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Quadro Analítico Com Sobre Cada Passo Destacando Os Diferentes Momentos Da Trajetória Da EJA, Suas Concepções, Políticas E Práticas.

Trabalho Universitário: Quadro Analítico Com Sobre Cada Passo Destacando Os Diferentes Momentos Da Trajetória Da EJA, Suas Concepções, Políticas E Práticas.. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  3/11/2014  •  2.123 Palavras (9 Páginas)  •  637 Visualizações

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1938-1940 As atividades educacionais desenvolvidas por outras organizações empresariais não eram reconhecidas, somente Liceu de Artes e Ofícios; O Liceu mantinha cursos noturnos para operários. Merece destaque a qualidade excepcional desse estudo, pela atualidade de muitas afirmações feitas, em particular sobre as atitudes e competência dos professores para trabalhar na educação de adultos e pela coerência do compromisso político do autor com o atendimento prioritário aos operários e demais pessoas das classes populares.

1945-1962 Foi reconhecida a necessidade de uma metodologia especial de ensino que considere o desuso da aprendizagem, desenvolva a autoconfiança e parta do diálogo. Para tanto, deveriam ser disponibilizados o rádio, a imprensa, o cinema, a biblioteca, as discotecas, dentre outros meios. Outra questão enfocada, que permanece importante e discutida ainda hoje, é a formação de professores para atuar nas classes de jovens e adultos. Reforçada, a partir de 1950, pela Campanha Nacional de Educação Rural (CNER), que também partia do conceito de educação de base, estrategicamente designada como educação rural, adentrando também na categoria de iniciativas institucionalizadas no Brasil. Nesse mesmo período, o governo federal incentivou ainda a criação, em 1946, do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e logo depois do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), vinculados ao Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, visando à formação profissional com a colaboração dos setores industrial e comercial.

Década de 1960 A promulgação da primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em 1961; e a aprovação do Plano Nacional de Educação, em 1962; ao lado do enfraquecimento das campanhas nacionais, criaram as condições para novas experiências de educação de adultos, com a consequente redefinição de um conceito de alfabetização voltado apenas para ler, escrever e contar. Por isso, pode ser caracterizado como um momento de ruptura com a forma institucionalizada até então, viabilizando o repensar da Educação de Adultos no Brasil. No relatório de uma das comissões do seminário preparatório realizado em Pernambuco, cujo relator foi Paulo Freire, afirma-se que o problema fundamental é a miséria do povo e propõe-se outra forma de trabalho educativo: não sobre ou para o homem, mas com ele, considerando “imperativa sua participação em todos os momentos do trabalho educativo, preparatória ou concomitante àquela outra ainda mais estimável, que é a participação na vida da região e nas esferas mais amplas da sociedade em que vive”. Foi realizada a implantação de vários movimentos designados de cultura popular, entre os quais destacam-se: Movimento de Cultura Popular (MCP, Recife, 1960); Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE, 1961), que se expandiu para vários estados; Campanha De Pé no Chão se Aprende a Ler (Natal, 1961); Campanha de Educação Popular da Paraíba (CEPLAR, 1962);

Movimento de Educação de Base (MEB), criado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em 1961, com apoio do governo federal; e o Sistema de Alfabetização Paulo Freire, que, a partir da experiência de Angicos, em 1963, inovou radicalmente não só o conceito de alfabetização como consolidou o próprio modo de trabalhar com os adultos.

a) o conceito de cultura popular, assumido como fundamental, do qual passou a derivar o conceito de educação popular – não a disseminação da cultura erudita aos setores populares, mas a consideração da cultura do povo como expressão de sua visão de mundo e, a partir dela, no que se designou conscientização, pensar a transformação da realidade em uma perspectiva democrática;

b) uma nova forma, consequentemente, de entender a alfabetização, proposta por Paulo Freire, com expressa dimensão política;

c) a definição e vinculação assumida dos movimentos de cultura e educação popular com o movimento social mais amplo, no qual teve origem e ao qual se alia na luta por um novo projeto histórico.

Em nosso entender, perdeu-se, nesse período, a oportunidade significativa de absorver as práticas de educação popular como política pública. A alfabetização e educação das pessoas adultas, no início dos anos de 1960, apareciam como perigosas para a estabilidade do regime e para a preservação da ordem capitalista e por isto foram suprimidas pelo golpe militar de 1964.

Final de 1960 de inicio de 1970 O tema da educação permanente privilegiava a educação de adultos, referida, em primeiro plano, pelo menos no caso europeu, à possibilidade de formação para o mercado de trabalho, necessariamente continuada, exigida pelos novos sistemas de produção. Alguns autores abordavam também, e algumas vezes prioritariamente, a formação cultural mais ampla, propondo aprendizagens sistemáticas ou livres no lazer ou nas férias, por meio do cinema, da literatura, do turismo, dentre outras formas de aprender.

Essa foi à perspectiva mais desenvolvida teoricamente, no Brasil e na América Latina. Mas as críticas feitas às experiências europeias, sobretudo francesas, denunciavam que as atividades consideradas de educação permanente ou de educação continuada eram promovidas, sobretudo, por empresas e sempre postas em termos de atualização profissional.

Um de seus pontos fundamentais era a relação entre a educação geral e a educação técnica ou a formação profissional, especialmente sua relação intrínseca: sem educação geral de qualidade não se consegue uma formação profissional satisfatória, em termos de abstração e capacidade de decisão exigida pelos novos processos produtivos.

Nos anos de 1970 até meados dos anos de 1980 foram marcados por duas ações complementares, embora pouco articuladas: a Lei n. 5692/71, que criou os ensinos de 1º e 2º Graus e sistematizou o Ensino Supletivo, em termos de exames e cursos, e o Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral), ambas influenciadas pela ideologia da educação permanente.

Quanto aos exames supletivos, a partir da criação do 1º Grau, reunindo o antigo primário e o curso ginasial, o mercado de trabalho passou a exigir o certificado de oito anos de estudos. A procura da certificação neste nível mobilizava milhares de pessoas, que lotavam estádios de futebol, obrigando a padronização dos exames em nível nacional. Embora com menor intensidade, a procura dos exames supletivos de 2º Grau, naquele período, também foi significativa, tendo se tornado crescente no período mais recente, quando o mercado de trabalho passou a exigir a certificação em nível do ensino médio.

O conceito de educação de adultos assumido pelo Departamento de Ensino Supletivo (DSU) do

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