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Viollet Le Duc

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Por:   •  11/3/2015  •  908 Palavras (4 Páginas)  •  580 Visualizações

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OS RESTAUROS ESTILÍSTICOS DE VIOLLET-LE-DUC

O parisiense Viollet-de-Luc nasceu em 1814 e faleceu em 1879 em Lausanne. Foi uma

personalidade polémica, arquitecto, desenhador, escritor, crítico e historiador de arte

arquitectónica. Foi ainda um excelente restaurador de edifícios da Idade Média, que

influenciou as ideias ocidentais acerca do restauro no século XIX. Foi um grande admirador

do gótico, estilo que ele considerava “o modo mais racional de construir”, que viveu num

ambiente culto e teve possibilidade de se integrar na vida cultural francesa, convivendo com

intelectuais, escritores e artistas, e tendo acompanhado desde a sua infância Vitet e Merimée.

As suas ideias vinham em sequência dos desenvolvimentos anteriores. Na prática

defendia a destruição de todos os acrescentos de épocas anteriores de modo a restituir

cientificamente o original. Era necessário conduzir o monumento ao estado mais puro, mesmo

que ele nunca tenha existido, o que implicava que o arquitecto restaurador tivesse que se

colocar na pele do projectista da obra original e perceber quais seriam as suas ideias para

continuar a obra, mediante documentos e desenhos, ou na sua falta, através de regras de estilo

ou edifícios circundantes, sem acrescentar contributos pessoais. O arquitecto deveria optar

pela reconstrução do monumento melhorando os defeitos e procurando um ideal do seu estilo.

No entanto, Viollet, ao longo da sua carreira, não aplicou religiosamente as suas ideias

e realizou restauros bastante fantasiosos e com invenções e decorações realmente criativas.

“Mas ao longo da sua vida conduziu inúmeros trabalhos onde manifestou o seu talento

excepcional, excelentes conhecimentos técnicos e uma capacidade invulgar de decifrar a

arqueologia” [5]. Esses conhecimentos abrangiam também a parte estrutural do edifício,

dando importância à racionalidade e funcionalidade construtivas. Sobre este assunto, o

mesmo Viollet afirmou: “o arquitecto deve proceder como o cirurgião hábil e experimentado

que não toca um órgão sem ter tomado consciência da função e sem ter previsto as

consequências imediatas e futuras da operação. Antes que ter azar é melhor não fazer nada.

Melhor deixar morrer que matá-lo.”

As suas ideias e orientações foram seguidas durante todo o século XIX, prolongandose

até durante o século XX, por toda a Europa. Em Inglaterra foi seguido por George Scott,

um dos mais representativos arquitectos ingleses, que restaurou diversos edifícios como a

Estação de S. Pancras em Londres, que ainda hoje subsiste a dúvida, se é uma igreja ou um

castelo.

Viollet-le-Duc, ficou conhecido também pelas suas obras escritas, onde se destaca o

seu “Dicionário da Arquitectura Francesa”, no qual trabalha a partir de 1854 até 1871, 36 Engenharia Civil • UM Número 20, 2004

expondo as suas ideias e conceitos sobre restauro. Nesta obra escreveu: - “restaurar um

edifício não é conservá-lo, repará-lo ou refazê-lo, é restabelecê-lo num estado de plenitude

que não poderá ter existido em nenhum momento.”

Em 1840, Mérimèe regista o grave estado em que se encontra a Igreja de Vézelay e

confiou o restauro a Viollet onde intervém profundamente em 1843. Reforça as fundações dos

pilares da nave central, acrescenta dois contrafortes, reconstrói a abóbada e altera a fachada.

Faz o escoramento das partes que ameaçam ruir e restitui a posição inicial da janela gótica

que se encontrava inclinada cerca de 50cm. Não concorda com o completamento da torre

norte nem a reconstrução do pináculo e opta pela forma românica primitiva, recuperando o

estilo da igreja e a sua coerência estilística [9].

A igreja de Notre-Dâme em Paris, depois de ser alvo de destruições na época da

Revolução Francesa, foi entregue a Lassus5

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