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Querra Do Contestado

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Por:   •  22/3/2015  •  1.677 Palavras (7 Páginas)  •  289 Visualizações

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Guerra do Contestado

A Guerra do Contestado foi um conflito armado entre a população cabocla e os representantes do poder estadual e federal brasileiro travado entre outubro de 1912 a agosto de 1916, numa região rica em erva-mate e madeira, disputada pelos estados brasileiros do Paraná e de Santa Catarina.

Conflito que surgiu, em uma área povoada por sertanejos, entre as fronteiras do Paraná e Santa Catarina. Eram pessoas muito pobres, oprimidas, que não possuíam terras e também padeciam com a escassez de alimentos. Subsistiam sob a opressão dos grandes fazendeiros e de duas empreendedoras americanas que operavam ali – a Brazil Railway, responsável pela implantação da via ferroviária que uniu o Rio Grande a São Paulo, e uma madeireira.

A Brazil Railway obteve do governo, como forma de remuneração pelos serviços prestados, o equivalente a 15 mil metros de terras, uma em cada margem da estrada de ferro, as quais tinham que ser obrigatoriamente povoadas por estrangeiros. Porém, o que a Brazil Railway mais queria era tirar proveito da riqueza da floresta nativa ali existente, que ostentava sua erva-mate, seus pinheiros e imbuias. As empresas empregaram os imigrantes nos trabalhos com a estrada de ferro e na exploração de madeira. Deram início então à retirada forçada dos nativos, que ocupavam ilegalmente um pedaço de terra, na qual trabalhavam para que se tornasse fértil.

Essa atitude revoltou os sertanejos e foi o estopim para o conflito, que se destacou por sua característica sócio-política. A Guerra do Contestado colocou os nativos contra o governo, as multinacionais e as oligarquias. Os sertanejos encontraram o apoio que precisavam nos monges – religiosos que peregrinavam pelo sertão pregando a palavra de Deus –, figuras muito respeitadas por esse povo. No ano de 1912, um monge, conhecido como José Maria (foto), une-se aos sertanejos revoltados, institui vários povoados com autoridade própria e igualdade social, ignorando a partir de então qualquer mandado vindo da parte de alguma autoridade da República Velha.

Esses povoados ficaram conhecidos como Contestado e o conflito ganhou feição messiânica, sendo conhecido também como Guerra Santa. José Maria era estimado pelos seus seguidores - pessoas socialmente desprovidas de tudo - como uma alma boa que surgira para restabelecer a saúde dos adoentados e desprovidos. O costume do monge, de anotar as qualidades curativas das plantas que achava nas redondezas, o ajudou a construir no lote de um dos administradores uma botica, para melhorar a assistência de quem o procurasse.

O governo federal não viu com bons olhos o trabalho de José Maria, que passou a representar um risco para a ordem e segurança da região. Ele e seus seguidores foram severamente reprimidos pelas multinacionais e pela guarda armada do governo federal. Eles pretendiam dar fim aos povoados sertanejos e obrigá-los a sair por bem ou por mal dos territórios dos quais haviam tomado posse. No mês de novembro de 1912 ocorreu a batalha de Irani, o qual marcou este conflito e desencadeou na morte do monge José Maria. Os sertanejos, inconformados com a morte de seu líder, partem para o extremo, dando início a uma guerra civil.

Novas sedes foram constituídas por seus sectários, que até este momento não pensavam em se render, mais sim em continuar lutando, desgostando o governo federal que, ávido por acabar definitivamente com esta guerra, resolve usar todo seu poderio militar e abater as últimas fortificações resistentes, utilizando para este fim um grande contingente de soldados equipados com fuzis, canhões, metralhadoras e aviões, nunca antes usados em uma ação bélica desta magnitude

Em 8 de fevereiro de 1914, numa ação conjunta de Santa Catarina, Paraná e governo federal, foi enviado a Taquaruçu um efetivo de 700 soldados, apoiados por peças de artilharia e metralhadoras. Estes logram êxito na empreitada, incendeiam completamente o acampamento dos jagunços, mas sem muitas perdas humanas, já que os caboclos e fiéis da causa do Contestado se refugiaram em Caraguatá, local de difícil acesso e onde já viviam cerca de 20.000 pessoas

Os fiéis que mudaram para Caraguatá, interior do atual município de Lebon Régis, eram chefiadas por Maria Rosa, uma jovem com quinze anos de idade, considerada pelos historiadores como uma Joana D'Arc do sertão, já que "combatia montada em um cavalo branco com arreios forrados de veludo, vestida de branco, com flores nos cabelos e no fuzil". Após a morte de José Maria, Maria Rosa afirmava receber, espiritualmente, ordens do mesmo, o que a fez assumir a liderança espiritual e militar de todos os revoltosos, então cerca de 6.000 homens.

Depois de vários confrontos, num deles Maria Rosa, a líder espiritual dos rebeldes, morre às margens do rio Caçador.

Mudança de Estratégia

Com o passar do tempo, general Fernando Setembrino de Carvalho adotou uma nova postura de guerra, evitando o combate direto, que era o que os revoltosos esperavam e para o que estavam se preparando, optando por cercar o reduto dos fanáticos com tropas por todos os lados, evitando que entrassem ou saíssem da região onde estavam. Para isto, o general dividiu seu efetivo em quatro alas com nomes dos quatro pontos cardeais e, gradativamente, foi avançando e destruindo qualquer resistência que encontrasse pelo caminho.

Com esta nova estratégia, rapidamente começou a faltar comida nos acampamentos dos revoltosos. Isto teve como consequência imediata a rendição de dezenas de caboclos. Contudo, a maioria dos que se entregavam eram velhos, mulheres e crianças - talvez uma contra-estratégia dos fiéis para que sobrasse mais comida aos combatentes que ficaram para trás e que ainda defenderia a causa.

Neste ponto da guerra do Contestado, começa a se destacar a figura de Deodato Manuel Ramos, vulgo "Adeodato", considerado pelos historiadores como o último líder dos contestadores. Adeodato transferiu o núcleo dos revoltosos para o vale de Santa Maria, que contava ainda com cerca de 50.000 homens. Só que aí,

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