Resenha Simonsen Na História
Por: Vitor Silva • 3/6/2021 • Dissertação • 1.571 Palavras (7 Páginas) • 185 Visualizações
Argumento: a alta predominância da produção de açúcar no Brasil, em encontro com grande procura europeia pelo produto, gera um conjunto de rotas atlânticas que necessitam de uma disponibilidade de transporte. O número de engenhos cresce com rapidez entre 1570 e 1600, tendo um declínio na taxa de variação das unidades a partir daí até 1612, voltando, em seguida, a um ritmo significativo do seu aumento no restante da primeira metade do séc. XVII. No que se refere à dedução das unidades e da produção em cada período, deve-se considerar fatores importantes como as diferentes capacidades de produção dos engenhos, as inovações ao longo do tempo, a subutilização das unidades, entre outros que, não examinados, influenciam no resultado final. Ainda, a relevância de uma referência adequada à identificação do porte dos navios (no caso, o total de caixas a serem comportados por navio), para um cálculo mais exato da procura de transporte na época.
Implicações: um levantamento meticuloso dos dados pertinentes à produção do açúcar, ao funcionamento e capacidade das unidades de engenho, ao avanço da tecnologia na produção açucareira, influencia no montante final deduzido de cada período citado. Os valores anuais de produção tinham um impacto no sistema de fretamento, como era realizado, o lucro, a organização e a sociedade envolvida neste setor de serviço.
Teses alternativas: no transcorrer de seu texto, em especial no desenvolvimento das teses referentes à dedução de números de unidades de engenhos e a produção açucareira ao longos dos períodos discutidos, a autora utiliza de várias outras teses para comparação e base. Entre elas, a tese de Frederic Mauro, que não considera uma expansão da cultura marcada por variações tão intensas e conclui haver 230 engenhos até 1610, com produtividade por engenho de 3.000 arrobas como razoável. Também, contrapõe os argumentos de Roberto Simonsen, avaliando-os como muito otimistas, este autor entendendo que 120 unidades de engenhos durante o período de transição entre os séculos XVI e XVII poderiam ter alcançado uma produção total de 1.200.000 arrobas. Ainda observando como otimista, contesta a tese de Mircea Buescu, que partilhando em parte com o estudo do Simonsen, considera viável uma produção de 1.200.000 arrobas em 1600, julgando apenas ser coerente caso o total de unidades de engenhos fossem de 200, com uma produção de 6.000 arrobas por engenho.
Metodologia: levando em conta a grande disparidade entre os autores referente à solução para a produção de açúcar e as unidades de engenho respectivas ao último período de Quinhentos e primeira metade do séc. XVII, Leonor Costa utiliza-se de comparações entre os dados sugeridos pelos divergentes, comparando-os entre si e seus argumentos, gerando uma relação gráfica de dados em tabela, onde é possível identificar os valores e períodos, para análise. Uma vez que considera otimista muitos dos demais autores, aplica como recurso recorrente, o estudo de Schwartz em várias de suas contraposições, considerando o já citado autor como plausível e realista. Também, durante toda a construção de seu texto, faz referência a fontes primárias como recenseamentos, registros e relatórios de unidades de engenhos, assim como fontes secundárias, já descritas. Faz um estudo apurado destes dados, dando grande importância aos registros da época para levantamento de sua tese, no que se refere aos fatores de influência nos números de produção e construção de engenhos. Relativo à argumentação do porte dos navios e quantidade de transporte e fretamento, dispõe de contratos de fretamentos, registros de embarques e citações de outros autores para compor uma relação de unidades e medidas e suas possíveis alterações. Forma uma linha de acompanhamento nas mudanças dos pesos e volumes, para compor uma dedução mais confiável associada aos números finais.
Crítica: A autora utiliza-se de estudo detalhista para argumentar determinadas conclusões como o montante de produção ou o número de unidades de engenho, ao mesmo tempo que resume-se ao se referenciar em poucas informações como base de alguns elementos, como a se pautar na definição de Van der Dussen para os números de produção em arrobas de cada tipo de engenho. Ainda, aplica como fonte confiável autores que contrapõe em outras partes do texto, que podemos identificar no emprego como base Frederic Mauro para compor seu argumento relacionado à maneira fretamento e porte dos navios.
Estrutura:
• A Frota e a Navegação
o Economia Açucareira proeminente no Brasil
o Seu crescimento gera alta demanda de transporte
o A procura pelo transporte
Variações no ritmo da expansão da cultura
Tese de Frederic Mauro
Simonsen e Buescu
Disparidade dos autores
Fatores na produção a serem considerados
o Método de fretamento
Análise das mudanças nos contentores e pesos
Aluno: Vitor Luis da Silva USP: 11321281 - História do Brasil Colonial I (NOTURNO) Texto: SIMONSEN, Roberto C. História Econômica do Brasil (1500/1820), páginas 112-121.
Argumento: a exportação de açúcar no Brasil tem papel importante e presente durante os séc. XVI – XIX, tendo caráter muito lucrativo. Em especial, entre o fim do Séc. XVI até o segundo terço do XVII, possui grande expansão da economia e seu melhor momento. O Brasil Holandês tem papel significativo no progresso da indústria do açúcar, causando porém grandes prejuízos às coroas portuguesa e espanhola. O Império açucareiro serve como grande apoio para a economia Portuguesa entre XVII e XVIII, o que teria sido muito maior, não fosse pelo domínio espanhol, guerras em que se envolveram, entre outras circunstâncias.
Implicações: ao observar a função proeminente do açúcar durante todos os séculos do período colonial, leva-nos a observar o impacto e influência na construção da organização social econômica, não apenas nos primeiros momentos da colonização, mas durante um período superior a três séculos.
Teses alternativas: diferentemente do evidenciado por Simonsen, a autora Leonor Costa apresenta uma visão muito mais conservadora
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