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Trabalho Santa Efigenia

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Por:   •  27/11/2014  •  6.499 Palavras (26 Páginas)  •  299 Visualizações

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1 INTRODUÇÃO

O Turismo vem se destacando como a atividade econômica que mais cresceu nos últimos anos (IGNARRA, 1995), isso devido a inúmeros fatores como: a facilidade de deslocamento e transporte, o crescimento das redes hoteleiras, maior importância dada ao tempo livre e a necessidade cada vez maior que o ser humano tem de se desvincular das atividades rotineiras e desgastantes do dia a dia; entre outros. Assim, o indivíduo começa a sentir a necessidade de um contato maior com a natureza, cultura e outras atividades ligadas ao lazer.

Dumazedier (1977; 44) define o lazer do seguinte modo:

Entendemos o lazer como um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se ou recrear-se e entreter-se ou, ainda, para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora, após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais.

Ainda para esse autor existe toda uma espécie de reivindicação, de contestação humana que

está sob o lazer e também toda uma promoção de valores novos, paralela a uma contestação de certas formas de trabalho e de obrigações sociais.

As cidades possuem espaços de lazer que podem ser considerados vivenciais, onde o objeto principal é oferecer oportunidades de ocupar o tempo livre para exprimir as necessidades individuais, físicas, sociais, artísticas, entre outros. Estes espaços são espaços de vida, adequados para viver fora do horário do trabalho, para passeios, para o esporte, ou noitadas no fim de semana, ou no período de férias. Os museus são um desses espaços alternativos para viver.

Os museus são espaços culturais que segundo o Conselho Internacional de Museus (ICOM,1987 p.3) podem ser entendidos como:

[...] uma instituição permanente, sem finalidade lucrativa, a serviço da sociedade e de seu desenvolvimento, aberta ao público, voltada à pesquisa dos testemunhos materiais do homem e de seu entorno, que os adquire, conserva, comunica e, notoriamente, expõe, visando estudos, educação e lazer.

Além de serem considerados espaços vivenciais, muitos museus também são atrativo turístico. Ao longo dos séculos XVIII, XIX e XX, os museus desenvolveram e vem 3 aperfeiçoando toda uma metodologia de trabalho, definindo os diferentes momentos do trato curatorial dos objetos, coleta, conservação, documentação, exposição e ação educativa de uma forma interdisciplinar, organizacional e processual. Esse aprimoramento nos leva a uma relação maior com a atividade do Turismo e do Lazer que podem contar cada vez mais com os museus como atrativos turísticos e locais para tais atividades ligadas ao ócio criativo.

A atual diversificação e multiplicação dos museus estão relacionadas às motivações profundas.

(...) nas quais existe a vontade de conhecer os vestígios de uma sociedade em mudanças, revalorizando questões como identidade e o conhecimento de outras culturas (VASCONCELLOS, 2006 p.37).

Assim, conhecer o outro é uma das motivações turísticas que podem ser encontradas nos museus, visto que os mesmos guardam resquícios do passado de diferentes povos.

1. MUSEU DE ARTE DE SÃO PAULO ASSIS CHATEAUBRIAND – MASP

1.1. Histórico e Fundação

O Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand - MASP foi concebido a partir da necessidade de um espaço voltado à arte e cultura na cidade de São Paulo. A Semana de Arte Moderna de 1922 teve grande importância para a formação e divulgação da arte brasileira representada por Tarsila do Amaral, Carlos Drummond de Andrade, Anita Malfatti, Di Cavalcante, Candido Portinari, entre outros. Através da mostra de pinturas, poemas, músicas e palestras iniciaram a inserção de um novo conceito de cultura na sociedade paulistana, porém, ao longo dos anos se tornou uma vaga recordação de um movimento turbulento sem muitas propostas positivas e práticas. O preconceito enfrentado na época, sobre a concepção de um museu em São Paulo foi descrito por um de seus criadores, o italiano Pietro Maria Bardi (1992 p.9): 26

Devíamos enfrentar na micro-sociedade artística, dois tipos conflitantes: o ciumento conversador das antigas superstições acadêmicas, e o inovador das antecipações visionárias com fundo futurístico. O primeiro, opinando que a cidade já tinha sua pinacoteca, por vantagem estadual; o segundo, desfraldando as antigas reclamações de Marinetti contra os museus, ou seja, pela sua destruição. Um museu numa cidade explosão demográfica como São Paulo?

Nas primeiras décadas do século XX a cidade de São Paulo havia se transformado em um grande pólo comercial e industrial, possuindo importantes sedes de empresas e fábricas, vivendo um momento próspero e de total crescimento.

Em São Paulo a concepção de progresso estava aliada à idéia de sociedade moderna e respaldava-se no crescimento econômico do país, especificamente no surto industrial que abrira transformações de vulto na sociedade brasileira, sendo São Paulo a cidade mais profundamente afetada pelas mudanças.

O projeto desenvolvimentista colocado em curso desde o pós-guerra, impulsionava o ritmo das atividades, ocorrendo alterações importantes na estrutura da sociedade. A dinâmica industrial levou a ilusão de que o Brasil construiria os pilares de uma moderna sociedade tributária do desenvolvimento.

As correntes estéticas construtivistas e as instituições artísticas, como os museus e as bienais, se exprimem à internacionalização da linguagem, prendem-se ao "surto de industrialização ocorrido no pós-guerra, que levará a uma identificação maior da arte com a tecnologia" (KLABIN, 1985 p.46).

Nesta época a ala mais moderna da burguesia industrial da cidade esteve intimamente ligada à promoção da cultura construindo instituições culturais por meio do exercício do mecenato, apoiando artistas, doando obras, comprando peças artísticas. O Museu de Arte Moderna - MAM de São Paulo foi criado por Francisco Matarazzo Sobrinho, o MASP por Assis Chateaubriand, o Teatro Brasileiro de Comédia - TBC por Franco Zampari (engenheiro das indústrias Matarazzo) e a Empresa Cinematográfica Vera Cruz foi obra de Cicillo

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