Período Entre Guerras
Casos: Período Entre Guerras. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Jefsouza • 13/12/2014 • 3.822 Palavras (16 Páginas) • 294 Visualizações
Período Entre Guerras
É denominado período entre guerras à fase da história do século XX que vai do final da Primeira Guerra Mundial até o início da Segunda Guerra Mundial, ou seja, entre 1918 a 1939. A época é marcada por vários acontecimentos de importância que contribuíram para delinear a geopolítica internacional nas décadas seguintes.
O Mundo PÓS-GUERRA
Foi um período marcado por crises econômicas, políticas e sociais em vários países. Logo a seguir ao fim do primeiro conflito, o que se observava era importantes mudanças políticas e de rearranjos territoriais na Europa, África e Ásia. As Potências Centrais, Alemanha, Áustria-Hungria e Império Turco-Otomano pagarão preços altíssimos pela derrota na guerra. As consequências do conflito foram sentidas durante anos. Tanto derrotados quanto vitoriosos sofreram enormes perdas. A grande guerra deixou um saldo de milhões de mortos, cidades destruídas, economias falidas e conflitos sociais.
A Crise de 1929
Com o término da Primeira Guerra Mundial os Estados Unidos passaram a ser o grande nome do capitalismo mundial. De maior devedor, o país passou a posição de maior credor mundial, pois concederam grandes empréstimos a outros países, vencedores e perdedores. Além disso, investiram na reconstrução da Europa e, ao mesmo tempo exportavam bastante para esse continente.
Porém, a partir de 1925, apesar de toda euforia, a economia norte-americana começou a ter sérios problemas. Enquanto a produção industrial e agrícola desenvolveu-se num ritmo acelerado, o aumento salarial foi muito lento. Além do mais, em consequência da progressiva mecanização da indústria e da agricultura o desemprego foi crescendo consideravelmente.
Após recuperarem-se dos prejuízos da guerra, os países europeus passaram a comprar cada vez menos dos Estados Unidos e a concorrer com o mesmo nos mercados internacionais. Pela falta de consumidores externos e internos, começaram a sobrar enormes quantidades de produtos no mercado norte-americano, caracterizando, assim, uma crise de superprodução, ou seja, muita mercadoria e poucos consumidores.
Na tentativa de controlar essa crise, os agricultores passaram a armazenar cereais. Para isso, tiveram que pedir empréstimos aos bancos, oferecendo suas terras como garantia, muitos perderam seus bens. Já as indústrias se viram forçadas a desacelerar o ritmo da produção e, consequentemente, a despedir milhares de trabalhadores, o que afetou ainda mais o mercado consumidor.
A Queda da Bolsa de New York
Apesar da crise vivida naquele momento, os pequenos, médios e grandes investidores mantiveram suas especulações com ações. Isto é, comercializavam esses papéis por valores que não condiziam com a real situação das empresas. No entanto, chegou o momento em que a crise atingiu a Bolsa de Valores de New York, um dos importantes centros do capitalismo mundial. Os preços das ações começaram a cair, os acionistas entraram na corrida para tentar vendê-las, mas não havia pessoas interessadas. No dia 29 de outubro de 1929, havia cerca de 13 milhões de ações à venda, mas faltavam compradores. O que resultou na queda dos preços das ações, provocando a quebra (crash) da Bolsa de New York. A reconstrução da Europa enfrentou dificuldades colossais: recuperação e modernização do parque industrial, carência de matérias-primas básicas e desemprego. A fome ameaçava milhões de cidadãos desempregados. O sentimento de civismo europeu foi abalado por estas graves consequências. As condições do pós-guerra revoltaram os trabalhadores europeus, que passaram a exigir seus direitos. O entusiasmo causado pela Revolução Russa inspirou o surgimento de movimentos revolucionários pró-socialistas (Revoluções de 1917-23). Assustadas com esta situação, as elites europeias adotaram atitudes diversas para conter a tensão social. Países como Reino Unido e França concederam direitos sociais aos seus trabalhadores. Em outros como Itália, Alemanha e Espanha, o "perigo vermelho" justificou o surgimento de governos totalitários.
Os acordos de paz não alcançaram seus objetivos. Na Europa, antigas questões de convivência não foram resolvidas e novas tensões surgiram.
Com o Tratado de Versalhes a Alemanha perdeu um oitavo de seu território e seu império colonial. Seu exército foi reduzido, seus efetivos foram limitados e o país foi obrigado a pagar uma enorme indenização de guerra aos vencedores. As condições do tratado provocaram revolta e ressentimento no povo alemão.
Já o Tratado de Saint-Germain-en-Laye não satisfez os italianos, que foram privados da cidade de Fiume e de novos colônias africanas. No país este fato ficou conhecido como "vitória mutilada". A decepção italiana com os aliados da Primeira Guerra Mundial foi um dos fatores que favoreceram a ascensão de Benito Mussolini.
Novos Estados foram criados nos Balcãs, o que causou revoltas frequentes naquela região ainda jovem politicamente.
Esgotada pelas consequências da guerra, a Europa, até então líder incontestável do mundo, foi perdendo sua posição de liderança para duas novas potências emergentes: Estados Unidos à frente do capitalismo e a União Soviética, ainda único país a adotar o socialismo.
Ao mesmo tempo, países da América Latina, África e Ásia passavam por importantes mudanças:
Uma grande revolução na década de 1930 sacudiu a República da China. Durante a década de 1920, o Brasil enfrentou revoltas tenentistas e a coluna Prestes e a revolução de 1930 extinguiu a República Velha iniciando a Era Vargas. Na Alemanha e na Itália, surgiram o nazismo e o fascismo, respectivamente em Portugal e Espanha surgiram o salazarismo e o franquismo.
E um novo rumo marcou as relações políticas, econômicas e militares de todos os envolvidos direta e indiretamente nela.
Mas, sem dúvida, as piores consequências da guerra caíram sobre a Alemanha, que perdeu todas as suas colônias na África, Ásia e Oceania, foi forçada a pagar uma indenização brutal em bens e dinheiro (que nunca foi quitada) e que arruinou a economia do país, indo desembocar em uma hiperinflação poucas vezes vista.
A Alemanha que foi a grande responsável pela guerra, Com o Tratado de Versalhes assinado em 1919 foi obrigada a ter que pagar pesadas reparações aos países vencedores, reduzir seu exército a 100 mil homens (não sendo permitida a posse de aviões, tanques e submarinos)
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