Resumo Livro Sabores Das Americas

O livro “Sabores da América” de Rosa Belluzo vai além de uma simples viagem aos diferentes sabores da América Central, das ilhas caribenhas, dos Andes e de toda essa região pouco conhecida por nós brasileiros, pois conta com informações diversas sobre suas histórias e colonizações. Por mais simples que seja, aguça a nossa curiosidade frente a este mundo desconhecido, nos faz sentir próximos a estes ricos povos que, assim como nós, foram colonizados, escravizados e explorados. Certamente a colonização trouxe boas influencias gastronomicamente falando, porém é fácil imaginar o sofrimento das populações nativas que, assim como nossos índios, foram corrompidos e abusados das mais diversas maneiras por espanhóis, ingleses, holandeses e portugueses, principalmente.

Ao mesmo tempo em que me faz pensar em toda crueldade praticada, faz transbordar a minha imaginação pelos aromas, sabores conhecidos e desconhecidos, e, principalmente pela complexa simplicidade das preparações e misturas. A América teve sorte nesse ponto, pois misturou das melhores culinárias: as técnicas vindas da Europa, os frutos e temperos da Índia e África e a variedade de culturas que por aqui passaram e deixaram seu conhecimento.

Além dos fatos históricos, poder contar com as receitas é ótimo, pois assim não ficamos engessados nem na nossa gastronomia, que é muito rica e variada, nem na tradicional gastronomia francesa. Podemos pensar em elaborar os mais variados pratos destes diversos locais das Américas e explorar os mais ousados sabores.

As terras férteis possibilitaram muito a estes países, abriram inúmeras portas para que mesmo os povos mais simples e necessitados tivessem como extrair não só o seu alimento, mas também o prazer de alimentar-se com mais variedade do que em regiões onde não há possibilidade de produzir e plantar com tanta facilidade. O mar que banha essas ilhas, além de torna-las vulneráveis aos colonizadores, muito serviu para disponibilizar pesca e um acesso às maravilhas que são os frutos do mar.

Sendo assim, o livro nos faz lembrar da riqueza e variedade que possui nosso continente e o quanto devemos agradecer as raízes e aos nativos por tentar ao máximo resistir e preservar a cultura e a culinária e absorver os temperos e as técnicas que vieram de todo sofrimento colocado pelos anos de escravidão e exploração.

 

2ª ATIVIDADE: Análise crítica

No livro, Rosa Belluzzo coloca a gastronomia de quatro regiões da América, pouco conhecidas por nós brasileiros. Ela conta um pouco de seus ingredientes e suas preparações de acordo com os lugares específicos.

Devido a carência de material sobre esse tipo de culinária e do meu pouco conhecimento, acredito que ela tenha discorrido bem sobre o assunto, mesmo que de forma breve, pois nos garante uma boa noção das misturas e dos sabores de cada um dos quatro locais abordados, principalmente a culinária mexicana, que já é mais próxima a nós e mais inserida no meu cotidiano, ela mostra novas receitas e opções bem diferentes das que conhecemos.

O que muito me chamou atenção foi a culinária jamaicana, dotada de forte presença africana e inglesa, por conta de sua colonização e da chegada de escravo, isso ditou muitos costumes dentro da alimentação da população da Jamaica.

A pimenta jamaicana, muito aromática e saborosa bem se misturou as especiarias trazidas por espanhóis da Ásia e África, assim como a fruta africana ackee, exótica e que pode ser tóxica se não preparada corretamente, são muito valorizados pelos povos locais e pelos colonizadores. As preparações são bem condimentadas e variadas. O uso de curry, gengibre misturam-se aos peixes e carnes em diversas preparações, e o gengibre, por exemplo, está presente até mesmo em bebidas como runs ou cervejas (ginger ale).

O uso de muitas especiarias em marinadas faz-se presente nas carnes de longa cocção para máxima preservação da textura e máxima extração do sabor. Molhos bem condimentados complementam as preparações de carnes de carneiro e porco.

Tubérculos, raízes e frutos se misturam com as carnes de animais selvagens secas ao sol e defumados em galhos de pimenteira ou goiabeira, conferindo um aroma e sabor único a elas. O famoso jerk de porco. Os frutos do mar e pescados grelhados também são presentes, há sopas de peixe recém-pescado fish tea, e camarões com molhos apimentados e chutney de manga ou papaia. A lagosta é muito apreciada e é cozida ou grelhada delicadamente para manter o seu sabor original.

Os frutos e alimentos levados à Jamaica adaptaram-se muito bem ao seu solo fértil e caíram no uso da culinária local, assim como café, outro alimento que ganhou fama, que ao ser plantado em solo fértil jamaicano, em 1730, na região que dá nome ao café, Blue Mountain, desenvolveu um sabor único e está entre os mais celebres do mundo. A jaca, a toronja e uma infinidade de frutas, verduras e legumes marcam a variedade da Jamaica e criam diversas bebidas e pratos, de refrigerantes a assados, crus ou cozidos, são consumidos amplamente.

Os runs e licores frutados, acrescidos de café e chocolate fazem muito sucesso até hoje ou pelo sabor leve e adocicado ou por ser forte para a bebida de bordo de marinheiros e piratas.

Outra característica perceptível é a marca inglesa dentro da culinária jamaicana. Os bolos com frutas secas, chás e as geleias para acompanhar carnes são presentes no dia-a-dia dos residentes e nativos do país.

Podemos citar algumas receitas ditas no livro como Curried red snapper, peixe de carne branca com curry, tomilho e salsinha preparados em forno com vinho branco seco. Uma bela mistura entre a delicadeza do mar e a força das especiarias como o curry. O Barbecue chicken (frango a bucaneira), frango com pimenta jamaicana, gengibre, mostarda, açúcar mascavo e a acidez do limão e do vinagre de cidra, conferem um sabor bem condimentado e trazem a forte marca dos preparados de carnes jamaicana: a marinada. As combinações são diversas, desde a carne de coelho com rum e pimenta, o carneiro ao curry aos peixes com molho de grapefruit. Nos doces podemos destacar novamente os bolos