Portfólio Conceito de Raça Portfólio
Por: Elciene Dias • 20/10/2022 • Relatório de pesquisa • 1.549 Palavras (7 Páginas) • 83 Visualizações
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 3
2 DESENVOLVIMENTO 4
3 CONCLUSÃO 8
REFERÊNCIAS 9
- INTRODUÇÃO
O presente trabalho se propõe a fazer uma reflexão a cerca do conceito de raça, para isso procuramos analisar o imaginário social partir de pensamentos racistas, bem como a permanência desses pensamentos até o presente momento. Passando pelo relato bíblico de Cam e qual a implicação social esse relato tem em nossas vidas.
Analisando o conceito teórico de Aníbal Quijano, e o que o mesmo entendem relação a categoria raça como uma criação da modernidade, e com relação principal sobre a América como um novo padrão de poder mundial, assim como o quão necessário e importante é sobre discussões em sala de aula na educação básica que procurem construir novas relações bem como diferentes imaginários sociais.
- DESENVOLVIMENTO
Durante séculos a discriminação de pessoas dava-se por meio da xenofobia em detrimento ao conceito de raça propriamente dito, o que não significa necessariamente que são conceitos inseparáveis, uma vez que raça:
“É a subdivisão de uma espécie formada pelo conjunto de indivíduos com caracteres físicos semelhantes, transmitidos por hereditariedade: cor da pele, forma do crânio, e do rosto, tipo de cabelo etc. Raça é apenas um conceito biológico, relacionado apenas a fatores hereditários, não incluindo condições culturais, sociais e psicológicas. “(CARNEIRO, 2000, p. 05)
Na antiguidade, os povos guerreavam e faziam prisioneiros de guerra, e os perdedores eram obrigados a trabalhar para os vencedores independente de raça, uma vez que existiam combates entre povos de uma mesma matriz racial. Até mesmo na idade média, o racismo como conhecemos hoje não era pregado, porém já tomava contorno a medida que os povos Europeus avançavam em suas conquistas territoriais, impulsionados pelo poder político da igreja que almejava a incorporação dos subjugados a cristandade, e conforme o avanço tecnológico se desenvolvia iam surgindo ideologias que justificavam o racismo e o domínio da Europa sobre os outros como um dever divino, afinal:
O fato de que os europeus ocidentais imaginaram ser a culminação de uma trajetória civilizatória desde um estado de natureza, levou-os também a pensar-se como os modernos da humanidade e de sua história, isto é, como o novo e ao mesmo tempo o mais avançado da espécie. (Quijano, 1988b; 1992a; 1998a).
Soma-se a isso o fato de que os Europeus eram tidos pela igreja como descendentes de Jafé filho de Noé, personagens da história bíblica onde o mesmo, assim como consta em Gênesis, teria tido 3 filhos (Sem, Cam e Jafé), que foram responsáveis por povoar a terra após o diluvio, neste mito Noé se embriaga de vinho e se deita nu em sua tenda, Cam pai de Canaã ao ver seu pai nu conta a seus irmãos, um filho ver a nudez do pai era extremamente recriminado pelos Hebreus, Noé quando soube do acontecido amaldiçoa Cam com a frase “Maldito seja Canaã; seja servo dos servos de seus irmãos” (Gênesis 9. Aqui vamos se ater a dois filhos, "...Jafé, que teria dado origem aos povos indo-europeus, indo-germânicos e indo-arianos, corresponde à luz, aberto, ampliado e louro. Enquanto Cam se refere a “quente”, “queimado” ou “trevas” (HROEDEL, IRAN)
Estava praticamente justificado que os Europeus não só poderiam como deveriam subjugar os descendentes de Cam, e com o surgimento das grandes navegações fazem com que principalmente Espanha e Portugal começasse a explorar para além de seu continente, levando com sigo o "fardo do homem branco" levando civilidade e o cristianismo aos “pagãos”, ignorando o fato de que já haviam grandes construções, tecnologias, pensamentos e divisões políticas avançadas mesmo quando a Europa ainda não as tinham. O pensamento de superioridade em relação aos outros povos era latente e fez com que a inferioridade racial foce implantada por parte dos colonos europeus para assegurar suas dominações em busca de riquezas,
E na medida em que as relações sociais que se estavam configurando eram relações de dominação, tais identidades foram associadas às hierarquias, lugares e papéis sociais correspondentes, com constitutivas delas, e, conseqüentemente, ao padrão de dominação que se impunha. Em outras palavras, raça e identidade racial foram estabelecidas como instrumentos de classificação social básica da população. (Quijano, Anibal. 2005)
No Brasil, após a abolição da escravatura não foram implementadas maneiras da inserção do negro a sociedade, tais como projetos assistenciais e leis que contribuíam para tal, isso fez com que continuassem a ser tratados de maneira inferior. Com o passar do tempo essas discriminações foram se desenvolvendo e sendo passadas a diante voluntaria ou involuntariamente por meios governamentais como o processo de branqueamento tentado pelo Brasil entre a segunda metade do século XIX e a segunda metade do século XX, sua cultura e religião foram marginalizados e persiste até os dias atuais, se não de forma governamental como outrora, socialmente por meio de piadas e relatos por parte de quem desconhece o que diz.
"há uma cultura veiculada pela mídia, cujas linguagens, sons e espetáculos ajudam a urdir o tecido da vida cotidiana, dominando o tempo de lazer, modelando a opinião política, os comportamentos sociais e fornecendo o material com que as pessoas forjam sua identidade, determinando o que é positivo e o que é negativo, o que bem-sucedido ou fracassado". (Kellner, 2001)
O fato é que essas ideias ficaram no imaginário popular de nossa sociedade, onde uma delas é de que o negro é malandro, e nos causa estranheza que num país miscigenado como o Brasil tenhamos esses pensamentos, visto que somos de maioria que se auto denomina pretos e pardos, a questão é que somos bombardeados por todos os lados de informações muitas vezes falsas de acontecimentos que envolvem negros, a população carcerária é de maioria negra e a divisão de trabalho acaba por contribuir para que os negros tenham uma posição inferior aos "brancos", o que nos leva a pensar que se somos de maioria constituídos de negros e pardos seria um ponto fora da curva não termos uma população carcerária ou até mesmo notícias que não envolvam esta parcela da população, do mesmo modo, deveríamos dar um enfoque a questão das relações de trabalho, qual a real causa de que não vemos negros numa porcentagem relevante em cargos superiores?
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