QUESTÕES NABUCO
Por: Érika Watanabe • 27/6/2017 • Ensaio • 1.089 Palavras (5 Páginas) • 226 Visualizações
Nome dos integrantes:
Danielle Yamaguti (21080813)
Erika Watanabe (21070913)
Luana Alice Forlini (21046313)
ESTUDO DIRIGIDO
RAFAEL BRITO DIAS - CAPÍTULO 2
1. Discutir as conexões entre o Modelo linear ofertista, decorrente da concepção do Relatorio Vannevar Bush (conferir Science: the Endless Frontier : pp. 41-43) e a política do nacional desenvolvimentismo, conforme problematizado por Rafael Dias.
O relatório Vannevar Bush buscou analisar e codificar as ações de apoio governamental às atividades de P&D no período pós-2ª Guerra Mundial, explicando o valor da ciência e da tecnologia na sociedade. Desse modo, questões referentes a estes passaram a ter a mesma relevância, em tempos de paz, que tiveram em época de guerra.
Isso gerou uma concepção de que quanto mais avanços científicos, mais bem-estar social e mais desenvolvimento. Muitos países aumentaram seus gastos em P&D, entre eles o Brasil. Assim, as ditaduras militares e seu projeto nacional desenvolvimentista estiveram conectadas ao modelo linear ofertista observado no relatório já que, para lograr o primeiro, acreditava-se nas premissas do segundo. Ou seja, a autonomia tecnológica e os avanços industrias que seriam consequência desta iriam desenvolver o país e criar maior bem-estar neste.
2. De que modo as correlações entre o processo de industrialização, a pesquisa científica e o desenvolvimento tecnológico são apresentadas no texto do autor?
Um dos objetivos do projeto militar seria a autonomia tecnológica do Brasil, ou seja, seu desenvolvimento tecnológico para o desenvolvimento nacional. Para tanto, seria necessário conjuntos de ações que abarcariam a proteção da indústria em determinados setores, a criação de institutos científicos e a reforma da educação superior afim de criar o incentivo para a pesquisa voltada ao desenvolvimento de tecnologia.
Para Oszlak (1997) citado pelo autor Rafael Brito, a relação do Estado-sociedade seria concretizada pelo funcional, material e dominação. Este ultimo termo é referente a correlação de poder vigente naquela sociedade, em que uma particular intensão conformariam as características centrais do Estado. Desta forma, faz-se uma reflexão sobre o papel do Estado sobre os problemas de reprodução das forças produtivas (essas forças produtivas iriam prosperar a atividade econômica e geraria progresso). Percebemos, então, que o desenvolvimento científico seria influenciado pela pesquisa científica em instituições específicas para tal e, também, pelo processo de industrialização. Assim, o Estado afim de alcançar seus objetivos, movimenta órgãos e instituições governamentais para compor uma política de modernização e transformação cultural e científica, criando laboratórios e desenvolvimento de pesquisa.
3. Por que, na análise proposta, a comunidade científica assume grande protagonismo na formulação da Política Científica Brasileira?
A política científica e tecnológica brasileira do período fez com que a comunidade de pesquisa tenha conseguido manter o controle sobre a agenda da PCT sob um contexto autoritário. Isso ocorreu devido a convergência entre a racionalidade da comunidade de pesquisa (sobre o mito do avanço do conhecimento científico e tecnológico como pilar de desenvolvimento nacional e também pelo mito de ciência neutra) e o projeto nacional desenvolvimentista dos Governos Militares, permitindo que a comunidade acadêmica seguisse desempenhando as pesquisas com muito recurso de autonomia, como também êxito do Brasil no campo científico tecnológico, que serviu como propaganda do regime militar.
Também é necessário destacar que houveram alguns conflitos entre as comunidades de pesquisa e os militares, dentre eles o "entreguismo" - favorecer o capital internacional é problemático ou não? A comunidade científica se dividia sobre esse aspecto.
4. Qual o papel do ensino superior na constituição de um sistema de ciência e tecnologia?
O avanço das forças produtivas fazia aumentar a demanda na formação de profissionais que são capazes de solucionar problemas técnicos trazidos pela indústria. No início do século XIX cria-se os cursos, que foram embriões para o ensino superior no Brasil. Na primeira metade do século XX, houve o surgimento de diversas instituições para compor uma política científica e tecnológica do país. Era, na década de 1930, que o Brasil viveu um processo de modernização. Na esteira da modernidade deveriam vir transformações culturais, científicas e tecnológicas. Criou-se a USP e Universidade do Distrito Federal no Rio, sendo transformados em laboratórios e institutos de pesquisa. O processo de industrialização teve pouco impacto no país, pois ele ainda permanecia como periférica no mundo.
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