Resenha do Livro Laurentino Gomes 1908
Por: crisscost1302 • 10/10/2019 • Resenha • 623 Palavras (3 Páginas) • 310 Visualizações
Resenha: Livro 1808 – Laurentino Gomes
Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil.
Escrito por Laurentino Gomes e resultado de mais de 10 anos de investigação jornalística, 1808 conta a história da fuga da família real portuguesa para o Brasil.
O trono de Portugal era ocupado por Dom João VI, um príncipe regente, segundo filho da Rainha D. Maria I a “Rainha Louca”, declarada incapaz de governar por insanidade mental, seu primeiro filho herdeiro natural do trono D. José, havia morrido em 1788 de varíola.
“Se Portugal não fizer o que quero, a Casa de Bragança não reinará mais na Europa dentro de dois meses” (BONAPARTE, NAPOLEÃO. p. 30)
Em novembro de 1807, após o Imperador Frances Napoleão Bonaparte decretar o fechamento dos portos europeus ao comercio de produtos Britânicos, teve suas ordens atendidas por todos os países, exceto Portugal que relutava em apoio a sua antiga aliada, Inglaterra. D. João I, ficou dividido entre ceder às exigências da França que a essa altura já marchavam em direção a Portugal para tomar seu trono, ou aceitar a chantagem da Inglaterra, de transferir a corte para o Brasil com sua proteção e abrir seus portos para a nação estrangeira ou ter toda sua frota bombardeada e tomada, as quais dependiam para sobreviver o príncipe regente julgava-se incapaz de enfrentar o inimigo e resolveu fugir.
O livro conta ainda que D. João enganou Napoleão, fingindo aceitar suas exigências enquanto preparava sua fuga para o Brasil, e que antes de partir cuidou de limpar os cofres do governo, o que se repetiria treze anos mais tarde.
Na manhã do dia 29 de novembro de 1807, o povo português acordou com a notícia de que sua rainha, o príncipe regente e toda a corte estavam fugindo para o Brasil. Sendo a primeira vez que um fato desses havia acontecido na história de qualquer outro país europeu, uma vez que, em tempos de guerra reis e rainhas derrubados de seus tronos, eram obrigados a se refugiar fora do pais, mas nenhum deles haviam ido tão longe a ponto de cruzar o oceano para viver e reinar do outro lado do mundo.
Era um acontecimento sem precedentes para o povo brasileiro que estavam habituados apenas a serem tradados como uma simples colônia extrativista, quanto para o povo português que se viam órfãos de sua monarquia, e um fator que agrava esse sentimento era a inexistência da ideia de democracia. Diferente do Brasil atual, em que o povo tem o poder de eleger quem o governa, Portugal ficava vulnerável sem seu rei. Abandonados à própria sorte, Portugal viveria os piores anos de sua história.
A viagem durou 54 dias, de muitas dificuldades e sofrimento, sua tripulação enfrentou condições precárias, infestações de insetos e doenças. D. João aportou na Bahia no dia 22 de Janeiro. Não se sabe ao certo o motivo da passagem por lá, já que tinha como destino a cidade do Rio de Janeiro destino do restante de sua tripulação. Todavia, a teoria mais adequada à essa passagem por Salvador era o receio o início de um movimento separatista da Bahia. Logo ao chegar em Salvador,D. João escreveu a carta régia da abertura dos portos às nações amigas.
Quando desembarcaram no Brasil, encontraram uma nação selvagem, analfabeta e carente de saúde e onde já existia a corrupção. Não muito diferente do que vivemos atualmente, mas com suas devidas modificações.
“ Pedro, se o Brasil se separar, antes seja para ti, que hás de respeitar, do que para algum desses aventureiros” (D. João, p.139).
Os capítulos finais foram dedicados a descrever o cenário político que levou a Família Real a retornar para Portugal, Deixando D. Pedro como regente, para administrar o Brasil.
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