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RESENHA BRUXAS

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Por:   •  12/11/2014  •  427 Palavras (2 Páginas)  •  427 Visualizações

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Paola Basso Menna Barreto Gomes Zordan

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Bruxas: figuras de poder

Resumo: As mulheres que tanto a história como a imaginação popular mitificaram como “bruxas”

constituem figuras que expurgam as fobias da Contra Reforma. As bruxas foram torturadas e

queimadas para sinalizar os perigos de práticas e saberes à margem da Igreja e de outras

instituições dominantes na Idade Moderna. Parteiras, curandeiras e carpideiras, as bruxas

misturam em seu caldeirão os mistérios da vida e da morte herdados das tradições pagãs.

Este artigo percorre textos de historiadores, em especial o de Jules Michelet, que no século XIX

construiu a imagem romântica e martirizada da bruxa, e o manual de inquisidores do século

XIV, o Malleus Maleficarum, que descreve os poderes da bruxa, sua aliança com o demônio e

sua ameaça para o cristianismo. Os discursos instaurados por tais textos constroem tanto a

imagem que glorifica a bruxa quanto aquela que a execra, mostrando ambas o potencial

transformador de suas práticas e de sua ligação com a sexualidade.

Palavras-chave: bruxas, corpo, feitiçaria, paganismo, Inquisição.

Copyright  2005 by Revista

Estudos Feministas

Escrito pelos inquisitores Heinrich

Kramer e James Sprenger, foi

incansavelmente consultado nos

tribunais eclesiásticos dos séculos

precedentes nos processos de

bruxaria (SPRENGER e KRAMER,

1991).

1

Fêmea inebriante ou velha decrépita, a figura da

bruxa exprime alguns conceitos que o pensamento

ocidental legou ao que se entende por feminino. Trata-se

de uma imagem construída por diferentes discursos, um

romântico, propagado ao longo do século XIX, e outro

eclesiástico, expresso nos enunciados seculares da

cristandade contra arcaicas práticas pagãs. A fim de

mostrar a constituição dessa imagem, o presente ensaio se

pauta, entre tantas leituras, no manual de inquisidores,

datado do século XIV, chamado Malleus Maleficarum,1 o

“Martelo das Feiticeiras”, e no livro La Sorcière (A Feiticeira),

do historiador Jules Michelet. Enquanto o Malleus

Maleficarum

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