AVALIAÇÃO DOS REFLEXOS DA CRISE MEXICANA NAS ECONOMIAS MEMBROS DO MERCOSUL: 1994 A 1997.
Trabalho Escolar: AVALIAÇÃO DOS REFLEXOS DA CRISE MEXICANA NAS ECONOMIAS MEMBROS DO MERCOSUL: 1994 A 1997.. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: 5556445 • 18/5/2014 • 5.667 Palavras (23 Páginas) • 345 Visualizações
AVALIAÇÃO DOS REFLEXOS DA CRISE MEXICANA NAS ECONOMIAS MEMBROS DO MERCOSUL: 1994 A 1997.
MONÇÃO, Bruno André (IC) Fecilcam , bruno_parana_19@yahoo.com.br
BASTOS, Luciana Aparecida (TIDE) (OR) Fecilcam, singerlu@gmail.com
DIAS, Ricardina (TIDE) (CO) Fecilcam , ricardina_dias@yahoo.com.br
RESUMO: Este artigo consiste em realizar um estudo dos reflexos da crise mexicana nas economias membros do Mercosul, no período de 1994-1997. O estudo se mostra demasiado importante, devido ao fato que a crise ocorreu no mesmo ano de formação efetiva do Mercosul - 1994. A década de 1990 é caracterizada pela liberalização comercial e financeira, foi um dos determinantes dos movimentos de capitais na América Latina. Nesse período, o Brasil e a Argentina passaram por um processo inflacionário, que após a implantação do plano real no Brasil e do plano Cavallo na Argentina, essas economias iniciaram o processo de expansão.
Palavras-chave: Mercosul, crise mexicana, políticas macroeconômicas.
1 INTRODUÇÃO
O objetivo deste trabalho consiste em realizar uma avaliação dos reflexos da crise mexicana (1994) – primeira grande crise internacional da década de 1990 - nas economias-membro do Mercosul: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. O estudo dos reflexos dessa crise nas economias do Mercosul se mostra demasiado importante devido ao fato de que a crise mexicana ocorreu no mesmo ano de formação efetiva do Mercosul – 1994. No que se refere ao método de pesquisa utilizado, a mesma será
desenvolvida amparada sob uma análise histórica e uma análise estatística descritiva de dados.
A análise histórica será desenvolvida para efeito de elaboração dos fundamentos teóricos que envolverão a pesquisa. O estudo do livro “O CAPITAL” de Karl Marx, será realizado no intuito de delinear a análise das crises capitalistas de produção. Será realizada, também, uma análise dos fatores geradores e propulsores das crises internacionais da década de 1990, bem como se fará uma retrospectiva histórica de como se deu a primeira crise capitalista mundial da década de 1990 no contexto da globalização, a saber: A crise mexicana (1994), utilizando para tanto a obra de estudiosos da economia internacional como Amaral (2007) e Coggiola (2004).
Quanto à análise estatística, a mesma será utilizada para coletar, tratar e descrever os dados estatísticos no que se referem à conjuntura macroeconômica dos países-membros do Mercosul pós crise mexicana, visando descobrir quais os impactos que essa crise internacional trouxe às economias do Mercosul, de 1994 a 1997. O método de análise estatística ainda fornecerá respaldo para a comprovação das teorias apresentadas na discussão, amparando os resultados das discussões através dos dados coletados.
2 CRISE FINANCEIRA
De acordo com Marx (1989), as crises são alterações abruptas na progressão da acumulação capitalista; não só no ritmo da acumulação, mas, também, em sua estrutura interna. O autor as vê como necessárias no sentido de que resolvem forçosamente as contradições internas da acumulação, que, sem elas, persistiriam.
Elas consistem na interrupção do circuito do capital, de modo que uma parte do capital deixa de funcionar como tal.
Em passagens isoladas, Marx (1989) descreve essas contradições de duas maneiras aparentemente distintas. De um lado, vê as crises como solucionando as contradições entre as esferas de produção, troca e distribuição, as tensões e os desdobramentos entre elas. Por outro lado, as vê como resolvendo as contradições entre a lei de tendência decrescente da taxa de lucro e as tendências contrabalançadoras. De fato, essas duas formulações são antes complementares que separadas, uma vez que a lei da tendência decrescente da taxa de lucro se relaciona com o efeito da acumulação na esfera da produção, tomada em abstração das demais, enquanto que as influências contrabalançadoras se relacionam com os efeitos em todas as três esferas. Essas duas formulações das contradições que as crises tem que resolver são os elementos sob os quais a teoria de Marx foi construída: a idéia do deslocamento entre as esferas é a idéia de uma relação estrutural particular, ao passo que os efeitos da acumulação (lei de tendência decrescente da taxa de lucro e influências contrabalanceadoras) são consideradas como força dinâmica que explica o desenvolvimento dessas contradições no tempo.
Examinando essa teoria, pode-se observar claramente que, para Marx (1989), as crises não se constituem no simples efeito das quedas reais das taxas de lucro, que seriam, elas mesmas, a manifestação simples da tendência decrescente da taxa de lucro. Resultam do fato que a acumulação causa, inevitavelmente, o desenvolvimento, tanto da tendência decrescente da taxa de lucro como das influências contrabalanceadoras, de uma maneira contraditória tal que a livre acumulação se torna impossível. As crises são necessárias para a solução dessas contradições, mas, em que sentido? Marx deixa claro que a força mais fundamental gerada nas crises é o abandono das velhas técnicas de produção e a adoção de outras, mais produtivas. Essa reestruturação do capital pode resolver temporariamente as contradições que dão origem às crises, quaisquer que sejam suas aparências específicas.
De acordo com Dantas, 2009, P.55:
Marx demonstrou que as crises de superprodução, assim como as fases de expansão e retração do processo histórico de reprodução ampliada do capital, são inerentes ao capitalismo como modo de produção e reprodução social. Elas irrompem periodicamente sempre
que o processo de produção do capital, após um período de expansão do crédito, do investimento, da produção, do consumo e do emprego termina por encontrar seus limites ali onde a massa crescente de capitais que buscam reproduzir-se excede a capacidade de extração de mais-valia adicional. (DANTAS, 2009, P.55)
Com a taxa de lucro em queda, os capitalistas restringem a oferta de crédito, provocando a queima dos capitais que já não conseguem reproduzir-se, a interrupção do processo de sua reprodução ampliada e a destruição maciça de forças produtivas. É a crise de superprodução que explode: quando a massa de trabalho morto se torna tão extensa que já não consegue extrair mais-valia adicional do trabalho vivo, o capital vê interrompidas as condições de sua reprodução ampliada e os capitalistas param de investir
...