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Televisao No Amazonas

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Por:   •  8/4/2014  •  2.554 Palavras (11 Páginas)  •  255 Visualizações

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Do Sul para o Norte – a chegada da TV no Amazonas

Enquanto o Brasil estava verificando quais as melhores estratégias para a consolidação da televisão no país, o Amazonas só teve acesso a este novo veículo em 1965.

De acordo com Mattos (2000), a televisão começou a ser implantada no Brasil em fevereiro de 1949, mas só foi inaugurada no dia 18 de setembro de 1950 - TV Tupi Difusora de São Paulo. Pertencente ao grupo das Associadas, de Assis Chateaubriand, no dia 20 de janeiro de 1951 é lançada a segunda emissora, no Rio de Janeiro, TV Tupi – canal 6.

Em 1955, de acordo com a revista Mercado Global, começou a transmissão nacional. “Nesse ano, os paulistas viram imagens cariocas: uma cadeia entre a TV Record de São Paulo e a TV Rio da Guanabara trouxe a São Paulo imagens geradas no Rio de Janeiro, o primeiro passo para a integração nacional. E a coisa não ficaria nisso” (nº22 e 23, 1976, p.25). No dia 22 de fevereiro de 1956 foi realizada a primeira transmissão direta interestadual. “Os paulistas assistiram à partida de futebol de Brasil x Inglaterra, realizada no estádio do Maracanã” (Nº98, s.d., p.57).

Em 1957 são iniciadas, em São Paulo, as transmissões sistemáticas para o interior do Estado, tendo neste ano 10 emissoras de TV em operação no País. A televisão na década de 50, para Joseph Straubhaar, foi um meio muito elitista. “Poucas cidades estavam sob o raio de ação dos transmissores e, mesmo nessas, os preços dos aparelhos de televisão limitavam a audiência à elite econômica” (1983, p.63). O estudioso enfatiza que anunciantes, inclusive de multinacionais americanas, tiveram interesse no mercado mas as respostas dos diretores de televisão variaram.

A programação das emissoras da época incluía desde peças teatrais a shows de variedades, sendo feitas ao vivo e “produzidas localmente pois dublagens de filmes importados e gravações de produções locais em videoteipe para distribuição não eram tecnicamente possíveis até o final da década” (Straubhaar, 1983, p.63). A novidade da TV, proporcionou a abertura de estações em muitas cidades, tornando os aparelhos de televisão acessíveis com a baixa dos preços e sua difusão entre a classe média. Os aparelhos no início eram importados. A partir de 1959 começaram a ser fabricados em maior número no Brasil.

Existiam somente alguns canais e a produção e a distribuição televisiva (resumida ao eixo Rio–São Paulo) possuía um caráter marcadamente regional. Não havia um sistema de redes, os problemas técnicos eram consideráveis, e o videoteipe, introduzido em 1959 – o que permitiu uma expansão limitada da teledifusão para algumas capitais – só começa a ser utilizado mais tarde. (Ortiz, 1988, p.47).

Com o videoteipe, as emissoras de televisão puderam se tornar redes. “A TV Tupi teve a primeira organização como uma rede, por volta dos anos 50, como parte do grupo dos Diários Associados” (Straubhaar, 1983, p.70). E assim, “as emissoras fora de São Paulo e do Rio de Janeiro foram substituindo pouco a pouco suas produções locais por tapes dos grandes centros” (Mercado Global, nº17 e 18, 1975, p.35). Na perspectiva dos editores da revista Mercado Global nos 17 e 18, o videoteipe foi a verdadeira memória da televisão, permitindo “ao mercado de trabalho uma melhor perfomance, acarretando de imediato uma elevação no nível da produção dos programas e, também, um equilíbrio na programação” (nos 37 e 38, 1977, p.3).

A TV Tupi foi a primeira a usar o videoteipe. Isso aconteceu em 1960, de acordo com a revista Mercado Global nº 98, numa adaptação de Hamlet, de Shakespeare. A partir daí, as emissoras de televisão passaram a distribuir para todo o país programas gravados em videoteipe e produzidos no Rio e em São Paulo. Neste ano, o maior acontecimento registrado pela TV foi a inauguração de Brasília.

De acordo com Renato Ortiz, a TV que aparecera de forma improvisada, “se concretiza como veículo de massa em meados de 60” (1988, p.113). Em 1960, conforme Mattos (2000), existiam 20 emissoras de TV nas principais cidades brasileiras e 1,8 milhão de televisores.

No dia 30 de maio de 1961 é criado o Conselho Nacional de Telecomunicações (Contel), pelo Decreto nº 50.666, com o objetivo regulamentar a radiodifusão. Neste ano fixa-se em três minutos a duração do intervalo comercial e proíbe-se a participação de menores de 18 anos em programas de debates (Mercado Global, nº98, s.d., p.57). O presidente Jânio Quadros, neste ano, propõe a redução do prazo para revisão da exploração dos serviços de radiodifusão para três anos. E sob o governo de João Goulart é aprovado o Código Brasileiro de Telecomunicações que vigora até 1988. Em 62, o decreto presidencial obriga que os filmes transmitidos pela TV sejam dublados, sendo que neste ano é absorvido 24% dos investimentos publicitários do país pela TV.

Em 1964 é promulgado o decreto que regulamenta a programação ao vivo na TV. O Decreto nº 52.795, de 31 de outubro, regulamenta os serviços do rádio e da TV, considerados de interesse nacional. E, vivendo em meio ao golpe militar, conforme a revista Mercado Global nº98, registra-se no país 34 estações de TV e mais de 1,8 milhão de aparelhos receptores.

Em 1962 é fundada a TV Globo por Roberto Marinho que assina acordos neste ano e em 1965 com o grupo Time-Life para auxílio financeiro e assistência técnica em troca de participação nos lucros futuros. A emissora iniciou suas operações no Rio no dia 26 de abril de 1965. “Surgindo em 1965, após a concessão federal do Canal 4 de Televisão do Rio de Janeiro, a TV Globo só cobria os Estados do Rio e da Guanabara” (Mercado Global, nº17 e 18, 1975, p.35).

Os acordos assinados com o Time-Life “foram de questionável legalidade e uma campanha de transmissores rivais contra elas culminou com o cancelamento negociado dos acordos em 1968 e reembolso dos empréstimos e custos de Time-Life até 1971” (Straubhaar, 1983, p.71 e 72). Segundo Joseph D. Straubhaar, a Globo “até 1968, tinha implantado a sua organização de rede, conseguido primazia na avaliação da audiência, colocando-se no topo dos três mercados (Rio, São Paulo e Belo Horizonte) e já não necessitada dos extensivos financiamentos, além de contar com o total dos seus rendimentos publicitários” (1983, p.72). A TV Globo emerge como uma “força dominante na televisão brasileira” (1983, p.71).

De hobby à empresa – a Televisão Amazonense

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