SANTA IFIGENIA

HISTÓRIA/LOCALIZAÇÃO

Uma viaduto exclusivamente dedicado ao pedestre, o viaduto Santa Ifigênia esta localizado na região central de São Paulo, no metrô São Bento em cima da atual Av. Prestes Maia, também do Vale de Anhamgabaú. Próximo ao local onde a cidade nasceu, Pateo do Colégio, hoje ele é uma das principais alternativas do pedestre e ciclista no centro, por ser uma região que se encontra os principais serviços públicos do país, como a preveitura, BOVESPA, INSS, ministérios, secretarias, a edificação mais alta do Brasil, edifício W. Zarzur ou Mirante do Vale passando milhares de pessoas por dia, ligando os pontos mais altos do centro. Há quem diga que a construção do Mirante do Vale acarretaria no desmoronamento do viaduto.

Sua história começa por volta de 1880, que em uma rixa política foi dificultando sua implantação. Somente em 1904 ele foi retomado, quando o vereador Owsmald de Andrade solicitou estudos e orçamentos para a construção do viaduto com 300 m, tendo sido a Prefeitura autorizada a levantar os fundos necessários, porém sem sucesso. Em 1906 dois vereadores Candido Motta e Urbano Azevedo, por insistência pública conseguiram obter o “parecer nº 47” da Comissão de Obras, que concluiu pela necessidade inadiável da construção do viaduto, mesmo com a existência do viaduto do Chá, presente dado pela França. Esse seria metálico e deveriam ser solicitadas propostas de especialistas para concorrerem.

Após mais dois anos de discussão e mais brigas políticas, foi lançado um concurso para a realização das obras. Pela prefeitura foi obtido um financiamento de 700 mil libras esterlinas junto ao governo da Inglaterra, algo que não havia acontecido na história. Vinte construtoras propuseram seus projetos, mas apenas 5 foram selecionadas para apresenta-los. O vencedor do concurso foi Giulio Micheli com projeto bastante detalhado e memorial de calculo. A obra foi iniciada no começo de 1910, passados vinte anos após a primeira idéia e vencidas todas as barreiras.

CONSTRUÇÃO/MODULAÇÃO/REFORMAS

Na proposta de Micheli, seriam arcos biarticulados, com 51 metros entre apoios e flecha de 8 metros, em estrutura de ferro e pavimentação de concreto. A estrutura, totalmente fabricada na Bélgica , chegou ao porto de Santos, venceu as dificuldades da subida da Serra do Mar pela Estrada de Ferro S.Paulo Railway e foi montada entre 1911 e 1913 sob a supervisão do mestre de obras alemão Johann Grundt. Chegou totalmente fabricada, sendo apenas montada no local, pela união por rebitagem das peças devidamente numeradas e com as furações prontas. Finalmente foi inaugurado em 26 de setembro de 1913, pelo prefeito Raymundo Duprat.

O viaduto com 225m teria tabuleiro superior e seria formado por cinco tramos, sendo 3 centrais com 53.5 m com flecha de 7.50m. O memorial de calculo justificativo foi da firma Aciéries d´Angleur com minúcias de precisão. A via de transito foi pavimentada com blocos de granito (Paralelepípedos) (vide comentário no item reformas). O viaduto incluía duas vias de trilhos para bondes “elétricos”, com bitolas paralelas de 1.44m, centradas em relação ao eixo. O sistema estrutural dos três tramos centrais com 55 m compreende arcos com três rótulas, com uma flecha de 7.5m, ou seja, entre L/7 e L/8. Os quatro arcos paralelos são formados por vigas curvas em caixão, totalmente executadas em aço laminado e constituídas por duas almas de chapas, ligadas ás mesas formadas por 4 cantoneiras e tiras de chapas, totalmente rebitadas. Com exceção dos guarda corpos em ferro fundido o ferro forjado toda a estrutura foi fabricada com aço laminado. Montantes verticais se apoiam diretamente sobre os