Revolução Mexicana
Exames: Revolução Mexicana. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Zebiel • 11/4/2013 • 2.799 Palavras (12 Páginas) • 762 Visualizações
REVOLUÇÃO MEXICANA
1910 - O Começo
Chama-se Revolução Mexicana ao movimento armado, social e cultural iniciado no México em 1910 por causa da ditadura do General Porfírio Díaz e que culminaria oficialmente com a promulgação de uma nova constituição sete anos depois, ainda que os surtos de violência continuariam até finais da década de vinte. O movimento teve grande impacto nos círculos operários, agrários e anarquistas a nível internacional pois a Constituição de 1917 foi a primeira no mundo a reconhecer as garantias sociais e os direitos coletivos dos trabalhadores.
Queda de Porfírio Díaz
A luta armada começou depois da fraude eleitoral perpetrada em 1910 pelo General Porfírio Díaz Mori, que se tinha mantido de maneira quase ininterrupta na presidência do México desde 1876. A presidência de Díaz se tinha caracterizado por impulsionar a industrialização e pacificação do país a custo da exploração das classes camponesa e operária, concentrando a riqueza, o poder político e o acesso à educação num punhado de famílias possuidoras de grandes latifúndios e em algumas empresas de origem estrangeira, principalmente francesas, britânicas e estadunidenses.
Emiliano ZapataNas eleições de 1910 Díaz tinha tido como adversário Francisco I. Madero, um rico empresário educado no estrangeiro que simpatizava com as reformas sociais que desde fazia vários anos eram promovidas por intelectuais como Antonio Horcasitas ou os irmãos Jesús e Ricardo Flores Magón. Díaz mandou prender a Madero enquanto fazia campanha em Monterrey e posteriomente o transladou a San Luís Potosí, enquanto Diaz pôde reeleger-se novamente à Presidência da República. Madero conseguiu fugir e exilar-se em San Antonio, Texas, onde redigiu o Plano de San Luís no qual convocava um levantamento armado que deveria ter início a 20 de Novembro de 1910 às 18:00 horas. Adicionalmente, o plano declarava nulas as eleições de 1910, não reconhecia o governo de Díaz, nomeava a Madero presidente provisório, restituía aos indígenas as terras que se lhes tinha apreendido mediante a Lei de baldios e estabelecia o princípio de não-reeleição para os postos políticos no país.
Diversos rebeldes e caudilhos populares responderam ao chamamento mas nunca formaram um movimento homogêneo nem compartilharam os mesmos ideais. Brigavam camponeses indígenas encabeçados por Emiliano Zapata, que reclamavam o roubo ancestral de suas terras, e as tropas de Pancho Villa, um foragido que estendeu os conflitos até o território dos Estados Unidos. A 20 de Novembro de 1910 se levaram a cabo treze confrontos em Durango, San Luís Potosí, Veracruz e Chihuahua. A luta contra o exército federal se estendeu por todo o país mas durou pouco, pois o presidente Díaz renunciaria cinco meses depois.
Depois de sua queda se iniciou uma luta fratricida entre rebeldes e ideologias que custaria a vida a um milhão de mexicanos, 10% da população total daquela época.
Francisco I. Madero
Depois da renúncia do presidente Díaz se formou um governo provisório encabeçado por Francisco León de la Barra que entregaria a presidência a Madero em 1911, no entanto dois anos depois Madero seria vítima de um golpe de estado encabeçado pelo general Victoriano Huerta. O efêmero governo maderista tinha sido incapaz de pacificar o país e os caudilhos enfocaram a luta na contramão do novo governo.
Victoriano Huerta
Pancho VillaCom a morte de Madero, subiu ao poder Victoriano Huerta. Esta usurpação de poder seria apoiada pela aristocracia latifundiária, que via em Huerta uma oportunidade de restabelecer o sistema de Díaz. Os líderes locais redirigiram os seus esforços para a luta contra o novo governo e acusando Huerta de assassinar Madero em conluio com o embaixador americano, Henry Lane Wilson. Esta luta era dirigida por Pancho Villa, Zapata, Carranza e Obregón. A pressão dos Estados Unidos, que culminaria na ocupação de Veracruz após o incidente de Tampico, em combinação com as acções dos rebeldes, acabariam por levar à queda de Huerta. Derrotado, exilar-se-ia em El Paso, Texas, onde viria a falecer alguns anos mais tarde.
Pancho Villa e os camponeses na Revolução Mexicana
A Revolução Mexicana abre a era das Revoluções do século XX e atravessa toda a década de 1910, contando com a atuação dos mais diferentes grupos sociais – dos ricos proprietários aos camponeses pobres. No entanto, o processo revolucionário destaca-se pelo papel decisivo desempenhado por exércitos de camponeses, que detinham certa autonomia. Na vertente camponesa da revolução é apreciável a participação da Divisão do Norte, comandada pelo enigmático “Pancho” Villa.
Francisco “Pancho” Villa, filho de uma família camponesa, nasceu no norte do México e tornou-se um dos principais nomes da Revolução Mexicana, após aliar-se a Francisco Madero, latifundiário que resolveu unir forças para acabar com a longa ditadura imposta por Porfírio Diaz.
Villa foi o líder de um exército camponês que chegou a contar com milhares de homens e desempenhou um importante papel durante o processo revolucionário. Ele estabelecia com seus soldados uma relação de igualdade, alimenta-se com eles; fazia uso de roupas simples e participava diretamente nas batalhas. Era um líder presente.
Desde 1910, Villa tinha assegurado um acordo com Madero, o principal articulador dos diversos grupos insatisfeitos com governo de Porfírio Diaz. Para Villa e os camponeses, era fundamental nessa aliança a garantia de medidas de desapropriação de terras e reforma agrária que atendessem às demandas dos trabalhadores rurais. No entanto, a queda de Porfírio e a chegada ao poder de Madero não estabilizaram a sociedade mexicana. Este líder não consegue permanecer no poder, é assassinado e, a partir de então, a Divisão do Norte – e os camponeses – passam a atuar com decisiva autonomia. Até 1915, o exército camponês trava grandes batalhas no norte, conseguindo conquistar importantes cidades dessa região do país. Frente à instável situação política e econômica do México, Villa consegue tornar-se governador de uma importante cidade do norte – Chihuahua – durante os anos de 1913 e 1915, tornando-se o único estado totalmente livre do domínio federal.
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