Tribo Ticuna
Pesquisas Acadêmicas: Tribo Ticuna. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: cassiazbricoli • 21/5/2014 • 570 Palavras (3 Páginas) • 702 Visualizações
De acordo com a história oral relatada pelos próprios ticunas, eles eram índios que habitavam a terra firme e as cabeceiras dos igarapés. Viviam em constante guerra com outras tribos e aldeias ticunas, sempre liderados por um tó-i (chefe militar).4 Durante esse período, seu principal inimigo era o povo omágua (awane na língua ticuna) que dominava boa parte da várzea e possuía uma supremacia militar em relação aos seus vizinhos. Os omáguas dificultavam seu trânsito nas margens dos grandes rios, limitando-os ao centro das matas e impedindo-os de buscar condições mais favoráveis de sobrevivência na região.5
Sua história é marcada por contatos violentos com seringueiros, madereiros e pescadores na região do rio Solimões.3 Os primeiros contatos com os não índios datam do final do século XVII, quando jesuítas espanhóis vindos do Peru, liderados pelo padre Samuel Fritz, começaram a fundar diversos aldeamentos ao longo do rio Solimões, que correspondem aos atuais municípios de São Paulo de Olivença, Amaturá, Fonte Boa e Tefé. Tais aldeamentos eram voltados, principalmente, para os omáguas, que eram muito mais numerosos na época, porém outros povos acabaram sendo incorporados, como os ticunas, miranhas, xumanas, passés e juris (sendo esses três últimos extintos em meados do século XIX). Nesse momento dos aldeamentos, os ticunas puderam ocupar locais da várzea do rio Solimões antes ocupados pelos omáguas.6 De acordo com registro do padre José de Morais, em 1860, foi somente com a exploração da borracha que os Tikuna, desalojados dos centros das matas pelos caucheiros, passaram a aparecer mais frequentemente nas beiras dos rios.5
Na década de 1890, comerciantes vindos do interior do Ceará se estabeleceram na região e criaram diversos seringais, utilizando a mão de obra ticuna. A expropriação fundiária e o controle do trabalho indígena foram realizados por meios violentos, como a caçada aos índios, distribuição das famílias em vários seringais e destruição das malocas.7 Até meados de 1940, os ticunas ficaram sob o poder dos "patrões" seringalistas, os quais controlavam todas as instituições político-administrativas e religiosas. Tanto os missionários capuchinhos italianos como os delegados do Serviço de Proteção ao Índio eram controlados pelos "patrões" e não tinham nenhum poder para ajudar os ticunas contra a escravização.8
Em 1940, o Serviço de Proteção ao Índio começou a agilizar uma ação mais intensiva na região do alto rio Solimões, local onde os ticunas estavam habitando, não só para poder ajudar os grupos indígenas que ali habitavam, mas também para resolver problemas na fronteira com os países vizinhos (como a "Questão de Letícia"). Em 1942, foi construído um posto indígena em Tabatinga coordenado pelo inspetor Carlos Pinto Correia, o que diminuiu parte do poder dos seringalistas sobre os indígenas.
A partir da demarcação das terras ticunas, em 1992, vários grupos que viviam em outras terras indígenas se deslocaram para a terra ticuna, motivados pela aproximação com sua história, com os valores de seu povo, com a floresta e a Natureza. Os ticunas criaram aldeias em regiões de igarapés, e afastaram-se dos não-índios e seus bens mercantis. A volta aos igarapés, mais estreitos do que os rios, permitiu ao povo Tikuna fiscalizar melhor a pesca
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