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Resenha de 1808 de Laurentino Gomes

Por:   •  15/1/2018  •  Resenha  •  735 Palavras (3 Páginas)  •  794 Visualizações

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Gomes, Laurentino. 1808: como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história de Portugal e do Brasil. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2007.

Resenhado por: Alonso Alves da Silva Neto

Sobre o autor

Laurentino Gomes, paranaense de Maringá, nasceu em 1956. E jornalista formado pela

Universidade Federal do Paraná, com pós-graduação em Administração pela Universidade de São Paulo e cursos nas universidades de Cambridge, na Inglaterra, e Vanderbilt, nos Estados Unidos. Em trinta anos de profissão trabalhou como repórter e editor para alguns dos principais veículos de comunicação do Brasil, incluindo o jornal O Estado de S. Paulo e a revista Veja. Atualmente, dirige uma unidade da Editora Abril responsável pela publicação de 23 revistas segmentadas.

Resenha

1808: como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história de Portugal e do Brasil conta a trajetória do rei de Portugal, D. João VI, temeroso quanto à ameaça de Napoleão e de perder seu império e privilégios, foge para sua maior colônia, o Brasil. Também conta com dados importantes sobre a Revolução Francesa, sobre a resistência inglesa e também sobre a colonização do Brasil, o qual modo extrativista se utilizou de suas riquezas para sustentar a coroa portuguesa e também para onde a família real transferiu a sede do governo que, segundo o autor, é um fato deveras curioso e jamais visto na história da realeza Europeia.

O livro começa com Portugal sob a ameaça das forças de Napoleão e a corte real tomando a decisão de fugir para sua principal e maior colônia, além de sua maior fonte de riqueza: O Brasil. É um plano ousado, mas, dada as circunstâncias, é o único plano viável. Após o desembarque em terras brasileiras, Gomes segue com um registro detalhista e informativo da vida colonial no Brasil, bem como os afazeres da família real Portuguesa em sua nova casa. É uma história na qual o personagem principal, Dom João – posteriormente Rei João VI – não é muito bem descrito (em suas qualidades), ele certamente não é um herói, tampouco um vilão. Infelizmente, ele não é lá muito interessante ou alguém de conflitos cativantes. Além de uma rainha classificada como louca por ter conspirado várias vezes contra seu marido, não há muitos personagens aqui que roubem muito o holofote. Napoleão é retratado muito superficialmente na maior parte do livro, não tomando um papel de muito destaque, apesar de sua importância histórica nos eventos que culminaram na vinda de Dom João e a família real ao Brasil, e não há muito empenho, por exemplo, nos registros históricos dos comerciantes.

Apesar da intriga envolvendo a partida da família real, essa é com certeza, em sua maior parte, a história de um rei nada brilhante ou majestoso, com certeza nada atraente, mal arrumado, que temia Napoleão, além de alimentar um medo por trovões e crustáceos. Decisões de suma importância eram frequentemente delegadas a outros, e mesmo seu papel no desenvolvimento das instituições mais importantes do país parece estar limitado a um senso enorme de autopreservação. O retorno do rei à Portugal é igualmente regido mais pelas exigências de terceiros do que por um senso de responsabilidade monárquica, mas isso se dá por conta das características do próprio personagem, medroso, irresponsável, nada vaidoso e às vezes, preguiçoso, embora exista uma falta de uma figura central, é compreensível que esse pedaço da história permanece obscuro de alguma forma.

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