Revolta da Vacina
Por: Ana Campelo • 1/6/2016 • Pesquisas Acadêmicas • 3.972 Palavras (16 Páginas) • 1.152 Visualizações
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SUMÁRIO INTRODUÇÃO................................................................................... 6
CAPITULO I - RIO DE JANEIRO NO INICIO DO SÉCULO XX......... 7 PRESIDÊNCIA DE RODRIGUES ALVES............................................ 7
CAPITULO II - A REFORMA URBANA (1903-1906)............................ 9 CAPITULO III - O SANITARISTA OSWALDO CRUZ................................ 10
AS MEDIDAS CONTRA A VARIOLA POR OSWALDO CRUZ........................ 10 A VACINA OBRIGATORIA.............................................................................. 12 CAPITULO IV - ANTECEDENTES À REVOLTA DA VACINA................. 14 A LIGA CONTRA A VACINA E SEUS ALIADOS................................... 15 A AGITAÇÃO POPULAR........................................................................ 17 MOVIMENTO MILITAR.......................................................................... 18 O RIO DE JANEIRO EM SEGREGAÇÃO................................................ 19 A LEI DA VACINA É ANULADA........................................................................ 21 CONCLUSÃO.................................................................................................. 22 BIBLIOGRAFIA................................................................................................ 23
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INTRODUÇÃO
A Revolta da Vacina, ocorrida num momento decisivo de transformação da sociedade brasileira, e até então, uma das maiores revoltas urbanas já presenciadas no país. Também se constituiu numa das mais angustiantes demonstrações de resistência dos grupos populares contra a exploração, a discriminação e tratamento desonesto a que eram submetidos pela administração publica.
Na passagem do século XIX para o século XX, o Rio de Janeiro, até então Capital Federal, consistia em uma cidade estreita com saneamento precário, sendo assim foco de muitas epidemias como varíola, malária, febre amarela, tuberculose e peste. Endemias essas que paralisavam a cidade e causavam a morte de muita gente.
O Rio de Janeiro, além de ser capital, possuía um dos principais portos do país, onde imigrantes, recém-chegados da Europa temiam essas doenças ao desembarcar no porto, recusando assim o desembarque e optando por outros portos.
Em 1902 Rodrigues Alves tornou-se presidente da Republica com um programa de governo que consistia em modernizar o porto e remodelar a cidade.
Para assumir as frentes da reforma com o governo municipal nomeou Francisco Pereira Passos, para a reforma do porto chamou o engenheiro Francisco Bicalho e Paulo de Frontin para as reformas no Centro. E para uma reforma de higienização e saneamento da cidade Oswaldo Cruz.
O Rio de janeiro passou a sofrer mudanças com a derrubada de casarões que constituíam antigas sedes de órgãos governamentais ou elegantes mansões que se transformaram em cortiços e moradias aos pobres. Iniciou-se o movimento “bota- abaixo” com a inauguração da avenida Central.
Iniciava-se também, a nova política sanitarista, para combater a Febre Amarela, obtinha um caráter autoritário e invasivo, denominado “mata-mosquito”.
No dia 9 de novembro de 1904, foi instituída a lei da vacina obrigatória.
Em poucos dias, os conflitos atingiam diversos bairros pela cidade. A população não acreditava na eficácia da vacina e assim durante uma semana, enfrentou as forças da policia e do exercito até ser reprimido com a violência.
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O governo alegava que a vacinação era de inegável e imprescindível interesse para a saúde publica, dado os focos endêmicos de varíola no Brasil, onde a doença causou 4201 mortes no ano de 1904, especialmente no Rio de Janeiro. Alem disso, citava os exemplos da Alemanha, Itália e França, que haviam adotado a vacinação compulsória nas décadas anteriores, ainda que nesses países a incidência da moléstia fosse menor que no Brasil. A oposição alegava que o decreto da vacina propunha sua aplicação de forma truculenta, por funcionários ineptos, com material pouco confiável e emprego de métodos brutais. Afirmava também que, se o governo confiava tanto na vacina, deveria deixar a cada um a decisão de tomá-la ou não.
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CAPITULO I
RIO DE JANEIRO NO INICIO DO SÉCULO XX
Na passagem do século XIX para o século XX, o Rio de Janeiro, até então Capital Federal, consistia na cidade de maior crescimento do país, única cidade do Brasil com mais de 500.000 habitantes. Vivia em um momento de intensa transformação.
O Rio de Janeiro, além de ser capital, possuía um dos principais portos do país, no lugar de “cidade maravilhosa” era denominado de forma não honrosa de “cidade da morte” devido a grande quantidade de mortes de imigrantes recém-chegados.
O que prejudicava muito as relações comerciais do estado era a falta de saneamento básico e as péssimas situações de higiene; Sendo assim foco de muitas epidemias como varíola, malaria, febre amarela, tuberculose e peste. Endemias essas que paralisavam a cidade e causavam a morte de muita gente.
Só teve a contribuir com a situação trágica da cidade a ampliação da população com a abolição da escravidão e a entrada constante de estrangeiros. Nessa ocasião o Rio de Janeiro ainda transportava a mesma base urbanística e de saneamento do período colonial.
A república com seus ideais positivistas não podiam tolerar a capital da republica tão “imundas e cheia de vermes”. Habitava a zona central da cidade a população pobre, o que justifica pela opressão imposta pelo governo em falta de emprego, impostos, e em condições de vida precária. A nova elite urbana, inspirada em um modo de vida europeu, não consentia seus tão desagradáveis vizinhos.
PRESIDENCIA DE RODRIGUES ALVES
Em 1902, o paulista Francisco de Paula Rodrigues Alves tornou-se presidente da República, em total harmonia e tranquilidade já que seu antecessor se retirou em meio a intensas vaias populares. O governo de Campo Salles havia sido marcado
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por aumento de impostos através da tarifa ouro sobre os produtos de importação, e combate à inflação.
Apresentando
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