RESENHA CRÍTICA "Personagens Envolvidos Na Montagem Do Tráfico Internacional"
Pesquisas Acadêmicas: RESENHA CRÍTICA "Personagens Envolvidos Na Montagem Do Tráfico Internacional". Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: silvalourdes14 • 20/5/2014 • 1.169 Palavras (5 Páginas) • 456 Visualizações
Maria de Lourdes Silva
RESENHA CRÍTICA
“Personagens Envolvidos na Montagem do Tráfico Internacional”
Trabalho apresentado à Universidade do Estado da Bahia- UNEB. Departamento de Ciências e Tecnologias-DCHT Campus XX-Brumado História-UAB, como requisito parcial para a obtenção de crédito na disciplina: História da África no IV semestre do curso superior de História.
Os primeiros escravos e a legalização da escravatura
A coroa Portuguesa autorizou a escravatura com a bênção papal, documentada nas bulas de Nicolau V Dum diversos e Divino Amore communiti, ambas de 1452, que autorizavam os portugueses a reduzirem os africanos à condição de escravos com o intuito de cristianizá-los. A regulamentação da escravatura era legislada nas ordenações manuelinas, a adopção da escravatura vinha assim tentar ultrapassar a grande falta de mão de obra, que também se verificava por toda a Europa, devido à recorrência de epidemias muitas provenientes da África e do Oriente. Até a primeira metade do século XV a população portuguesa apresentou queda demográfica constante.
Quanto aos governos Africanos, quer fossem de religião muçulmana ou de outras religiões nativas já praticavam a escravatura muito antes dos europeus se iniciarem no tráfico. Diversas nações africanas tinham as suas economias dependentes do tráfico de escravos e viam o comércio de escravos com os europeus como mais uma oportunidade de negócio. O mais antigo registro de envio de escravos africanos para o Brasil data de 1533 quando Pero de Góis, Capitão-Mor da Costa do Brasil, solicitou ao Rei a remessa de 17 negros para a sua capitania de São Tomé (Paraíba do Sul/Macaé)
Seguidamente, por Alvará de 29 de Março de 1559, D. Catarina de Áustria, regente de Portugal, autorizou cada senhor de engenho do Brasil, mediante certidão passada pelo governador-geral, a importar até 120 escravos.
Como os africanos se tornavam escravos
Quando os portugueses chegaram a África, encontraram um mercado africano de escravos largamente implementado e bastante extenso.
Os africanos eram escravizados por diversos motivos antes de serem adquiridos:
• Prisioneiro de guerra
• Punição para quem fosse condenado por roubo, assassinato, feitiçaria e, às vezes, adultério.
• Penhora: as pessoas eram penhoradas como garantia para o pagamento de dívidas.
• Rapto individual ou de um pequeno grupo de pessoas no ataque a pequenas vilas,
• Troca de um membro da comunidade por comida
• Como pagamento de tributo a outro chefe tribal
Ainda quando estavam em África, estima-se que a taxa de mortalidade dos africanos no percurso que faziam desde o local em que eram capturados pelos mercadores de escravos locais, até ao litoral onde eram vendidos aos europeus, era superior à que ocorria durante a travessia do Atlântico. Durante a travessia, a taxa de mortalidade embora menor do que em terra, até o final do século XVIII, se manteve assustadora, com maior ou menor incidência dependendo das epidemias, das rebeliões e suicídios levados a cabo pelos escravizados, das condições existentes a bordo, bem como do humor do capitão e tripulação de cada navio negreiro.
O Tráfico Transatlântico de Escravos e Figuras Participativas de Tal Barbárie
Para falar sobre o tráfico de escravos faz - se necessário a compreensão do que se refere tal prática. Assim o tráfico de escravos, abrange toda ação referente à captura, cognição ou rendição de um sujeito com o desígnio de escravizá-lo.
Paul Lovejoy, arraiga ainda mais essa compreensão afirmando que o tráfico de escravos foi a prática de uma barbárie que promulgou transformação do africano escravizado em “coisa”, em subalterno passivo, impossibilitado de expressar sua própria história, na borne como um ser desprovido de direitos, cabendo a estes apenas a condição de produtor de riquezas de seus
(LOVEJOY, 2002).
Tal barbárie corresponde ao tempo histórico, no qual houve a retirada coagida de Africanos. A relação comercial referente aos escravos do Tráfico Transatlântico de Escravos entre a África e o mundo ocidental impetrava o envoltura das sociedades africanas que compuseram uma implexa contextura de intermediários e artifícios que possibilitaram as transações comerciais.
Esse fator ressalta a questão da forma desumana e opróbrio que visa apenas a pretensão desmesurada do sucesso, assim não existia qualquer limite no que se refere à truculência perpetrada,
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