediram cuidadosamente que estes seres pacíficos ousassem dar

um passo sem a canga em que os aprisionaram, mostram-lhes em

seguida o perigo que os ameaça se tentarem andar sozinhos. A verdade

é que este perigo não é assim tão grande, pois que depois de

algumas quedas acabariam por aprender a andar; todavia, exemplos

destes acabam por intimidar e normalmente por impedir tentativas

futuras. Por conseguinte, é difícil ao indivíduo desembaraçar-se da

Claretiano - Centro Universitário

© U3 - Educação na Modernidade 117

menoridade que se lhe tomou quase numa segunda natureza. Ele

até começou a afeiçoar-se a ela e de momento é realmente incapaz

de se servir da sua própria razão, porque nunca o deixaram tentar

fazer uso dela. Normas e fórmulas, esses instrumentos mecânicos de

um uso racional, ou antes, de um mau uso dos seus dotes naturais,

são os grilhões de uma menoridade constante. Quem se desfizesse

deles daria, mesmo por sobre o fosso mais estreito, apenas um salto

inseguro, porque não está habituado a movimentos assim livres. Por

isso é pequeno o número daqueles que conseguiram, mediante o

exercício do espírito, desembaraçar-se da menoridade e, apesar de

tudo, dar passos seguros.

Mas que uma comunidade se esclareça a si própria é já bem mais

possível: pode dizer-se até que é quase inevitável se se lhe der liberdade.

Pois que haverá sempre aí alguns homens que pensam

por si - mesmo entre os tutores nomeados para a grande massa

- os quais, depois que se libertaram por si próprios do jugo da menoridade,

espalharão à sua volta o espírito da avaliação racional

do próprio valor e da vocação própria de cada homem de pensar

por si. O que há de especial neste caso é que a comunidade, que

anteriormente foi colocada por eles sob esse jugo, os obriga depois

a ficar sob ele, se acaso tiver sido incitada a isso por alguns dos

seus tutores, incapazes eles próprios de qualquer esclarecimento

do espírito; tão prejudicial é, pois, semear preconceitos, porque no

fim acabam por se vingar naqueles que foram - eles ou os seus precursores

- os seus autores. Por isso, só lentamente é que uma comunidade

pode chegar a um esclarecimento do espírito. Mediante

uma revolução, poderá conseguir-se a libertação de um despotismo

pessoal ou de uma opressão ambiciosa ou tirânica, mas nunca

a verdadeira reforma do pensamento; apenas novos preconceitos

servirão, tal como os antigos, de trela da grande massa inconsciente.

Para este esclarecimento do espírito, porém, nada mais se exige

do que liberdade; e a mais inofensiva de entre tudo a que possa

chamar-se liberdade, a liberdade de fazer uso público e integral da

sua

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