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Resenha: O Astrolabio, o Mar e o Imperio

Por:   •  12/8/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.879 Palavras (8 Páginas)  •  330 Visualizações

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SUMÁRIO

1 RESENHA: O astrolábio, o mar e o Império 3

4 CONCLUSÃO 8

REFERÊNCIAS 10

1 RESENHA – O ASTROLÁBIO, O MAR E O IMPÉRIO.

O artigo “o astrolábio, o mar e o Império” da pesquisadora Heloísa Meireles Gesteira tem como objetivo evidenciar as bases técnicas e científicas que possibilitaram a expansão marítima europeia, destacando assim as relações entre elas e a construção e o uso de instrumentos matemáticos na navegação oceânica.

Portugal foi o primeiro país a se lançar no mar, em grandes viagens. A primeira conquista foi a cidade de Ceuta, no norte da África, depois desse episódio, em 1415, Portugal passou a estender os seus domínios, para tal intento usou as rotas do Atlântico.

Vários fatores impulsionaram a expansão portuguesa são fatores de ordem política, econômica e religiosa. No final do século XV, a atividade que mais proporcionava lucros era o comércio de especiarias asiáticas, porém o comércio de especiarias europeu era fruto do monopólio Italiano. Portugal foi o grande pioneiro na expansão marítima e foi o primeiro Estado Moderno da Europa. Enquanto países como Inglaterra, França e Espanha só atingiram a formação do estado moderno centralizado, com um único rei, com a centralização das defesas militares, quase um século a frente de Portugal, que atingiu esse ápice na década de 80 do século XIV. Assim Portugal se centraliza e se torna um estado autônomo, investe em estudos navais, com o intuito de chegar as Índias, e de lá trazer as famosas e lucrativas especiarias, algodão, ouro e marfim.

Durante a Idade Média as viagens marítimas eram realizadas próximas a região costeira, um desses motivos era o pensamento de que a Terra era em formado de disco, e ao se adentrar ao tenebroso Oceano Atlântico poderiam cair num abismo sem fim, além de muitos mitos e lendas sobre a existência de diversos monstros marinhos. Mas com o Renascimento e os avanços científicos, a junção entre náutica e astronomia, as viagens em ultramar se tornaram possíveis. Um dos fatores que tornaram possível a expansão ultramarina portuguesa, foi o conhecimento e as técnicas disponíveis aplicadas aos problemas náuticos.

Durante o período dos “descobrimentos” os pilotos tinham diversos instrumentos que os orientavam, como por exemplo, tabelas de inclinação do Sol e estrelas, anotações sobre condições de navegação, cartas de marear e eles mesmos faziam anotações e também mapeavam as linhas costeira e as novas terras.

Os ibéricos criaram e adaptaram diversos instrumentos para a navegação oceânica, como por exemplo o astrolábio, a bússola, o quadrante, a balestilha, também foram usados instrumentos como compassos, réguas, transferidores, para transportar os dados coletados em suas observações para o papel.

Há evidências claras, por meio de estudos realizados, com base em textos escritos por cosmógrafos portugueses, entre o século XVI e XVIII, que foi por meio de bases técnicas e científicas que se tornou possível a expansão marítima. Se os instrumentos disponíveis na época, por exemplo o Astrolábio, não existisse, ou ate mesmo fosse usado de maneira incorreta, talvez os portugueses nunca teriam tido tanto êxito, talvez o Império português da Idade Moderna, nunca tivesse existido.

Durante os séculos XV e XVI as navegações sofreram transformações significativas, alguns procedimentos que caracterizavam a forma de navegar do período dos descobrimentos foram inaugurados pelos portugueses durante a exploração do Atlântico, ainda no século XV.

Podemos destacar a navegação por alturas e distâncias de um astro, a simplificação do astrolábio para uso naval, a preparação de tabelas de declinação do sol, o conhecimento cada vez mais profundo da costa africana e do Oceano Atlântico. A junção dos conhecimentos geográficos e astronômicos, com o desenvolvimento de instrumentos precisos de navegação, trouxeram cada vez mais segurança e rapidez nas viagens, além de rotas mais precisas e auxiliando na localização e demarcação de novas terras.

Portugal como um Estado europeu autônomo sistematizou e padronizou o ensino náutico, a preparação de pilotos e a confecções de instrumentos navais. É evidente que ter o controle sobre as rotas marítimas e ter o controle sobre as técnicas eficazes empregadas, se relacionavam com os interesses políticos de Portugal. Por isso ter o domínio sobre as técnicas empregadas na navegação marítima era um componente chave.

O documento Regimento dos Pilotos incluía noções básicas de matemática, relacionadas com navegação, conhecimento sobre o universo, sobre as regras da lua e das mares, explicava também como utilizar a carta de marear, manusear os instrumentos de navegação e localização. Já o Tratado da Esfera, uma obra de Johannes Sacrobosco, era uma espécie de livro didático para aqueles que ingressavam na astronomia e obrigatório para aqueles que aprendiam a arte de navegar.

Era baseado nesses documentos que o cosmógrafo-mor avaliava os pilotos, os instrumentos e as cartas feitas por eles. Tudo deveria ser feito exatamente como instruía os documentos. Essa sistematização e padronização tanto dos instrumentos como das cartas de marear, foram extremamente importantes. Pois nas disputas sobre localização de terras, na maioria das vezes essas disputas eram resolvidas com a ajuda de cartógrafos, que tinham a função de traçar cartas geográficas e delimitações territoriais, e com a ajuda dos cosmógrafos, e eles se baseavam nas anotações, que tinham sido realizadas em alto-mar. Durante esse período o cosmógrafo-mor e os cartógrafos tiveram uma importância muito grande no controle territorial de Portugal e de outros países europeus.

O foco da pesquisa realizada pela Historiadora Heloísa Meireles Gesteira, é descobrir de que maneira esse saber está presente nos livros de marinharia e até que ponto os instrumentos previam a destreza de quem os manuseava, tanto para coletar os dados, como para calcular a partir da consulta na tabela de declinação dos astros e de localização de lugares.

Se realizou a análise do documento “A arte de navegar”, do cosmógrafo-mor Manuel Serrão Pimentel, que atuou durante o reinado de Dom João V, com

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