Pré-História do Nordeste do Brasil
Por: Virgínia Ferreira • 18/6/2015 • Resenha • 991 Palavras (4 Páginas) • 1.822 Visualizações
MARTIN, Gabriela - Pré-História do Nordeste do Brasil/Gabriela Martin; prefácio de Niède Guidon - 5. ed - Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2008.
Capitulo 3 - A Antiguidade do homem no nordeste do Brasil (pg. 61 - 75)
“Os dados relativos à antiguidade do homem na América têm-se multiplicado, nas ultimas décadas, de norte ao sul do continente, com evidencias cada vez maiores que assinalam a presença de bandos de caçadores não especializados em datas cada vez mais recuadas.” (p.62) Alguns exemplos dessas evidencias nas Américas que são cronologicamente paralelas com as evidencias do nordeste brasileiro, e que podem ser agrupados em três grandes períodos cronológicos. O primeiro é Old Crow, na bacia do Yukon no Norte do Canadá; Texas Street, no vale do misson river, em San diego, no sul da california; Valsequillo, no estado mexicano de Puebla.
As escavações de Old Crow duraram vários anos e as datações variam entre 25 a 40 mil anos, com avanços das pesquisas tem datações que chegam a 200000 anos. Em texas Street, a cronologia calcula 100000 de anos. Valsequillo tem datações de 250.000 anos. “As datas citadas servem como ponto de apoio aos defensores da presença humana na America no ultimo interglaciar” (p. 62)
No Brasil os sítios que correspondem a essa faixa cronológica são Lapa Vermelha IV, no município de Pedro Leopoldo, mina gerais, com datações que chegam até 25000 anos e outras entre 1,2 a 10 mil anos. Outro sitio é o de Itaboraí no Rio de Janeiro e Alice Boër em Rio Claro (SP), com ocupações entre 20 a 40000 anos AP. No SO da Bahia existem sítios com datações de 43000 anos.
Os vestígios de ossos humanos não remontam, em todo o brasil, além de 12000 anos e para datações mais antigas falta-nos o elemento chave - a presença fisica do homem - a confirmar definitivamente a existência no solo nordestino. Até hoje o “early man” brasileiro continua escondendo seu rosto. (p.65)
“Os primeiros homens que chegaram ao Nordeste brasileiro eram, pelos dados que até agora possuímos, como os índios atuais.” (p.66) Os primeiros habitantes brasileiros teriam chegado ao Piauí por volta de 50000 anos. “Admite-se que os indios brasileiros chegados ao Nordeste são descendentes de levas arcaicas, que atravessam o estreito de Bering alguns anos antes.” (p. 66).
“As terras ácidas existentes no solo brasileiro e as grandes áreas do trópico úmidas, pouco propícias à conservação de ossos, os ritos de incineração dos cadáveres, a pouca densidade demográfica e a falta de pesquisas, são fatores negativos na freqüência de achados esqueletais humanos.” (p.68)[...]”o conhecimento das populações pré-históricas do nordeste teve significativo aumento. Para isso contribuíam as escavações sistemáticas de três importantes necrópoles pré-históricas, em Pernambuco, em Sergipe e no Rio Grande do Norte, além dos achados no SE do Piauí.”(p.69)
A mulher mais antiga do Nordeste foi encontrada há 10000 anos em São Raimundo Nonato no Piauí. Foi a descoberta mais importante na região, esqueleto achado na toca da Janela da Barra do Antonião, sitio escavado 1990. Os resultados são de um corpo de uma mulher que foi encontrada deitada em posição de fletida junto a uma fogueira, morta possivelmente por um bloco desprendido do teto da caverna, com datação de 9670 anos. Uma mulher adulta com idade aproximada de 30 anos, com traços extremamente gráceis, com caracteres cranianos arcaicos robustos.
Um grupo humano em Brejo da Madre de Deus em Pernambuco. O abrigo da furna de Estrago escavado em 1982 e 1985. É um pequeno abrigo sob rochas de formação granítica, ocupados por caçadores pré-históricos desde do início do holoceno. Com datações entre 11000 anos BP e entre 2000 e 1000 anos BP, aparentemente um cemitério
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